CAPÍTULO 22: Festas

586 37 0
                                    


Em dezembro, tivemos um recesso para as festividades de final de ano. Tia Penélope convidou Natalie para passar conosco em Valença, eu pedi que comemorássemos em sua casa, evitando meu encontro com Vovó. Combinamos que passaria o Natal com a família de Natalie e depois seguiríamos para Valença para passarmos a virada de ano juntas.

Alexa passou a perseguir Natalie com telefonemas e mensagens, a encontrávamos em restaurantes, e sempre num tom provocativo nos cumprimentava. Em certa ocasião, quando estava no apartamento de Natalie, a campainha tocou, era ela, fiquei curiosa e permiti sua entrada, Natalie não estava em casa, aproveitei para acertar as contas com a morena. Ela se surpreendeu ao me ver abrindo a porta, percebi seu sorriso se desfazendo ao me ver.

- Você?!

- Eu mesma, essa é a casa de minha namorada esqueceu?

- Você não tem casa, não? – entrou como se tivesse autoridade pra isso.

- O que você quer aqui, Alexa?

- Esperava encontrar a dona da casa, é com ela que tenho assuntos, não com você.

- Se você não tem nada a me dizer, eu tenho! Você está perdendo seu tempo nessa perseguição a Natalie, não há mais espaço pra você na vida dela, e fique sabendo que não vou permitir que você interfira no nosso relacionamento, acredite você não vai querer me enfrentar.

- Menininha você é ridícula. Acha mesmo que me intimida? Você não tem noção da ligação que existe entre mim e a Natalie, você a conhece há quanto tempo, dois meses?

- Não te interessa, não vou dar satisfações a nosso respeito, só estou advertindo, não me irrite, também sei ser grossa.

- Vai fazer o que? Você não percebe que não é páreo pra mim? Na primeira oportunidade Natalie me beijou, imagina o que fizemos depois disso... Você é bonitinha, mas não causa nela o efeito que uma mulher como eu causa, melhor você sair do nosso caminho antes de se machucar feio.

Nesse instante o telefone tocou, até para me recompor, o atendi:

- Oi Vô Elias, ela não chegou ainda, foi pegar o carro no lavador, mas assim que voltar vamos... Beijos.

Notei a cara de interrogação na face irritante de Alexa:

- Você conhece a família de Natalie?

- Claro, mas isso não te interessa, já disse o que queria, então, por favor, preciso terminar de me arrumar, passe bem Alexa!

- Mas... Ela nunca me apresentou ninguém, conheci por acaso uma de suas irmãs, que estranho... Dizia que a família era sagrada demais para envolver em seus namoros... – parecia mais estar pensando alto do que falando comigo.

Alexa ficou desconcertada, saiu as pressas, bufando insatisfação ao constatar que eu era mais que um casinho para Natalie.

O Natal com a família de Natalie foi maravilhoso, nosso réveillon em Valença também, passamos no restaurante de tio César, não fui a fazenda de meus avós, mas vovô passou o dia inteiro conosco no dia primeiro, manifestou todo tempo o descontentamento com a situação, me pediu que relevasse por causa da idade de vovó, mas eu temia que ela destratasse Natalie também, não poderia permitir isso.

Voltamos a Campinas dois dias depois do feriado, saboreávamos de uma intimidade incrível, e o apoio de nossas famílias tornava tudo mais leve e consistente. No final de janeiro, voltamos a Valença para a formatura de Sophia, dessa vez não escapei de encontrar minha avó que tentou me ignorar, mas vovô a arrastou pra perto de mim, ela notou que eu e Natalie estávamos de mãos dadas, isso era muito natural para nós, nunca nos importamos para os olhares desaprovadores dos outros.

- Olá vovó.

- Vejo que o amor de sua vida passou por transformações Camila. – exibiu todo seu sarcasmo cruel, notei que a conversa não terminaria bem.

- Essa é Natalie vovó, trabalhamos juntas, e é também minha namorada.

- Muito prazer dona Mercedes.

Vovó olhou Natalie dos pés a cabeça, e ignorou a educação de minha namorada, desviando seu olhar para mim lançando fagulhas de desaprovação:

- Ainda com essa mania ridícula de...

- Vovó não é mania, nem muito menos ridícula. Mas a senhora continua preconceituosa e mal educada, com licença.

- Educação não é uma de suas qualidades há um tempo Camila, foi um péssimo passo você ter ido embora de Valença, deveríamos ter imaginado como você ficaria vulnerável sem nossa proteção.

- Vovó, estou muito bem, quando a senhora vai aceitar isso?

- Nunca vou aceitar isso Camila, é imoral, nojento...

- Chega vó... a senhora estragou o almoço na suas bodas de ouro, não vai estragar a festa de Sophia, não mesmo.

Puxei Natalie e saí a deixando falando sozinha, eu tremia, minhas mãos estavam geladas, Natalie me abraçava me confortando, ao menos vovó não a ofendera, isso foi um alivio.

No Carnaval recusamos o convite das amigas de Natalie, para viajamos a Salvador, decidimos passar sozinhas em um hotel fazenda. Lugar lindo sem dúvida, com haras, um lago romântico, decoração rústica, senti que aquele carnaval seria marcante. Nosso quarto era uma graça, uma cama muito macia e espaçosa, poltronas de couro, uma mesinha com dois lugares, lareira, no banheiro havia uma banheira com design antigo, tudo perfeito.

Chegamos era quase noite no sábado, depois de inaugurarmos a banheira juntas, descemos para jantar, naquela atmosfera romântica, nem ligamos para os casais héteros que nos olhavam com estranheza, certamente tinha algum pervertido fantasiando ao nos ver juntas...

