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Logo após o sequestro de Cellbit por Cucurucho, o mesmo se encontrava em um estado deplorável, digno de pena.

Ficou traumatizado, surtava a qualquer momento que se encontrava sozinho, pois estava sozinho no momento em que Cucurucho o atacou.

A cena passava em sua mente até mesmo nas situações mais calmas da ilha, sempre se lembrava da serra-elétrica rasgando suas costas, foi um corte profundo que por pouco não cortou seus ossos ou órgãos.

A experiência em si o afetou, não foram seus ferimentos, claro, eles tiveram uma forte presença em sua recuperação, pois não haviam remédios que ajudassem Cellbit a dormir sem dor, a descansar, já estavam parcialmente cicatrizados, mas a cicatriz na mente e no coração do investigador não seria curada tão facilmente.

Richarlyson pulava ao redor do pai, que não permitia que o garoto saísse de seu lado. Embora tivesse medo de ficar sozinho, tinha medo que Cucurucho pudesse voltar e consequentemente matar seu filho. Cellbit falava sempre que possível: "Se o Cucurucho voltar, tu vai fugir e vai chamar por ajuda, tendeu filho?"

Richarlyson balançava sua cabeça de vaca-cogumelo para cima e para baixo toda vez que ouvia a mesma frase todo dia.

Cellbit se encontrava em seu escritório tentando resolver mais um enigma, Richarlyson estava ao lado dele, sentindo-se enjoado, o escritório fedia, fedia a suor, a mofo, estava lotado de copos de café vazios e sujos.

O próprio Cellbit fedia, sabe-se lá quantos dias não tomava banho, não dormia, não comia nada, apenas bebia café.

Tomou tanto café que o gosto impregnou em sua boca, Richarlyson pensou que seu pai poderia suar café, chorar café e seu sangue seria café.

Richarlyson escreveu em sua placa: "Pai, quero brincar com o Bobby."

"Agora não Richas, pai quer terminar esse enigma aqui e já já cê pode sair."

Richarlyson deu um tapa na nuca de seu pai, que fez Cellbit se levantar no susto e esconder seu rosto.

O pequeno dragão sentiu-se culpado por assustar seu pai, mas não aguentava mais ficar na batcaverna (como ele batizou o lugar)

"TÁ MALUCO, PORRA?" - Cellbit gritou e Richas abaixou sua cabeça com medo. - "Ah. Desculpa, filho." - Se abaixou para ficar da mesma altura do dragão. - "Sei que precisa de um tempo para se divertir, nada legal ficar aqui embaixo."

Richarlyson deu dois pulinhos para concordar, Cellbit não queria ficar sozinho, mas a felicidade de seu filho era mais importante.

"Pode ir, vou ficar bem." -Cellbit olhou seu pequenino escrevendo rapidamente em sua plaquinha azul. Suas letras saíram tremidas, mas formaram a frase: "Você também precisa sair :("

Cellbit considerou sair para tomar um pouco de ar, estava há noites naquela podridão e não vira a luz do sol, precisava de um pouco de vitamina D.

Só que seus enigmas não seriam resolvidos sozinhos, e sem enigmas resolvidos significava sem informações do Felps, Cellbo tinha total conhecimento disso, então, teria de ficar lá por mais tempo... Muito mais tempo.

Richarlyson parecia estar muito irritado, não só queria sair daquele lugar, mas queria que seu pai pudesse se cuidar e ter uma noite de descanso.

Ao sair da batcaverna decidiu que iria chamar o pai Forever para convencê-lo a sair um pouco.

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"Não quero."

Cellbit insistia, não queria largar todo seu progresso por um simples "tomar um ar".

GUAPODUO - Gatinho AssustadoOnde histórias criam vida. Descubra agora