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Sentada no sofá, observo de relance mamãe descer as escadas, com seu sorriso largo de sempre, seu perfume doce de flores tomando conta do local, assim que a mesma para sobre a grande mesa de vidro no centro da sala de estar.
— E então? — a vejo arquear as sobrancelhas, pairando seu olhar sobre mim, que estava jogada desajeitada sobre o sofá. — Você realmente não quer ir? — me encara em dúvida, apoiando um de seus braços sobre a mesa.
Mamãe queria que queria me levar para a casa de sua irmã, cujo a mulher, se diz ser minha tia, mas pra ser sincera, não gosto muito dela. Ela não me passa uma boa impressão. Não que a mesma já tenha me feito algum mal, mas tem algo nela que de fato não me cheira bem!
E como se diz papai: bosta que se mexe demais, fede.
— Não mamãe, de verdade! Não quero ir hoje, talvez outro dia? — recuso gentilmente, fazendo gesto negativo com as mãos. — Pode ir a senhora, vou ficar de companhia com a Pérola. — anunciei sorrindo, logo batendo a mão na ponta do sofá, para que minha cachorra, uma golden retriever viesse correndo e pulasse no mesmo, logo se deitando feliz ao meu lado.
Mamãe concorda com a cabeça, logo andando até o outro lado da sala, e pegando sua bolsa que estava sobre a pequena mesa de canto ali.
— Tudo bem então, eu já vou. — anuncia, vindo na minha direção. — Qualquer coisa já sabe, me liga. Seu pai já está chegando, comporta-se e não abra a porta para estranhos. — avisou, fazendo-me revirar os olhos.
Ela sempre fala a mesma coisa, creio que isso já vem de fábrica nas mãe, ou não?
— Tá bom mamãe, eu já sei, tá? Não precisa repetir sempre a mesma coisa. — reclamei rindo da cara que ela fez.
— Sei viu mocinha, eu estou longe mas estou de olho viu! — disse, com os olhos semicerrados, logo depositando um beijo caloroso sobre minha cabeça — Mamãe te ama muito, se cuida. — disse se afastando e jogando beijos de longe, me fazendo sorrir.
— Tchauu mamãee!! — gritei, e a mesma logo sai pela porta, a fechando.
Olho para Pérola e rapidamente abro um largo sorriso, fazendo minha cachorrinha me olhar, balançando seu rabinho, parecendo já saber o que viria a seguir.
Ela sempre sabe.
Logo pego o controle da televisão, ligando-a e colocando "Rules" da Doja Cat no último volume, subo no sofá, ficando de pé sobre ele e levando o controle sobre a boca, usando-o de microfone.
Céus, como eu amo isso!!
Pérola também pula sobre o sofá, ficando de pé apoiando suas patas sobre minha perna.
— Tá preparada Pérolazinha? — pergunto rindo, recebendo um latido da minha cachorra, como se entendesse o que eu falava, me fazendo rir. Dançando e pulando sobre o sofá, apontando para a televisão, enquanto grito como uma louca.
Mas minha alegria logo é cortada quando a porta de casa se abre, revelando meu pai, me olhando com um rosto zombeteiro, não acredito.
— Eu sabia! — me olhou de cima a baixo, com um olhar zombateiro. — Você disse que não gostava dela. — semicerrou os olhos.
Meu Deus, tenha dó! Fui pega em flagrante, quero morrer aqui e agora.
Rapidamente desço do sofá, envergonhada por ter sido pega ouvindo as músicas da mulher que sempre dizia não ouvir, por as músicas serem muito escrotas.
— Não é isso que vc tá pensando! — nego rapidamente, apontando o controle em sua direção, com os olhos arregalados.
Ele me olha indignado, por que eu estava tentando negar o que era óbvio né, ele olha em gargalhadas para a televisão, que, na adrenalina esqueci de desligar.
Droga, que bicha burra, senhor!
— Sério? Não é isso que estou pensando então, ou melhor, não é isso que estou vendo, com meus próprios olhos? — perguntou indignado. — Você realmente é uma péssima mentirosa, a cara de sua mãe. — apontou-me o dedo, gargalhando. — E você está aí apoiando e sendo cúmplice de toda essa bagunça né Pérola, toma vergonha bicha safada. — repreendeu Pérola, como se a mesma fosse entender algo, passando a mão em sua cabeça, logo a pegou sobre o colo, e a cachorrinha logo começou a lamber seu rosto, feliz.
— Eu não sou uma péssima mentirosa, você quem chegou cedo demais, finja que não viu isso, ouviu? Isso nunca existiu, foram apenas frutos da sua imaginação — avisei me divertindo, fazendo movimentos com o corpo, como se fosse um fantasma.
— Oh, claro, claro! Isso nunca existiu! — concorda, rindo.
Mas eu sei, eu sei que mais tarde ele vai contar isso para mamãe, ele sempre conta, veio salafrário.
Solto uma risada, ao pensar nisso.
— Por que não foi com sua mãe? — papai pergunta, soltando Pérola no chão, que rapidamente corre até o sofá, se deitando.
— Você sabe, não vou muito com a cara da tia. — reviro os olhos, indo para a cozinha.
Papai também não gosta dela.
— Claro, aquela rabugenta. — concorda rindo, e pegando uma maçã sobre a fruteira.
Imediatamente concordo rindo, papai e eu temos o mesmo pensamento.
É tão bom ter pais compreensíveis, eu amo tudo, amo minha vida, amo meus pais, é tão bom e tranquilo, com certeza não quero crescer nunca.