Capítulo 15

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LAILA AHMAD

O quanto uma pessoa pode ser rica? Nunca tive extremo luxo na minha vida, mas o meu dindo nunca deixou faltar nada em casa. Depois que ele abriu a boate, nossa vida melhorou bastante, assim ele consegiu quintar algumas dívidas pendentes e pagar a minha faculdade. Mas agora, olhando pra essa mansão na minha frente, tenho certeza que eu sou a classe mais baixa que existe.

Uma imensa casa de quatro andares, dois blocos e um extenso jardim. O carro parou dentro da propriedade, eu tive que descer com Aaron e seu tio ao meu encalço. Tivemos que passar por uma passarela, que em baixo tinha um tipo de piscina cristalino com duas fontes de águia, a cada lateral jogando água na piscina. A casa é espelhada por completo, tendo luzes amaralas no exterior. Ao chegarmos na frente da casa, têm uma escada lateral com seis degraus.

— Entre – Aaron para na frente da porta, ela acende uma pequena luz verde no topo e se abre para ele.

A tecnologia dessa casa é avançada, mas o que exibe no interior é bem melhor. A casa é toda branca, ao lado esquerdo tem uma escada em formato de caracol, se eu olhar pra frente vejo uma parede de espelho refletindo o como sou pobre para estar aqui. O teto é revestido por espelhos, ao meu lado direito tem um bar com várias bebidas e um local para se sentar com proltronas e sofá no centro. O espaço é enorme, deu vontade de gritar e vê se daria eco.

— Bem-vindo, senhor Aaron – uma mulher educada, usando um uniforme vinho com um símbolo de águia, sorri para o grande homem do meu lado.

— Boa tarde, Clarice. Meu primo, onde está?

— O senhor..

— Estou aqui! – a voz dele faz o meu coração acelerar, por um motivo totalmente desconhecido por mim. A tal Clarice abaixa a cabeça quando ouve a voz, os passos na escada mostra que ele já se aproxima – Pode ir, Clarice.

— Com licença – pede ao sair, entrando em um corredor ao lado da escada.

Ele aparece com um semblante sério, usando uma blusa social branca dobrada até o cotovelo. Uma calça preta social, que abraça suas pernas de uma forma totalmente sexy. Os cabelos loiros deixam alguns fios caindo pela face e quando ele se aproxima rapidamente de mim, vejo seus olhos mais escuros que o normal.

— Que porra aconteceu com você? – rosna no meu rosto, me tirando do transe da sua beleza e acabo fazendo uma careta, pelo aperto em meu ombro – Dá pra me responder, chica?

Chica é o caralho, me solta! – aperto seu pulso, mas ele nem se move e isso me irrita – Tá me machucando.

— Me responda!

— Asier.. – Aaron tenta dizer algo, mas o babaca olha pra ele com repreensão fazendo o homem se calar.

— Se você não me responder, terei que arrancar de você da maneira mais difícil – observo a mão dele descer até a cintura, levantando a camisa e me dando a visão da sua arma. Mas a minha mente perversa foca na bela barriga sarada que ele têm, com uns gominhos lindos. Porra, Laila! – Então, o que será?

— Um soldado.. ele.. ele me bateu – pressiono meus olhos por ter gaguejando na frente dele, Aaron morde o lábio pra não rir – Satisfeito?!

— Um soldado? – volta a perguntar, com o rosto ficando um pouco avermelhado.

— Isso aí. – falo com leveza, mas eu acabo soltando um grito quando ele avança no bar que têm na lateral da entrada e derruba tudo que está ali.

Ele não para, se aproxima da mesa de centro e joga a mesma na parede, fazendo se despedaçar. Acabo me encolhendo com medo de quê caia algum caco de vidro em mim. Ouço passos de salto descendo a escada, acompanhada de outra pessoa que não identifico. O tio de Aaron entra na casa, olhando o que acabou de acontecer.

— O que está acontecendo? – uma voz feminina questiona.

Quando decido levantar minha cabeça para vê de onde vem essa voz doce, encontro uma mulher loira, com os cabelos contidos em um rabo de cavalo perfeito. Usando uma saia social bege, cropped branco e uma blaze também bege. Os olhos varrem o local, mostrando confusão. Mas o que me chama atenção é o homem atrás dela, já o vi alguma vez, mas não me lembro muito bem.

— Tá ficando louco? – o homem de olhos azuis e cabelo preto, se aproxima de Asier com cautela o questionando.

— Vá a merda, Javier – bufa – Preciso ficar sozinho.

Per Dios! – a mulher me olha, se assustando e vindo até mim – O que aconteceu com seu rosto?

— Eu.. apanhei – mordi meu lábio, imediatamente ela olha para Asier.

— Tá olhando o quê, Isabel? Não foi eu quem fez isso! – diz com autoridade.

— Mesmo assim eu não duvidaria – volta a me olhar, com atenção – Venha, irei ajudá-la à cuidar desses ferimentos. Aliás, eu sou Isabel, irmã daquele brutamontes.

— Não imaginaria que um grande babaca teria uma irmã tão educada – respondo, vejo Asier rolar os olhos apertando os punhos e uma risada.

— Essa chica têm uma língua afiada, Hermano. – o tal Javier bate no ombro do irmão, que se irrita e saca sua arma apontando pra cabeça dele.

— Larga a arma, Asier! – Isabel manda, se afastando de mim.

— Aqui é sempre assim? – sussuro para Aaron e Miguel, que estavam logo atrás de mim como seguranças. Não desvio meu olhar dos três irmãos à minha frente, Isabel tenta arrancar a arma de Asier que está em cima de Javier pronto para atirar.

— Sim, chica. – Aaron responde, encarando a cena – Isso porque você ainda não conheceu o resto dos primos.

— Que Deus me proteja! – ouço um barulho de tiro e volto a olhar a cena.

Lascia perdere quella merda! – Isabel grita em italiano, atirando na parede que se destrói e Asier olha pra ele com ódio. – Solte meu hermano.

— Uma hora você se acostuma.

Vendida Pra Ti - Série Milionários 01Onde histórias criam vida. Descubra agora