Capítulo 26

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– Sente-se – disse Dumbledore ao voltar para sua própria cadeira.

- Não, obrigada- disse Harry

Dumbledore lhe encarou mas não disse mais nada.

– Ele acreditou muito mais depressa que eu, quando o informou de que era um bruxo – disse Harry. – Não acreditei em Hagrid, a princípio, quando ele me contou. - comentou

– É, Riddle estava absolutamente pronto para acreditar que era, para usar as palavras dele, "especial" - disse Dumbledore

- Mas ele era não é? – indagou Harry. - não é todos que se tornam Lordes das Trevas.

Harry não pode se impedir de alfinetar o homem, ainda muito irritado com o comportamento de Dumbledore como o pequeno Tom. Harry tinha pleno conhecimento de que Tom não era um boa pessoas nem quando pequeno mas não pode deixar de imaginar como as coisas poderiam ter sido diferentes se não fosse por Dumbledore e seu julgamento.

Ele sabia que depois desse encontro o homem nunca mais confiou em Tom e nunca levantou a varinha para ajuda-lo ao contrário disso apenas atazanou ainda mais sempre com desdenho e desconfiança.

- Eu não fazia ideia de que ele iria crescer e se tornar o que é. Mas fiquei certamente intrigado com ele. Voltei a Hogwarts com a intenção de vigiá-lo, coisa que, de qualquer modo, era minha obrigação, uma vez que ele não tinha família nem amigos, mas que, já então, eu sentia que devia fazer não somente por ele, mas pelos outros- disse Dumbledore como se Harry não tivesse dito nada. – Seus poderes, como você mesmo ouviu, eram surpreendentemente bem desenvolvidos para um bruxo tão jovem e, o que é mais curioso e ameaçador, ele já havia descoberto que conseguia controlá-los até certo ponto, e começou a usá-los de forma consciente. E como você viu, não eram as experiências aleatórias típicas de um bruxo jovem. Ele já estava usando a magia contra outras pessoas, para amedrontar, castigar e dominar. Os episódios do coelho enforcado foi muito sugestivo... Sei fazer as pessoas sentirem dor, se quiser.

– Você chegou a investigar isso depois? - perguntou Harry já sabendo a resposta. – Ou ao menos perguntou ao Riddle sobre esses casos?

– Bem eu não pude voltar lá para isso mas você deve entender o que viu Harry, ele já era assim desde muito jovem – disse Dumbledore

– Aquela mulher para mim pareceu muito condescendente ela não gostava de Riddle e por isso não falou nada de bom sobre ele- disse Harry. – Se você tivesse falo com tia Petúnia alguma vez teria visto as coisas que ela teria a dizer sobre mim – disse Harry maliciosamente. - acho que você teria acreditado nela, não é diretor.

– Harry... você e ele são muito diferentes e tenho certeza que sua tia não diria...- disse Dumbledore

– NÃO OUSE...- gritou Harry com raiva. – Não ouse dizer o que você acha, você não os conhecia e não sabe a menor das coisas que passei com eles ou que disseram sobre mim.

Harry não pode ficar ali e ver Dumbledore acusar Tom quando seus inícios no mundo magico foram tão parecidos, Harry se via em Tom caso Dumbledore não tivesse escolhido fazer dele um peão para seus joguinhos.

– Você quer saber o que eu acho "Professor"? - zombou Harry. - Eu acho que você foi um homem completamente preconceituoso, mesquinho e cruel com uma criança que não sabia nada sobre o mundo magico- disse Harry irritado.

– Não era isso o que eu esperava que você se concentrasse Harry, esperava que você tivesse notado que Tom Riddle já era muito autossuficiente, cheio de segredos e aparentemente sem amigos. Não quis ajuda nem companhia para ir ao Beco Diagonal. Preferiu agir sozinho. O Voldemort adulto é igual. Você ouvirá muitos Comensais da Morte dizerem que tem sua confiança, que somente eles são íntimos e até que o compreendem. Estão iludidos. Lorde Voldemort nunca teve amigos e creio que jamais quis ter um, seu desprezo por qualquer coisa que o ligasse a outra pessoa, qualquer coisa que o tornasse comum já era proeminente então ele queria ser diferente, isolado, famoso. Ele abandonou o nome próprio, conforme você sabe, poucos anos depois daquela conversa, e criou a máscara de "Lorde Voldemort" por trás da qual se esconde há tanto tempo.

– Você pode até ter razão mas não pode negar que parte do que aconteceu depois também é sua culpa Alvo, se você não estivesse tão cego por seus preconceitos poderia ter salvado ele e assim várias outras pessoas incluindo meus pais. - disse Harry sombriamente.

– Perdoe os erros de um velho meu rapaz...- disse Dumbledore tristemente

– Acho que é muito tarde para isso...- disse Harry.

Harry se virou e saiu do escritório deixando Dumbledore sozinho se perguntando porque nem isso tinha dado certo, parecia que o garoto se via mais no jovem Tom do que ele gostaria.

Qualquer Coisa Por Você Raven Querida- Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora