Essa é uma história de uma garota chamada Marie.
Marie tem uma vida normal, até se ver como posse de alguém sombrio.
Tudo começou quando em uma noite, que deveria ser de celebração, se torna de terror após Marie passar por uma experiência de quase...
Termino de passar o café, inalando o cheiro forte da bebida conforme o vapor subia. Após o trabalho, me vi mais animada para fazer algo diferente se não me esconder debaixo dos lençóis. Parecia que algo em mim havia despertado na manhã seguinte.
Bato duas vezes na porta do quarto de Alicia - que também era meu- , a qual tinha acabado de chegar da escola. Abro sem esperar sua permissão, o que a faz parar de tirar a roupa e me encarar.
ㅡ O que foi? ㅡ pergunta, me analisando.
ㅡ Quer tomar um sorvete? Ir ao shopping? ㅡ sugiro, o que a faz erguer as duas sobrancelhas lemente e me olhar estranho.
ㅡ Ah... Agora?
Faço que sim. Eu e Alice não saíamos muito depois que Jacob foi morto e seus amigos dados como desaparecidos. O nosso grupo de amigos havia se dissolvido, já que ninguém tinha a coragem de voltar a se reunir. O clima havia ficado frio.
Restando apenas eu, Alice e mais duas colegas de infância, sendo que uma delas trabalhava comigo, Débora.
ㅡ É.
ㅡ Débora vai? ㅡ pergunta, me fazendo lembrar que elas haviam brigado uma noite antes da festa, o que levou Débora à não ir. Desde então, elas não conversavam. Ainda mais depois que o grupo não estava mais unido.
Nego com a cabeça, muito embora eu quisesse chamá-la.
Alice sorri fraco.
ㅡ Tudo bem. Acho que precisamos mesmo de um sorvete para adocicar a nossa vida triste.
Isso me faz sorrir também.
ㅡ Beleza. Vou avisar a vó Cora.
ㅡ mama saiu. ㅡ Alice avisa antes de passar por mim para ir em direção ao banheiro.
ㅡ Saiu? Eu nem vi...
ㅡ Ela deve ter ido à farmácia. ㅡ sua voz sai abafada de dentro do banheiro.
Alice não espera resposta minha. Então, enquanto ela está no banho, me ajeito para tentar animar mais a minha cara de sono.
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Levo meu sorvete até a boca, sorrindo ao sentir o gosto suave do morango. Alice encarava as pessoas passando, parecendo perdida em seus próprios pensamentos.
ㅡ Ei...ㅡ chamo a sua atenção. ㅡ O que houve?
Ela balança a cabeça como se não fosse nada de mais e volta o olhar para o seu sorvete.
ㅡ Não sei... Me sinto muita estranha.
Pisco algumas vezes a analisando melhor.
ㅡ Estranha como
ㅡ Eu...ㅡ para de falar parecendo pensar no que dizer. ㅡ Eu estou conhecendo um cara. Ele é legal e me faz bem, mas não sei se estou pronta para um relacionamento.
Ergo as duas sobrancelhas, realmente surpresa. Alice já estava em outra, e o melhor, ela não havia falado nada ou se quer demonstrado.
ㅡ Há quanto tempo?
Ela me olha.
ㅡ Não falei antes porque estava insegura.
ㅡ Insegura?
ㅡ Jacob morreu há apenas um mês atrás.
Franzo o cenho, agora deixando meu sorvete de lado.
ㅡ O que ele tem a ver com isso? ㅡ minha fome havia sumido de repente. Tocar nesse assunto me deixava ansiosa e com más lembranças. Nada havia sido resolvido ainda... Não para mim.
Alice exala pesado e passa as mãos pelos fios do cabelo, o bagunçando em uma maneira exagerada.
ㅡ Pare com isso, Marie! Assim você me deixa louca.
ㅡ Parar com o quê?!
ㅡ Você já sabe que eu e ele...ㅡ de repente, alguém passa por nós, levando a bolsa de Alice pendurada na cadeira.ㅡ Minha bolsa!
Mas o homem já corria para a esquina. Levanto, agradecendo mentalmente por minha bolsa estar entre as pernas, debaixo da mesa.
ㅡ Minha nossa, Marie! Minha bolsa!ㅡ Alice se desesperou.
ㅡ Calma, calma...ㅡ ponho a mão em seu ombro, mesmo que eu também não estivesse muito calma. ㅡ Vamos ligar para a polícia, não vai adiantar correr agora.
Alice pôs as mãos no rosto, e eu abracei.
ㅡ Minhas coisas, Marie...ㅡ choramingou.
Respiro fundo e me afasto, notando as pessoas ao redor comentando.
ㅡ Vem, vamos..
Consigo carregar Alice para longe dos murmurinhos, pegando meu celular para telefonar.
