Gosto da adrenalina de ir cada vez mais rápido na moto, gosto de quando eu acelero e sinto meu corpo vibrar e se arrepiar. Gosto também quando temos que ser rápidos para não bater em um carro ou outra moto. Isso é coisa de doido — e apenas doidos gostam de repetir isso
Eu sou doida, doida por essa adrenalina. Chego em casa por volta das dez da manhã, saí de casa antes das cincos da madrugada
Fiquei rodando toda a cidade, essa adrenalina é uma das coisas que fazem minha mente esquecer o que mais deseja. Confesso que quase bati em um carro, mas por puro milagre eu não bati — é uma grande pena
Subo para meu quarto sorrateiramente, é domingo e hoje é dia de dormir até tarde — de vez enquanto há um domingo desses —, tento ao máximo não fazer barulho algum
Tomo um banho rápido e visto um pijama quase transparente, um tanto curto, me jogo na cama e me enrolo no edredom
Digamos que eu tenho no máximo vinte minutos de sono até uma ruiva arregaçar a porta com raiva e morta de preocupada, ela me ama, isso eu não nego e ela me mataria na mesma medida que me ama
Tento dormir, mas sempre que fecho os olhos uma imagem vem na minha cabeça, ele tem uma pele morena, olhos verdes e cabelos cacheados, por que Levi sempre aparece quando eu estou quase dormindo? Mas com toda certeza é bem melhor que a imagem de alguém morto
Meu coração — que a muito tempo estava frio — se alegrou e aqueceu quando Levi chegou, quase a mesma coisa aconteceu com a Jenny, mas algo no Levi é diferente, não sei dizer o que é
Pode ser às intenções dele ou a porra daqueles olhos que penetram a armadura que eu pus envolta de mim. Eles me encurralam e me deixam sem fôlego, ele não precisa de muito para me deixar totalmente nervosa, mas obviamente eu não demonstro — isso seria uma brecha para ele entrar, não posso deixar
Desde que eu era bem novinha eu aprendi que pessoas vem e vão, algumas de forma mais cruéis que as outras — no caso a morte —, outras simplesmente saem sem explicações — felizmente não senti essa dor, mas senti uma bem pior
Baseado no que eu aprendi, eu não posso deixar entrarem na minha vida, eu me conheço, eu vou me apegar e se me deixarem eu vou sofrer demais
Não posso deixar isso acontecer com Levi, ele está bem onde eu quero, longe do meu coração e perto da minha mão, qualquer coisa é só dá um belo tapa na cara dele que ele fica pianinho
Sorri com tal pensamento, acho que eu não bateria nele nem na Jenny, não sou tão agressiva quanto pareço, mal humorada sim, mas agressiva não
Escuto a porta bater na parede, uma respiração pesada, meu edredom é puxado. Devagar olho para trás. Ela estava com a irritação estampada na cara, seus punhos estavam cerrados e eu vou morrer a qualquer momento
— Sua filha da puta! Onde você estava!?
— Eu estava no porão
— No porão? — ela respira fundo — Cassandra Edwards, onde você estava? Eu acordei às sete horas da manhã, você não estava na cozinha, na sala, no seu quarto ou naquele porão! Onde você estava!?
— Eu só estava andando de moto
— Desde que horas?
— Das cinco? É, desde as cinco, agora pode desligar a luz e ir embora? Agradeço
— Eu não vou embora e muito menos desligar a merda da luz!
— Por que está agitada desse jeito?
— Você não entende!? Eu quase morri preocupada com você, sua metida — ela dispara e joga o edredom em mim — Eu imaginei coisas horríveis — me sento na cama
VOCÊ ESTÁ LENDO
Uma Ajuda Inesperada
RomanceCassie Edwards é uma mulher de vinte anos que ao longo de toda sua vida sofreu muito por causa de sua mãe. Depois que sua avó faleceu ela foi obrigada a morar com a mãe desencadeando o horror da sua vida e aos quinze anos ela se torna alcoólatra. Ap...