Um dia de chuva

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Era uma manhã de segunda-feira e o céu estava cinzento. Eu acordei com o som da chuva batendo na janela e senti uma preguiça enorme. Não queria sair da cama, muito menos ir para o trabalho. Mas eu sabia que não tinha escolha. Levantei-me, tomei um banho rápido e vesti a primeira roupa que encontrei no armário. Peguei meu guarda-chuva e saí de casa.

A rua estava cheia de carros, buzinas e poças d'água. As pessoas andavam apressadas, molhadas e mal-humoradas. Eu caminhava sem pressa, tentando evitar os respingos dos pneus e as goteiras dos prédios. Não tinha vontade de chegar ao escritório, onde me esperavam pilhas de papéis, e-mails e reuniões. Queria ficar em casa, lendo um livro ou assistindo a um filme. Queria que o tempo parasse e a chuva cessasse.

Mas a chuva não parou. Continuou caindo durante todo o dia, sem trégua. Eu trabalhei como um robô, sem ânimo nem criatividade. Só pensava em voltar para casa e me enfiar debaixo das cobertas. Quando finalmente saí do trabalho, já era noite e a chuva ainda caía. Eu peguei um ônibus lotado e demorei mais do que o normal para chegar em casa. Estava cansado, frio e faminto.

Entrei em casa e fui direto para a cozinha. Abri a geladeira e vi que não tinha nada para comer. Só restava um pedaço de pizza velha e um copo de leite azedo. Resolvi pedir uma comida pelo aplicativo, mas descobri que meu celular estava sem bateria. Tentei ligar para o restaurante pelo telefone fixo, mas a linha estava muda. A chuva tinha cortado a energia elétrica e a internet.

Fiquei sem saber o que fazer. Senti uma vontade de chorar, de gritar, de desistir de tudo. Mas então eu olhei pela janela e vi algo que me surpreendeu. Um arco-íris se formava no céu, iluminando a paisagem cinzenta. Era uma cena linda, mágica, esperançosa. Eu sorri e senti uma paz invadir meu coração.

Percebi que a chuva não era tão ruim assim. Ela limpava o ar, regava as plantas, renovava a vida. Ela também trazia desafios, obstáculos, dificuldades. Mas eles eram passageiros, temporários, superáveis. Eles me faziam crescer, aprender, valorizar as coisas simples da vida. Como um arco-íris depois da tempestade.

Eu decidi não me abater pela chuva. Decidi fazer dela uma aliada, uma inspiração, uma oportunidade. Peguei um papel e uma caneta e comecei a escrever esta crônica.

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