Prólogo

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Grr! Merda!

...Por que, diabos, ele tinha que deixar as coisas escalonarem até aquele ponto!?

Matthew precisou de cinco minutos, completamente imerso no emaranhado de besteiras que era o próprio cérebro, para refletir sobre os primórdios da paixão ultra-secreta e unilateral por um dos melhores amigos dele.

Bem, não havia sido algo muito difícil de acontecer, considerando que Kim Jiwoong caracterizava-se como o epítome perfeito de um deus grego no campus estudantil. Gentil, carinhoso, bonito, simpático e mais uma imensidade de adjetivos existentes em seu repertório de coreano ainda um pouco carecido...

Uma verdadeira furada para se apaixonar. Fato que foi amplamente ressaltado em diversos momentos por todos os conhecidos do canadense.

Seok sempre lembraria com precisão do dia em que Hanbin comentou, após apresentá-lo ao Hyung de rosto de divindade em seu primeiro ano como estudante da Universidade Nacional de Seul, que o mais velho não era o tipo de pessoa para relacionamentos e que também colecionava corações partidos tal qual alguns trocavam de acessórios.

...

Matthew realmente tentou fugir disso, mesmo que o carinho exacerbado de Kim quase sempre fosse direcionado a ele, e que as investidas de brincadeira acabassem fazendo com que a sua caixa torácica fraquejasse toda vez que este flertava consigo.

— Céus! Ninguém aguenta mais te ver suspirar! Toma tenência! — E, embora quisesse permanecer cultivando essa sequência de negatividade e autodestruição, seu tempo de divagações acabou sendo interrompido pela reclamação alta e direta de Ricky, que dividiu o rosto entre sarcasmo e descrença pura. — Todo o dia isso de "ain o Jiwoong isso, ain o Jiwoong aquilo." Se declara logo 'pra ele!

Puff!

Tão delicado quanto o coice de uma mula...

Não que Woohyun esperasse ser recebido com flores e elogios, porém ainda eram os melhores amigos dele ali!

No mínimo, deviam ter um pouco de empatia perante a sua situação frustrante.

— Ricky! — Zhang Hao, felizmente presente na mesa do refeitório, deu a voz da razão, como sempre agindo de mediador no grupo. — Não fale assim, é indelicado.

Simpático e receptivo.

Ser amigo do mais velho poderia comparar-se aos braços calorosos de uma mãe. Bem... Literalmente uma mãe, já que este foi rápido em atingir um dos bíceps do outro chinês para repreendê-lo.

Ouch! Não me machuque!!

E Matthew até refutaria a ofensa, caso tivesse escutado direito o que Quanrui mencionou. Encontrando-se ocupado demais secando o corpo esbelto e torneado do amor da vida dele para se importar com qualquer outra banalidade.

Mais uma questão a ser estudada: Jiwoong, apesar de possuir uma inteligência invejável, dito como o número um da faculdade de medicina, era denso para caralho nos mais diversificados quesitos.

Em todos aqueles dois anos, como ele nunca percebeu os olhares e atitudes nada discretas de Woohyun!?

— Ao contrário de alguns aqui, eu não tenho cara de pau para me declarar no meio do refeitório. — No entanto, Seok ainda foi capaz de reagir às provocações num determinado momento. O chinês mais velho da mesa somente dando de ombros, como se não sentisse vergonha do evento em específico mencionado, no qual desafiou Sung Hanbin a levá-lo para sair na frente de diversos espectadores.

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