Capítulo 8

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FREEN

Faltavam apenas três dias para festa do meu noivado que até agora não entendi do porquê deve acontecer se eu e Rich estamos noivos a algum tempo, mas Rich e seu pai fazem questão de que tenhamos tudo, fechei meu ateliê mais cedo para fazer uma caminhada pela praia, estou me sentindo um pouco ansiosa com todas essas festas, familiares chegando, barulho e mais barulho, preciso de paz agora, e como tem um tempo que não estou encontrando a mesma em minhas pinturas, talvez aqui nessas areias posso encontrar toda a calmaria que preciso. Resolvo tirar meu tênis para sentir cada grãozinho em minha pele, sentir o friozinho bom que ela tem por natureza, o barulho do mar é uma orquestra para mim, é incrível como sinto que pertenço à natureza e isso desde sempre, minha mãe me contava que quando era pequena não queria sair da água, da areia, do meio das flores, que sempre fui sensível para sentir a sensibilidade das coisas simples da vida, não preciso de luxo pra viver por mais que minha mãe tenha uma condição de vida boa, sempre tive de tudo e nunca me faltou nada, não é nada exorbitante, mas ela me ajudou a abrir meu ateliê e ele me traz um retorno suficiente para que eu viva tranquila aqui. Olho para o mar sentindo seu cheiro que entorpece minha alma de um jeito caloroso, fazendo com que sinta novamente que pertenço a este lugar, um sentimento estranho até o momento, pois faz tempo que não sinto isso, faz tempo que busco esse pertencer à alguma coisa, lugar ou alguém. Busquei meu celular, mandando minha localização para Rich já que temos um jantar em família hoje, e quando olho para trás localizo exatamente onde estou e o porquê desse sentimento, o lugar dela estava bem atrás de mim, junto com o presente que ela me deu a anos atrás. O local fica um pouco mais afastado do movimento da vila, fechei meus olhos recordando do dia que ela me trouxe para mostrar seu esconderijo, pelo menos ela achava que era, pois, todo mundo sabia onde estava.

MEMÓRIAS

Becky estava à minha frente, correndo de bicicleta e me abandonando, odeio fazer coisas perigosas e andar desse jeito era uma delas, ela havia encontrado uma árvore, uma grande árvore como me disse, onde poderia se esconder quando brigasse com seus pais ou com qualquer outra pessoa, Becky queria compartilhar comigo este lugar, porque para ela não seria somente o lugar dela e sim o nosso lugar.

- Becky, pára de correr assim, eu não consigo te acompanhar! – já sentia meu coração palpitando em meu peito – Beccaaa, eu vou te encher de cócegas quando a gente chegar nesse lugar! – ela ria do meu desespero, não se importando com as consequências que teria.

- Vamos Freen, não seja medrosa, são só bicicletas! – ela olhava para trás e ao mesmo tempo para frente para não perder o equilíbrio e trombar em alguma coisa –Isso não é nada, você ainda vai pular de paraquedas comigo. – a garotinha ria tão alto que não aguentei e ri junto.

- Nunca!!! – gritei para que ela pudesse ouvir – Você de novo com isso Becky, eu disse nunca... está ouvindo? – consegui alcançá-la com muito esforço nas pernas, Becky tem uma disposição para esportes absurda, não sei como esse corpo pequeno dá conta de tanto.

Fomos lado a lado para o tal lugar favorito da minha amiga e depois de uns 10 minutos chegamos, e realmente creio que seja o lado mais bonito da vila da praia, descemos das bicicletas e encostamos as mesmas na enorme árvore que Becky dizia ser nossa, olhei para cima tentando enxergar o final da árvore e não consegui, realmente era muito grande, parei em sua frente admirando cada detalhe que possuía enquanto Becky tirava algo de seu bolso.

- O que está fazendo? – olhei para Becky confusa, minha amiga estava cheia dos mistérios e com aquela cara de que alguma arte iria fazer – Becky, onde você arrumou isso, criança? – ela me olhava com cara de brava pela forma que a chamei – Isso é....

Forever you  - FreenBecky -Onde histórias criam vida. Descubra agora