Pra sempre sua

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6 anos antes:

O tempo parecia ter se perdido no caminho e agora se cessava no fim, as gotículas do café frio eram visíveis de fora da xícara. A respiração transparente e ofegante de Nayeon misturados com sua ansiedade eram óbvios até para os estranhos ali presentes; a jovem encarava sua namorada, ou melhor, agora ex, com desdém tentando resfolegar o ar perdido.

Olhava para suas mãos trêmulas, o choro embargado em sua garganta não ajudava, o clima gélido de recém da entrada do inverno não ajudava.

E agora havia isso.

Momo a chamou para um café após a faculdade, a mais velha ponderou ser uma maneira dela se redimir após ficar semanas excêntrica além de muda com a própria, no entanto a realidade fora outra quando a garota de porte médio alegou com firmeza que deveriam terminar de vez, sem uma prévia ou motivo apenas o fez, parecia estar anestesiada de tudo. Se a Im pudesse a descrever naquele momento diria que aquela não era Hirai Momo, era apenas uma estranha pela qual teve o desprazer de se encontrar no fim da tarde de uma quinta-feira.

Momo agia com indiferença e superioridade, seu nariz pontiagudo elevado para cima dizia muito sobre si naquele dia.

- Eu sinto muito. - A estudante se levantou se retirando brevemente dali sem olhar para trás deixando Nayeon ali.

Nayeon não permiteu-se chorar na frente de todos, mas tencionou muito sobre aquela atitude sua, não iria julgar ademais também não iria perdoa-la.

Julgou ter dedo metido da mãe da japonesa, a mulher nunca aprovou o relacionamento das duas e fazia o possível para rebaixar a coreana.
Saiu de lá aos prantos, sem olhar pra trás virou a primeira esquina movimentada que encontrou e se jogou na frente dos carros sem ao menos pensar muito. Sua vida jamais deixaria de ser um inferno, sua única luz era a japonesa de franjas e agora sem ela não havia motivos pra continuar tentando. Era inútil, todos ao seu redor repuldiavam ela sem motivos, Nayeon era sozinha naquele vasto mar nunca explorado, era sozinha como um filhote de animal órfão perdido na floresta.

Aquela dor era crucial, desejou naquele instante acabar com aquilo de uma vez. O imenso vazio que sentirá jamais deverás ser descrito por outro ser humano; a tristeza não ia embora estava sempre ali acompanhando cada um de seus passos. Ninguém notou seu pedido de socorro, ninguém se importou, nem mesmo Momo agora pois havia lhe deixado de vez.

O momento congelou, tudo andou em câmera lenta através de seus globos oculares pequenos e joviais, a adrenalina que sentiu nos últimos segundos juntando a euforia fizeram se sentir bem e pensou ali ter acabado tudo quando seu corpo foi drenado pra longe com força e apagou de vez.

[...]

Momo adentrou em casa devastada, quebrada e sem forças. Tinha medo do que Nayeon era capaz porque sabia das condições mentais da mulher e sentiu um medo indescritível percorrer a espinha óssea de seu corpo afável, percorreu de relance com seus olhos procurando pela genitora, a encontrou decendo as escadas e seu corpo gelou pelo medo.

- Terminaram? - A matriarca elevou a sobrancelha buscando respostas.

- Sim, mamãe.

- Ótimo. Já estava farta desta sua fase, eu a tolerei por muito tempo, agora já basta das suas bobagens você é adulta deve se casar com um homem ao invés de viver romance adolescente com uma mulher que nem ao menos têm família. - Alegou cuspindo sem pudor. Agora vamos, não queremos deixar Jun lhe esperando.

- Claro, mamãe. Só vou trocar de roupa. - Indicou correndo escada à cima.

O telefone da Hirai mais nova tocou em cima do balcão cinzento chamando a atenção da mulher de meia idade que observou o nome no visor "Nana princesa". Sentiu nojo, repúdio e num súbito ato apagou o número após rejeitar a ligação.

Go Hard | NaMoOnde histórias criam vida. Descubra agora