ÚNICO "Just when I think you're gone, hear our song on the radio"

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O Mustang Shelby GT500 Conversível Preto corria pela estrada à beira mar de Nice às seis e meia da manhã, a caminho de Mônaco para o casamento de Chloé e Luka.

O clima quente litorâneo o inspirou a pegar a estrada naquela manhã de domingo. Ou talvez a ansiedade o tenha feito pular da cama, afinal de contas, faziam anos que não se viam. Como ela estaria? Ainda pensava nele tanto quanto ele pensava nela? Foi seu primeiro pensamento ao acordar.

Ainda se lembrava daquela ligação. Ele estava em Paris quando Alya ligou pela última vez. Ele lembrava de tê-la ouvido chorar enquanto dizia não aguentar mais. Ele lembrava de argumentar, de sair da reunião com os patrocinadores e de tentar a todo custo embarcar o mais rápido possível em um avião, de tentar convencê-la de que conseguiriam passar por aquilo.

E também se lembrava de como a distância incomodava, de como a cada semana ficava mais difícil e de como cada caminho havia se distanciado.

As pequenas mensagens monossílabas.

Os ciúmes de situações que não podiam controlar.

Ele se lembrava de ter concordado.

E se arrependia a cada segundo desde então.

Alya precisava de espaço, precisava de alguém que conseguisse estar ao seu lado a cada passo, mas ambos sabiam que não era o momento. Nino havia acabado de fechar contrato com a gravadora, e ela tinha acabado de ser contratada pela Style Queen como escritora chefe da sede de Nova York.

Três anos.

Tudo isso havia acontecido há três anos.

Ele tentará esquecer, e durante um tempo havia conseguido. Mas naquela manhã a caminho do casamento dos amigos, aquela música na rádio o havia feito sorrir. Era a música deles.

Que irônico, ele pensou.

Depois de anos iria encontrar a mulher de sua vida novamente, a única paixão que tivera, e justamente naquela manhã escutará a música deles.

E se ela estivesse com outro?

Seu coração estaria em pedaços, ele não conseguiria suportar. Durante todo esse tempo ele ao menos olhará para outra pessoa, ela seria capaz de esquecer tudo que tiveram? Tudo que sonharam? Eram perguntas das quais ele não poderia responder.

No momento ele passava pela Cap-d'Ail, com o refrão entrando em seu ápice, ele aumentou o volume enquanto lembrava que, antigamente, teria pedido ela em casamento naquela praia.

Quando chegou ao Hotel Hermitage Monte-Carlo, viu dois seres iguais de aproximadamente um metro correndo pela recepção do hotel, as cabeleiras loiras eram seus sobrinhos, mas ele não fazia ideia de quem eles tinham puxado, já que Marinette e Adrien eram calmos até demais, por mais que a primeira fosse meio estabanada.

- Titio Nino! Titio Nino! - ele viu Hugo se aproximando e rapidamente o pegou no colo. - O papai disse que você 'tava chegando e viemos 'te ver, porque estamos com um montão de saudades! - disse o menino com bochechas coradas.

- Um montão assim ó! - disse Louis se aproximando e pulando nas costas do padrinho, que rapidamente o levantou. Eram seus meninos.

- Com quantos anos vocês estão mesmo?

- Quatro, Nino, mas você sempre se esquece, não é mesmo senhor Catchup?

- Só porque são seus filhos, senhor Maionese. - disse entregando Hugo ao pai e cumprimentando Adrien logo em seguida. - É bom te ver.

- É bom te ver também, por mais que esteja com cara de pai. - o loiro deu de ombros, não era atoa, já que sua esposa estava de cinco meses e em breve a pequena Emma o deixaria enlouquecido, sua princesinha. - Onde está Marinette?

Our SongOnde histórias criam vida. Descubra agora