Percebi que Natalie estava exagerando na bebida e me fazendo exagerar também, nos deixando facilmente excitadas, saboreamos durante o jantar quase duas garrafas de vinho, tirei minhas sandálias e passeei com a ponta dos meus dedos dos pés pelas pernas de Natalie, podia sentir sua pele arrepiando...

Nem esperamos chegar ao quarto para começarmos a dar vazão ao nosso desejo, Natalie me jogava contra a parede sugando minha língua, empurrando seu corpo contra o meu, num movimento de quadris que me enlouquecia, na porta do quarto minha mão já estava levantando o vestido de Natalie, deixando escapar gemidos ao seu ouvido... Natalie adorava ouvir meus gemidos misturados a provocações com palavras nem um pouco delicadas, pedia:

- Fala sacanagem... fala minha gostosa...

Eu perdia a compostura e tratava de atender ao pedido de minha namorada deliciosa. Depois de praticamente despidas, já entregues a paixão, Natalie parou, deslizou suas mãos pelo meu corpo suado e arrepiado, e com um olhar cheio de malícia me encarou e entre mordiscadas e lambidas pelos meus seios ela falou:

- Minha linda, você lembra que ainda me deve uma aposta?

- Você não me deixa esquecer isso... Mas por que falar nisso agora? – a puxei para perto de minha boca.

- Porque hoje é dia de você me pagar a aposta... – mordeu os lábios.

- Ai... por que acho que essa aposta vai me sair muito cara?

- Você vai gostar minha gostosa.

Saltou da cama, e foi em direção às suas malas. Fez mistério, mas logo exibiu o brinquedinho rosa entre as mãos. Logicamente já tinha ouvido falar nisso, mas nunca me ocorreu a ideia de usá-lo.

- Natty... o que você vai fazer com isso?

- Adivinha? – fez cara de menina sapeca, enquanto vestia uma espécie de suporte de couro, posicionando o brinquedo sobre seu sexo.

- Meu bem isso é muito estranho...

- Aposta é aposta, não adianta você não vai escapar. – balançou a cintura o brinquedinho acompanhou o movimento.

Entendi porque ela tratou de nos embebedar naquela noite... Ela se aproximou de mim, e nos seus olhos, vi um brilho como quem tivesse um plano elaborado a executar. Puxou minhas pernas para mais perto da ponta da cama, retirou a última peça que me sobrara, e acomodou-se no meio de minhas pernas.

Com domínio total da situação, Natalie movimentava os quadris em cima de mim, enquanto beijava meu pescoço, mordiscava minha orelha e com as mãos contornava meus seios com força suscitando em mim uma sequência de gemidos inimagináveis.

Quando estava prestes a atingir o auge, Natalie segurou meu bumbum, para apoiar-se e lentamente penetrou aquele brinquedo, e num movimento de vai e vem lento deslizava o artefato no meu sexo ensopado, gradativamente aumentou a velocidade alternando entre estocadas leves e fortes, intensificava o movimento e eu lhe atiçava murmurando obscenidades ao ouvido, até atingirmos juntas um orgasmo longo, deixando nossos músculos trêmulos. Ficamos abraçadas, Natalie ainda provida do tal instrumento, brincava o acariciando, como que já familiarizada, num código sensual indicando que queria mais.

Natalie me entendia na cama, parecia adentrar nos meus pensamentos, dessa vez, sentou, e me puxou, me deixando encaixada entre suas pernas, posicionou nosso novo aparelho de diversão na minha abertura e ordenou: "rebola pra mim"... Movimentei meus quadris sobre o brinquedo, contorcendo avidamente, enquanto Natalie apertava meu bumbum e beijava meus seios que estavam à altura de sua boca.

Afinal tive benefícios com o pagamento da aposta... Quando acordamos, a hora do café já havia passado, também pudera, quando dormimos era quase manhã. Almoçamos e resolvemos aproveitar o clima ameno, e fomos até o lago, uma grande palhoça concentrava várias redes armadas, nos deitamos, deixei Natalie cochilar no meu peito, enquanto acariciava seus cachos longos e loiros.

Passeamos em uma pequena barca, no final da tarde, ignorando os olhares reprovadores dos curiosos que fixaram-se em nós, quando saímos de mãos dadas pelo jardim. A noite, fomos até o vilarejo da cidade, ver o desfile de blocos de marchinhas, eram na maioria da terceira idade, acabamos rindo fazendo suposições sobre como seríamos nessa idade e nossos amigos:

- Natty... acho que você vai ser como aquela velhinha ali, olha, aquela de shortinho curto de cabelo loiro...

- Ah... pode crer, vou ser assim mesmo, até o fim na gandaia...

- Até imagino você balançando aquele trequinho junto com seus seios perto do umbigo... – soltei uma gargalhada.

- Sou mais velha que você só sete anos minha cara... os seus não estarão tão empinadinhos como são hoje, viu... a lei da gravidade é justa com todos! – respondeu indignada.

- Ah... os meus são menores... mas mesmo assim, vou adorar segurar os seus mesmo estando perto dos joelhos. – gargalhei de novo.

- E você vai parecer com aquela vózinha ali olha, segurando uma lata de cerveja, olha lá, pequenininha, de cabeça branca e com vestido decotado. – falou apontando pra minha lata de cerveja.

- Ah estou com tudo em cima então! Olha as pernas dela... Ei meu bem, já imaginou o Harry, velhinho?

EU SEI QUE É AMOR...Onde histórias criam vida. Descubra agora