Gay Panic.

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- Ei Gavira! - paro de caminhar quando escuto uma voz ofegante me chamando e viro para trás, me deparando com um Pedri sorridente correndo em minha direção.

- Fala González - sorrio sem mostrar os dentes enquanto o garoto apoia seu peso nos joelhos, claramente cansado. Digamos que o treino foi bem puxado hoje.

- Meus pais e o Fer estão em Barcelona, vieram passar o fim de semana e eu... - fez uma pausa parecendo procurar palavras, o que me faz pensar onde queria chegar - Eu queria saber se você quer almoçar lá em casa, sabe como é, minha mãe te adora e não parou de falar em como está com saudades do garoto dela e pipipi popopo... - disse revirando os olhos.

Não contenho uma gargalhada enquanto pego o celular rapidamente, mandando mensagem aos meus pais. Assim que desligo o aparelho, encontro um Pedri de cenho franzido.

- Estava avisando meus pais que não vou almoçar em casa. - digo simples e Pedri muda sua expressão, parecia surpreso? - O que? Acha que vou perder a comida da tia Rosy? Nunca na minha vida! Estou com saudades deles também!

Sorrio empolgado, a verdade é que a família do Pedri é minha família também, sempre fui recebido de braços abertos por todos e a dona Rosy me mima como filho. Me sinto sempre em casa com eles.

- Ela disse que vai fazer risoto de camarão porque é seu favorito, acredita nisso? Eu sou o filho dela! - o moreno expressa sua indignação e tudo que consigo fazer é rir.

Passo o braço pelo seu pescoço, o guiando até o vestiário para não perdermos tempo.

[...]

Olho rapidamente as ruas de Barcelona pela janela, pareciam mais movimentadas que o normal, acredito que seja pelo fim de semana. Agora, estamos os dois limpos e cheirosos indo para a casa do canário.

Estava revirando o celular de Pedri em busca de alguma música que me agrade, até que paro para observar o mesmo. Pedri é cuidadoso e atencioso enquanto dirige, assim como é comigo, às vezes me sinto uma criança. Mas isso não quer dizer que deixe de ser um puta gostoso, sua expressão concentrada no trânsito e suas mãos habilidosas no volante, sua barba por fazer é realmente tudo muito atraente. Sinto minhas bochechas começarem a ferver e logo sou puxado de meus devaneios por uma voz calma me chamando.

- Pablo, você tá bem? - pergunta confuso, porém com um sorriso meigo em seus lábios, malditos lábios. - Nós chegamos fazem 2 minutos e você ficou parado... Sem contar que não achou nenhuma música que te agrade... - a última frase soou mais como uma pergunta.

Viro o rosto imediatamente, pensando em como enterraria minha cabeça no chão mas meu momento de vergonha é interrompido por sua mão fazendo um leve carinho no meu joelho.

- Tá tudo bem sim, desculpa, eu acabei me perdendo nos meus pensamentos e nem percebi que já tínhamos chegado. - solto o ar que não percebi estar preso.

- Estava aluado, Pablinho. Se quiser me contar algo, sabe que estou a disposição! - o mais velho dá uma piscadinha sem tirar o sorriso dos lábios e logo solta o cinto - Agora vamos logo antes que a dona Rosy venha atrás da gente!

E o clima volta ao normal, me deixando aliviado. Descemos do carro e assim que entro na porta sou puxado para um abraço aconchegante, não consigo deixar de sorrir grande.

- Oi tia Rosy!

- Querido, como você está? Faz tanto tempo que não vejo você, parece estar maior e mais forte! Anda treinando muito? Mas se cuidando, certo? Eu fiz seu prato favorito, está com fome? - sou recebido com um monte de perguntas e elogios que me deixam levemente desnorteado mas de coração quentinho. Não demoro em responder a mais velha e perguntar como estava a mesma, ainda em seu abraço.

Almoço de família. - Gadri.Onde histórias criam vida. Descubra agora