Golden Empire - Viagem para Dubai - jjk+pjm - HIATUS

False Indigo

Música: In My Place - Coldplay 

"Quando você chegar ao fim do que deveria saber, você estará no começo do que deveria sentir" – Khalil Gibran – Areia e Espuma

Park Jimin 

Desde que me entendo por gente, minha vida sempre foi algo previsível.

Eu sempre me adequei a realidade das outras pessoas ao meu redor, sendo alguém flexível e compreensivo. Principalmente quando se trata da minha família. Mas isso é só mais uma forma de eu demonstrar que os amo e que valorizo tudo que fizeram para eu estar onde estou hoje.

E mesmo quando minha realidade não era rodeada por todo esse luxo, status e riqueza, era muito fácil de saber como as coisas seriam e aconteceriam ao meu redor, ou seja, elas seriam como as pessoas quisessem e esperassem que fosse e eu apenas me encaixaria e deixaria fluir.

Por muito tempo isso não foi um incômodo, até porque nunca fui uma pessoa com muitos sonhos ou objetivos. Porém, por volta dos meus dez anos de idade eu decidi que queria ser diplomata. No início, quando eu era apenas obcecado pela história mundial e por cartografia, não pensei que passaria a ser mais que um Hobbie, uma distração da realidade que costumava me cercar.

Mas com o passar dos anos eu comecei a estudar diferentes línguas e consegui ficar fluente em seis delas. Ao em vez de assistir desenhos animados como qualquer criança, eu assistia o canal de notícias internacionais, aprendi a cartografar e escrevi artigos pessoais que abordam geopolítica. E assim notei que era obcecado pelo mundo e como ele funciona.

No entanto, amar algo não é suficiente para que você consiga manter essa coisa na sua vida. Exige muito esforço, trabalho e sorte para que a realidade te beneficie e dê certo. Porém, o meu destino foi traçado a muitos anos atrás, e em minhas mãos tenho o futuro do trabalho pelo qual meu pai se esforçou, por tudo que ele batalhou por anos de sua vida.

E em troca de abrir mão de um sonho, eu obtive uma vida rodeada de riquezas, festas, amigos, a liberdade para ser eu mesmo com total apoio dos meus pais e para tentar compensar, viagens pelo mundo. Fiz questão de visitar todos os continentes e tenho que assumir que isso só me deixou mais fascinado pelo mundo, e mais satisfativo que o ver pelos olhos de um turista, seria vê-lo pela ótica de alguém que estuda a relação entre os países.

Porém ao concordar em ignorar esse meu lado sonhador, algo inesperado surgiu em meu caminho.

Jeon Jungkook.

De fato, ele foi a primeira coisa imprevisível em minha vida, a pessoa que bagunçou meu caminho que parecia traçado. Quando nos conhecemos quando crianças, sua presença foi como o surgimento de um tornado em meio ao campo calmo de flores no qual sempre estive, onde tudo era previsível.

E imagino que nem o mesmo sabe o impacto que causou e ainda é capaz de causar.

Desde que tomei consciência de sua existência, em nossos dez anos de idade, tudo veio como um efeito dominó. Com nossa amizade impossível, surgiram responsabilidades. Ficarmos em paz um na presença do outro em público, foi uma delas. Além de que meu futuro era ser seu braço direito mesmo não nos dando bem, eu me pergunto como dirigiremos essa empresa.

E o maior problema de todos, seu pai.

Eu nunca gostei de Jeon Ryong, e ele me deu muitos motivos para isso. Além de suas críticas quanto minha sexualidade e minha aparência, ele trazia o pior do seu filho à tona. Em minha visão, Jungkook havia se tornado uma cópia do pai, e esse se tornou mais um dos motivos pelos quais durante sete anos nós trocamos farpas.