DETROIT, 2039.
04:34 PM.Aquele era mais um dia comum na delegacia de Detroit. Uma terça pacífica, onde todos estavam tão focados em seus trabalhos como em qualquer outro dia da semana.
A mesa ao canto esquerdo da grande sala marcava a presença de uma jovem mulher, em torno de seus vinte e seis anos. Ela tinha cabelos escuros em um corte Wolf Cut, e estava trajando um sobretudo preto, que tinha um belo contraste com suas botas pretas e sua camiseta cinza genérica. Aquela era Maeve, uma das detetives da delegacia central de Detroit, conhecida também como filha de um dos co-criadores da Cyberlife. Maeve estava concentrada em algumas folhas, tomando um copo de café já gelado, quando uma silhueta se pôs a sua frente e chamou sua atenção.
- Garota.
Ela levantou os olhos e viu Hank a sua frente. Um velho de cabelos brancos, com a mesma feição séria de sempre, porém, daquela vez estava mais séria do que o comum.
- Tenente. - Cumprimentou e arrumou sua postura sobre a cadeira.
- Está muito ocupada? - Perguntou Hank, com as mãos no bolso de sua jaqueta.
- Na verdade não. - Negou, deixando os papéis de lado e dedicando sua atenção totalmente ao velho. - Só revisando uns papéis de uma investigação passada. Nada demais.
- Que ótimo. Preciso da sua ajuda.
- Em que?
Hank era conhecido por não gostar muito de dividir seu trabalho com outras pessoas, isso devido a acontecimentos passados. Então, era estranho o ouvir pedindo ajuda, principalmente para Maeve, já que ambos não eram assim tão próximos para esse tipo de coisa.
- O nosso amiguinho não está nada legal.
Com um movimento de cabeça, Hank apontou para um banco do outro lado da sala, onde um homem alto estava sentado com os punhos fechados quase colados ao rosto, claramente nada contente.
Maeve não demorou a perceber que aquele era Connor, mais um dos detetives da delegacia. Porém, o que o diferenciava da maioria era o fato de Connor ser um Android, um Android criado pela Cyberlife como um protótipo avançado. Ele foi projetado para ajudar na aplicação da lei humana; especificamente na investigação de casos envolvendo Androids desviantes. Ela notou seu comportamento estranho, Connor parecia pensativo demais. Maeve encarou Hank e perguntou:
- O que deu nele?
Hank suspirou fundo e encarou o chão.
- Deixamos um garoto morrer. - Ele encarou a jovem. - Seu pai o usou como refém quando o confrontamos pelos seus crimes envolvendo abuso de menores. Connor não conseguiu o salvar.
Aquilo explicava tudo. Connor era um negociador, estava acostumado a lidar com aquele tipo de situação a todo tempo, então era plausível dizer que com sua experiência e inteligência nunca iria falhar. Mas, falhou, não só uma, mas três vezes naquele mês. Maeve suspirou fundo e balançou a cabeça, se levantando e arrumando seu sobretudo, em seguida fitou Hank, e sequer precisou falar nada, pois ele mesmo complementou:
- Conto com você. - Deixou um afago em seus ombros. - Aparentemente você é a única que consegue entender ele.
Eram poucos aqueles que levavam a sério tudo o que Connor dizia e fazia. Desde que Maeve entrou para a polícia de Detroit, percebeu que a maioria não gostava de estar ao lado daquele Android, principalmente depois que descobrirem que ele participou da revolução em 2038 que ajudou outros Androids a terem seus direitos e a não serem mais tratados como escravos. Connor dividia opiniões. Porém, Maeve, assim como Hank, era uma das únicas que tratava o Android da devida forma.
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𝐋𝐈𝐌𝐈𝐓 | Connor.
Romance♡̸ › 𝑪𝒐𝒏𝒏𝒐𝒓 𝒇𝒂𝒏𝒇𝒊𝒄𝒕𝒊𝒐𝒏. - Onde Connor descobre seus limites ao se apaixonar por sua colega humana de trabalho. | One-shot Detroit Become Human. • A história contém linguagem +18 e temas que podem causas gatilhos. Leia por conta...