I-LAST

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KHADIJA               𝐀𝐮𝐠𝐮𝐬𝐭 𝟏𝟖, 𝟐𝟎𝟏𝟔

7 anos atrás~~

— Eu só queria saber o porquê se mudamos mais uma vez, mãe! -Reclamo indignada.

— Khadija, já expliquei que foi necessá...-Ela diz já sem paciência, mas a interrompo.

— E o meu pai? Por que a senhora nunca fala
dele?-Sinto meus olhos começarem a marejar de lágrimas.—Eu só queria conhecê-lo...-Sussurro alto o suficiente para ela ouvir e chego mais perto da mesma.

— Khadija não me aborreça, já falei que isso é assunto para quando você estiver maior.-A mesma que estava de costas para mim cortando legumes,se vira furiosa para me olhar.

— Tudo bem, anne...-Digo aborrecida, me viro e vou para fora de casa,após fechar a porta de casa,eu seco as lágrimas que teimaram a sair e pego o fone dentro da mochila em minhas costas,coloco a minha música favorita para escutar no caminho até a escola,visto que não é tão longe.

Eu não consigo entender o porquê minha mãe tanto foge ou porque ela não me deixa nem perguntar do meu próprio pai.
Já é a terceira vez que nos mudamos neste ano,eu precisei me desfazer de muitas amizades e nessa nova escola,eu conheci a Alana, uma menina que veio da Colômbia.

Quando eu volto dos meus pensamentos,vejo a cafeteria que acostumo ir quando preciso relaxar minha cabeça desde que vim para cá e decido entrar para comer alguma coisa,já que não consegui tomar café da manhã.

— Olá, me vê um suco de abacaxi e um croissant, por favor? -Peço para o atendente e dono da lojinha,um senhor de idade com fios de cabelo grisalho chamado Erald.

— Opa, bom dia! Saindo um suco de abacaxi!-Ele fala com tanto entusiasmo que faz sair o meu primeiro sorriso no dia. Vou para uma mesa vazia esperar meu pedido e aproveito para ver o jornal que estava passando na televisão em minha frente.

— Empresa Miller's, acaba de inventar mais um Rum e este vai ser de uma coleção especial, Mary será o nome, em homenagem a sua falecida esposa.-diz a jornalista contente e logo aparece o dono da empresa em seu terno preto para da a reportagem.

— Bom dia, o rum Mary é uma mistura doce com uma pitada amarga. Como disseram, é uma homenagem a minha falecida esposa que era uma mulher doce e decidida.-Ele diz secando uma lágrima solitária que caia em seu rosto.

— Aqui pequena Dija, o seu pedido. -O senhor deixa o lanche na minha mesa e dá um longo sorriso. — Deseja mais alguma coisa?-Pergunta Erald.

— Não não Erald, muito obrigada. -Abro um pequeno sorriso em forma de agradecimento.

Após comer meu lanche, vou para a escola, já que provavelmente já deve ser o horário de entrar. Olho meu uniforme que estava um pouco desleixado, passo a mão em cima da minha saia, deixando o tecido mais reto possível, coloco minha blusa social para dentro da saia e por fim, ajeito a gravata. Já chegando na escola, vejo um garoto vir na minha direção e já vi ele com Amber Jones, uma garota irritante que efetua bullying com bolsistas.

— E aí Khadija, você tem aquele negócio?-Ele pergunta quando chega mais perto de mim.

— Hum...-digo receosa.-Tenho sim. — digo já virando a mochila para pegar os saquinhos com drogas.

Tame meOnde histórias criam vida. Descubra agora