Pra fugir do mundo

1.1K 54 315
                                    

Se você não entendeu muito bem de quem se trata a história, é isso mesmo: Gleisi Hoffmann e Simone Tebet. Um "enemies to lovers" desses, bicho...! Não gostou da ideia? Pare aqui mesmo! A leitura não é obrigatória ;)

Esta fanfic foi um pedido da Tintia, ministra do LGBTebet (reclamações/surtos/ofensas, podem mandar todas pra ela  =P). Mas fato é que "Disritmia" não teria sido escrita se não fossem Sara 💖 e Marina 💜, então eu peço licença pra dedicá-la a vocês, pra quem me faltam palavras pra dizer o tanto que cês me fazem bem!

Você que ficou em dúvida ou que comprou de imediato a ideia e decidiu seguir com a leitura, divirta-se!


🔥🔥🔥🔥🔥🔥🔥🔥🔥🔥🔥🔥🔥

Eu quero me esconder debaixo

Dessa sua saia pra fugir do mundo.

Pretendo também me embrenhar

No emaranhado desses seus cabelos.

🔥🔥🔥🔥🔥🔥🔥🔥🔥🔥🔥🔥🔥


Era noite do dia 24 de outubro de 2022, estava chovendo no Rio de Janeiro quando o avião decolou, estava chovendo em São Paulo quando a aeronave se preparava para o pouso, e ela estava preocupada, o tempo todo monitorando voo, motorista, segurança. Talvez fosse excessivo, mas era o jeito dela de lidar com as coisas, de querer fazer dar sempre certo, de cuidar, de se preocupar. Acompanhando pelo aplicativo de rastreador de voos, viu que o avião só conseguiu descer na pista na terceira tentativa. Desejava que as duas passageiras que monitorava estivessem bem, sobretudo...

- Gleisi, você me ouviu? – Rosângela Lula da Silva, a Janja, estava falando há algum tempo sobre a organização da reta final da campanha, mas a deputada federal, presidenta do PT e coordenadora da campanha de Luiz Inácio Lula da Silva, Gleisi Hoffmann, não tinha ouvido nem metade das palavras que sua amiga havia dito.

- Eu... me perdoa, Janja, mas...

- O que está te deixando tão distraída, minha amiga? Fala pra mim, o que tá acontecendo? Eu já reparei faz dias, mas não conseguimos ter tempo de conversar no meio de toda essa loucura – a socióloga sorriu, tentando oferecer algum aconchego à outra mulher. As duas se conheciam há bastante tempo, desde o PT do Paraná, no qual Janja era filiada e onde Gleisi já havia sido presidenta da executiva estadual – Você quer uma água, um café? Sair dessa sala cheia de gente?

- Eu quero mesmo é um cigarro e uma cerveja, Janja. Mas vamos lá fora um pouco, a parte de trás aqui do teatro está isolada – Gleisi indicou a porta e as duas saíram, apesar da chuva, agora fina, que caía.

A futura primeira-dama usava um conjunto branco de calça skinny e blazer com uma camisa da campanha "Faça Bonito", contra a exploração e o abuso sexual infantojuvenil. Gleisi, por sua vez, tinha escolhido seu vestido xadrez azul... aquele azul, o azul dela. Sequer tinha percebido quando pegou a roupa em sua mala para o evento, mas a constatação a deixou levemente ansiosa.

O que mais gostava naquele vestido, além do modelo midi confortável, eram os bolsos. Tirou do esquerdo um maço de Camel Purple & Mint e o isqueiro vermelho, acendendo um cigarro. Ofereceu a Janja, que aceitou um trago depois de se certificar que não havia ninguém por perto que pudesse registrar as duas mulheres naquele pequeno intervalo.

Com a atenção voltada novamente para o celular, Gleisi sorriu ao receber uma mensagem informando que, finalmente, haviam pousado em Congonhas. Em, no máximo, 35 ou 40 minutos, estariam na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo para o ato em defesa da democracia.

DisritmiaOnde histórias criam vida. Descubra agora