Eu sempre quis ser escritor. Desde criança, eu inventava histórias, personagens, mundos. Eu adorava ler livros, revistas, quadrinhos. Eu sonhava em publicar meus textos e ver as pessoas se emocionando com eles. Mas eu sabia que não era fácil viver de escrever. Eu precisava de um emprego que me desse dinheiro, segurança, estabilidade. Então eu me formei em administração e consegui um trabalho em uma grande empresa.
Eu não gostava do meu emprego. Eu achava chato, monótono, estressante. Eu passava o dia inteiro fazendo planilhas, relatórios, reuniões. Eu não tinha tempo nem criatividade para escrever. Eu só pensava em chegar em casa e dormir. Eu me sentia frustrado, infeliz, vazio. Mas eu não tinha coragem de largar tudo e seguir meu sonho. Eu tinha medo de fracassar, de me arrepender, de me decepcionar.
Mas um dia tudo mudou. Eu recebi um e-mail de uma editora que tinha lido um conto meu na internet. Eles gostaram tanto do meu texto que queriam publicar um livro meu. Eles me ofereceram um contrato, um adiantamento, uma oportunidade. Eles me disseram que eu tinha talento, potencial, futuro. Eles me convidaram para ir até a sede da editora para conversar melhor sobre o projeto.
Eu fiquei sem acreditar. Era o emprego dos meus sonhos. Era a chance que eu esperava há tanto tempo. Era a realização de uma vida inteira. Eu não pensei duas vezes. Peguei minhas coisas e saí do escritório. Deixei um bilhete para o meu chefe dizendo que eu pedi demissão. Não me importei com as consequências, com as críticas, com as dúvidas. Eu só queria ser feliz.
Eu peguei um táxi e fui para a editora. Lá eu conheci o editor-chefe, que me recebeu com um sorriso e um abraço. Ele me elogiou pelo meu conto e me disse que estava ansioso para ler meu livro. Ele me mostrou a sala onde eu iria trabalhar, cheia de livros, computadores e café. Ele me apresentou aos outros escritores, que me acolheram como um amigo. Ele me disse que eu era livre para escrever o que eu quisesse, do jeito que eu quisesse, no tempo que eu quisesse.
Eu me senti no paraíso. Era o emprego dos meus sonhos. Era o lugar onde eu pertencia. Era a felicidade que eu buscava. Eu agradeci ao editor-chefe pela oportunidade e comecei a escrever meu livro. Eu escrevi com paixão, com emoção, com inspiração. Eu escrevi como se fosse a última coisa que eu fizesse na vida. E foi.
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Crônicas para ler no ônibus
RandomEste livro reúne 20 crônicas que retratam com humor e sensibilidade as situações mais comuns e surpreendentes do nosso dia a dia. Os textos abordam temas como amor, amizade, família, trabalho, política, cultura e lazer, sempre com uma visão crítica...