Capítulo 26

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Abril de 1998

Mais cedo naquele dia, Lupin havia treinado Hermione repetidas vezes em encantamentos sem varinha.

Ela ficou exausta depois de horas persuadindo sua magia a se expelir através de sua própria pele, em vez de canalizar seu poder por meio de um instrumento externo criado explicitamente para tal propósito. Embora ela fosse capaz de fazer feitiços simples sem uma varinha, convocar objetos, acender uma vela, encher um copo de água, a habilidade de lançar um escudo mágico ou atordoar alguém com apenas uma palavra ou pensamento ainda estava fora de seu alcance.

Em vez disso, durante suas muitas tentativas, Hermione sentiu a magia aprisionada ondulando sob a superfície de seu corpo, como uma corrente elétrica procurando uma saída, frustrando-a e ainda estranhamente energizando-a ao mesmo tempo. Ela sempre se sentia como um fio elétrico, pronta para explodir a qualquer momento, com a liberação tentadoramente fora de alcance.

Beijar Malfoy trouxe de volta a mesma sensação.

Uma de suas mãos segurava o rosto dela, quase com reverência, e a outra rodeava sua cintura. Algo nela vibrou sob a ponta dos dedos dele, onde roçaram suas costelas, e o estômago de Hermione se contraiu agradavelmente.

Se ela tivesse qualquer desejo de fazer mágica naquele momento, Hermione pensou que poderia ter derrubado o próprio Voldemort sem uma varinha.

A boca de Malfoy se desconectou da dela apenas o tempo suficiente para ele soltar o que soou como um suspiro irregular.

- Granger, eu...

O que quer que Malfoy estivesse prestes a dizer foi interrompido por um estalo súbito.

Hermione cambaleou para trás, imediatamente ciente da ausência dos lábios de Malfoy em seus próprios, e olhou em volta cegamente.

- Er, Monstro? - ela perguntou estupidamente quando seus olhos finalmente focaram na fonte da interrupção.

O elfo olhou para ela com olhos redondos antes de se virar respeitosamente para Malfoy.

- Monstro está deixando as cozinhas e deixando isso continuar por algum tempo, mas os pãezinhos vão queimar agora se...

- Tudo bem - Malfoy disse apressadamente, puxando Hermione com ele em direção à porta. Ele parecia confuso, e isso a deixou com uma nova sensação de satisfação por ter evocado tal resposta no bruxo normalmente controlado. - Estávamos indo.

Ainda tonta, Hermione quase riu alto quando ele a levou para o corredor e começou a puxá-la em direção às escadas.

- Malfoy, são apenas três horas da tarde, acho que vamos ter que esperar para continuar isso...

Um gemido de frustração escapou de Malfoy, e ela se permitiu outro momento de presunção autoindulgente.

- Talvez mais tarde? - ela ofereceu, e seus olhos se encontraram.

Os olhos de Malfoy estavam escuros e a prenderam contra a parede atrás dela quase tão firmemente como se ele a tivesse pressionado novamente. Mas então as mãos dele escorregaram de sua cintura, e ela deu um passo para trás involuntariamente, de repente nervosa.

- Granger - ele disse com um senso de finalidade. Antes que Hermione pudesse dizer qualquer coisa, uma porta se abriu à direita deles e a luz se espalhou pelo corredor.

Eles se afastaram ainda mais, evitando os olhos um do outro.

- Hermione?

Era apenas Neville, emergindo do porão onde devia estar entregando ingredientes de poções para Tonks e os outros.

Coisas Que Somos Jovens Demais Para Saber - TRADUÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora