aceite....

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Não revisado, perdoem qualquer erro de português ;)

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A cerca de um mês, a vida de Yuuji Itadori virou de cabeça para baixo, se é que dá para se dizer assim. O garoto de cabelos rosados já não entende o que está acontecendo.

Os professores dele, já não não possuem o nome do próprio na chamada, mesmo com ele dizendo que ainda está naquela sala. Sempre quando chega na escola, seu armário está repleto de cartões e flores, seria algum admirador secreto?

A pior tortura foi ser ignorado pelo melhor amigo, ou talvez o namorado ter o deixado de lado. Ele nem se lembra mais de quantas vezes acordou com Megumi o ligando, mas não importava quantas vezes ele atendesse o telefone, o namorado nunca dizia nada, nada... Yuuji só ouvia a respiração pesada do mesmo.

No metrô, no ônibus, na escola, no mercado! Por que todos estavam o ignorando? Não havia motivos...havia? Nunca tinha feito nada a ninguém, sempre foi um bom garoto, amoroso e gentil, não havia motivos para que as pessoas o ignorassem.

Ao mínimo ele ainda tinha seu irmão, Ryomen Sukuna, ainda era o único que falava com ele, que beijava e ainda o abraçava. O único que parecia se "lembrar" da existência dele. Itadori já havia eté parado de contar quantas vezes chorou no colo de Sukuna, chorou como uma criança por estar sendo ignorado e esquecido, ele realmente não sabia o motivo das pessoas estarem o tratando assim. Ele perguntou a Sukuna, do porque isso estar ocorrendo com ele, mas o irmão nada respondeu, apenas respirou fundo e fechou os olhos o abraçando com muita força.

Nas últimas noites, Itadori vinha acordando com um choro baixinho no pé na cama, era Sukuna, sentado, abraçando os próprios joelhos e chorando. Ele sussurrava frases, mas tão baixo que seus ouvidos não eram capazes de compreender exatamente, algo como "pare com isso", "eu não posso contar, eu não consigo", "Yuuji, meu irmão", frases que para ele eram incoerentes e sem sentido. Depois, as frases eram seguidas de uma reza, que Yuuji, conhecia muito bem. Tantas vezes pensou em levantar, abraçar e consolar o irmão, mas talvez seria melhor deixá-lo quieto, talvez ele não quisesse ser incomodado, Yuuji já conheçia muito bem o comportamento do irmão mais velho.

Na última noite, não foi diferente. Sukuna chorou, até adormecer no pé da cama. Na manhã seguinte, Sukuna tinha um buque de rosas na mão, lindas rosas avermelhadas como o sangue, um pingente de cruz pendurado em uma delas. Um cartão, sem remetente ou dedicatória. Um laço apertava as rosas, deixando-as unidas. Na outra mão, o mais velho, segurava um punhado de velas junto a um isqueiro.

- O que é isso?

Yuuji perguntou curioso, mas ao contrário do que esperava, não recebeu resposta alguma. Apenas um olhar de canto de olho, aliás, os olhos de Ryomen Sukuna, estavam vermelhos um tanto quanto...inchados.

- O que aconteceu? Você está bem?

Mais uma pergunta, sem nenhuma resposta. Yuuji lançou perguntas atrás de perguntas, todas ignoradas. Mas que diabos estava acontecendo? Seu irmão passaria a ignora-lo também? Já não bastava todos os outros, seu irmão teria que ignora-lo também?

Quando Sukuna foi até a porta, Itadori o seguiu, com os olhos começando a molhar devido as pequenas lágrimas que surgiam no canto dos seus olhos. Ele seguiu o mais velho até o carro, sentou no banco do passageiro e ficou encarando Sukuna, até tentar obter uma resposta. Falhando miseravelmente.

Para a surpresa e espanto de Itadori, Sukuna parou o carro na frente de um cemitério. O que caralhos ele estaria fazendo ali? Veria o vovô? Talvez, mas porque não o disse nada?

Sukuna caminhou por entre as tantas lápides, até parar na frente de uma específica. Delicadamente ele pôs as rosas sobre o túmulo e agachou, acendendo as velas uma por uma e pondo em um pequeno potinho. Como de costume, Sukuna acendeu um cigarro e o levou até a boca, uma pequena ação que Yuuji já conhecia a anos, ele estava nervoso, desesperado ou até mesmo depressivo. Ele deu uma tragada no cigarro e depois olhou para o céu, uma nuvem escura se formava acima deles, indicando que em pouco tempo começaria a chover.

- Sabe, apenas aceite Yuuji... deveria aceitar o que aconteceu naquele dia

Itadori olhou confuso para o irmão, o que estaria ele a dizer? O que ele deveria aceitar? Que dia? O que aconteceu?

Sukuna olhou para o irmão, agachado na frente do túmulo, cigarro entre os dedos e com uma expressão de quem tentava esconder a dor.

- Apenas aceite que não está mais aqui irmãozinho... apenas aceite que...

Sukuna tocou a mão do irmão, e a levou até o o peito do próprio.

- Aceite que sua pele está gelida, mas não por causa do frio. Aceite que você está pálido, mas não por causa da anemia. Aceite que seu coração não bate mais, mas não porque não está apaixonado... aceite que te ignoram, mas não porque se esqueceram de ti... aceite que só eu posso te ver...!

Uma onda de choque correu pelo corpo do pobre garoto quando seus olho miraram na lápide acima do túmulo. Uma gota de água cai sobre seu rosto, seguida de várias outras, até um chuva forte devastadora atingir os dois., Ele percebe, e agora ele sabe porque era tratado de tal forma...

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Caso alguém não tenha entendido, eu vou estar explicando aqui.

O básico, que eu espero ter conseguido transmitir, é que o Yuuji tá morto, no caso ele é um fantasma.

Então, basicamente ele é um espírito preso a terra, ou seja, um espírito que não consegue se "desligar" do corpo físico e da vida que levavam. Como eu retratei na principal parte da escrita, eles não entendem o motivo das pessoas os ignorarem e não falarem com eles.

"Algumas vezes eles tentam realizar as mesmas atividades de quando estavam encarnados; outras vezes ficam próximos de parentes e amigos, tentando um contato. Em outras situações, como já dissemos, eles ficam repetindo os mesmos padrões de ação e comportamento de sua última existência. "

☝🏻Trecho retirado o Google. Foi basicamente o que ocorreu na fic.

"Ah, mas como o Sukuna tinha contato com ele?"

Sukuna, tinha a mediunidade muito aguçada. Eu não deixei isso muito explícito, mas sim. Ele consegue sentir a presença, ou até mesmo ver espíritos. E por conta da grande ligação entre eles, o Sukuna podia o ver perfeitamente, falar e até mesmo tocar no Yuuji, o que acabou levando o Itadori acreditar ainda mais que estava vivo.

No fim, ele tenta de alguma forma mostrar ao Yuuji que ele não tão mais vivo, mas acho que isso deu para entender.

Caso queiram saber mais sobre espíritos presos a terra, recomendo uma pesquisa.

Mas enfim, espero que tenham gostado e Tá Aí!

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