Capítulo 13

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LAILA AHMAD - uma semana depois.

Filha? Laila?!

— Dindo? Onde você está?! – grito de volta, mas não obtenho resposta. Meu peito se aperta em ansiedade, minhas pernas desgovernadas, começam a ir em direção à um jardim amplo e deserto.

— Laila! Venha, minha estrelinha. Estou aqui.

Meus olhos se desabam em lágrimas, sem controle algum sob minhas pernas, começo a correr em direção à floresta. Sinto os galhos das árvores batendo contra o meu rosto, machucando e me fazendo gemer baixo. Não paro de correr, nessa altura, estou sem meus saltos e o vestido vermelho de veludo está rasgado.

— Padrinho! – dou de cara com um enorme lago, a água está calma, sem movimentação. A lua não brilha mais no céu, apenas algumas estrelas dão luz ao profundo azul do céuTêm alguém aí? Ei! Alguém?

— Laila – uma voz atrás de mim me faz estremecer. Quando me viro, me deparo com uma cena horrível.

Meu dindo está com uma arma apontada para sua cabeça, e atrás, usando um terno preto social com uma gravata vinho está Asier, me encarando de forma fixa com seus belos olhos azuis. Ele não se mexe, meu dindo demonstra seu medo, mas nem eu e ele fala qualquer coisa.

— Estava com saudades do seu padrinho, coração?

— Solte-o! Eu imploro. – dou um passo à frente, tendo agora sua arma em minha mira.

Não, Laila, não! Eu estou aqui, me mate, mas deixe minha afilhada viver em paz.

— Ela nunca estará em paz, velho maldito. – um tiro estrondoso me faz gritar.

Dou um sobressalto da cama, sentindo meu corpo se tremer por inteiro, enquanto o suor escorre pelo meu corpo todo. Não abro meus olhos, tentando amenizar o impacto desse sonho sob mim. Passo repentinas vezes a mão pelo rosto, tentando convencer meu subconsciente de que tudo não passou de um pesadelo.

Meu coração ainda palpita intensamente dentro de mim, mas deixo minhas pernas caírem para fora da cama e fico de pé. Caminho até o banheiro que tenho dentro do quarto, ele é grande e não me surpreende que tido aqui seja extremamente luxuoso. Paro diante ao espelho, avaliando minha expressão.

Meus olhos exibem uma grande marca da minha insônia. Já estou nessa casa faz uma semana, aquele babaca de belos olhos azuis não apareceu mais aqui. Não sei que fico aliviada ou intrigada pelo seu repentino sumiço. Balanço a cabeça espantando esses pensamentos e abro a torneira, molhando meus rosto várias vezes, até sentir meu sangue esfriar.

Eu poderia tomar um banho, mas a água dessa casa é muito frio ou muito quente, então, prefiro não me arriscar muito por estar quase amanhecendo. Saio do banheiro, atravesso o quarto e abro a porta do meu quarto. O corredor é amplo, com várias portas iguais à minha, o que parece ser quartos de visitas.

Nos primeiros dias que fiquei aqui, o babaca colocou dois grandalhões para ficar na porta do meu quarto, mas quando foi essa semana, ele retirou os homens. De vez em quando, posso dar uma volta na casa com um segurança atrás de mim. Não sei ao certo o que estou fazendo aqui! Sou um fantoche pra ele? Ficarei presa nessa mansão como uma princesa em perigo? Mas o verdadeiro perigo é ele mesmo, o babaca de belos olhos azuis.

Na ponta do pé para não fazer barulho, desço as escadas de mármore branco puro, segurando até a respiração para não chamar a atenção. Mas o que me entrega é o sensor de movimento, que acende uma luz no teto à cada passo que dou em direção à cozinha. Estou com fome, preciso comer alguma coisa e não posso esperar até o café da manhã.

Quando finalmente encontro a cozinha, me deparo com um balcão farto de bolo, tortas e algumas frutas. Pego uma fatia generosa de bolo de chocolate, pego algumas frutas e um pouco de suco que havia na geladeira. Me sento na mesa longa que há ali, depressa como tudo com muito gosto. As cozinheiras dessa casa são fadas, porque nunca vi comida tão boa.

— Vadia! – uma pressão é posta no meu couro cabeludo, me fazendo cair pra trás de joelhos, a cadeira faz um barulho grande quando cair. Choramingo, sentindo minha cabeça arder – O que faz aqui?

— Me larga! – empurro suas pernas para tentar me soltar, mas o infeliz me puxa pelo cabelo, obrigando-me a ficar de pé.

— Quem é tu e o que faz aqui?

— Uma prisioneira e você deve ser um merda qualquer, por não saber da minha existência nessa casa. – jogo minha saliva em seu rosto, que se avermelha imediatamente pela raiva que está sentindo.

— Você irá se arrepender, vadia – agarra meu pescoço, com a outra mão defere um tapa no meu rosto, mas não me solta. Sinto minha cabeça girar pelo forte tapa, acabo tossindo e percebo respingos de sangue. Ainda agarrando meu pescoço, ele bate com meu rosto na parede ao nosso lado.

Um grito é liberto da minha garganta, por sentir uma dor horrível em meu nariz que com certeza foi quebrado. Apenas ouço zumbido do meu ouvido, minha cabeça lateja e meu nariz sangra. Os olhos negros do homem me faz encolher, sua mão se levanta novamente, fecho meus olhos com força apenas esperando o tapa que não veio.

O aperto do meu pescoço é suavizado, até ouvir o barulho de algo quebrando. Quando abro meus olhos, o homem está desacordado em cima da mesa quebrada, quando ergo meu olhar, encontro dois homens altos, um eu já reconheço, mas o outro não. O mais baixo é Aaron, o primeiro e braço direito de Asier. Os olhos azuis intensos me avaliam de cima à baixo, me fazendo engolir seco por estar usando apenas um babydoll de ursinhos.

Já o outro homem, cujo o nome é desconhecido por mim, vai até o cara desacordado e o puxa pelo cabelo, deferindo mais socos em sua fase. Meus olhos se arregalam com a cena, mas não consigo sentir empatia por ele, não após a dor que estou sentindo em meu rosto. Aaron se aproxima de mim e imediatamente seu cheiro invade minhas narinas.

— Você está bem? – sua voz familiar faz meu corpo se encolher.

— O sinônimo de estar bem é sentir o rosto todo dolorido? – ele nega – Então, não estou bem.

— Até fudida você faz piadas – ironiza, arrancando um sorriso debochado meu. O outro homem se aproxima, com as mãos cheias de sangue. – Esse é meu tio, Miguel.

— Você é novo para ser tio – questiono, arrancando um belo sorriso de Miguel, que têm os olhos azuis mais claros que o resto da família – É uma pena que não posso dizer que estou contente em conhecê-lo, mas sou Laila.

— A princesa da Espanha?

— Estou mais para a prisioneira da Espanha – ironizo, ganhando a gargalhada deles.

Vendida Pra Ti - Série Milionários 01Onde histórias criam vida. Descubra agora