Capítulo 05

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Alyssa POV's

  Me digam que não é só eu que deseja que isso acabe o mais rápido possível? Porque não aguento mais! Pensem numa mulher falsa e arrogante, lhes apresento Amarantha. A cada três palavras dela, quatro me faz querer matá-la.
   Ser a Nestha nesse lugar está me mantendo viva, eu e Feyre sempre conversamos coisas banais para não enlouquecer aqui e tem dado certo até então. Há dois dias, minha irmã foi chamada para realizar uma tarefa, quando voltou disse que a senhora da Outonal lhe ajudou em agradecimento por salvar a vida do Lucien. Ao que parece agora é a minha vez, já que o demônio do Attor está me arrastando pelos corredores enquanto segura fortemente meu braço.

- A empregada derrubou lentilhas na lareira, deve juntar todas antes que o dono do quarto volte - me empurra pra dentro do quarto e fecha a porta com um sorriso maldoso, a vontade que tive de enterrar sua cabeça na lareira não está escrito. 

   Me abaixo na frente da lareira e começo a retirá-las na força do ódio, vou resmungando pragas e maldições a Amarantha enquanto o tempo passa devagar. Sinto uma presença reconfortante no quarto e minhas sombras murmurando que estavam com saudades, suspiro aliviada sabendo que estão bem.

- Alyssa, querida. Posso saber o que está fazendo ajoelhada na minha lareira? - escuto sua voz sensual ecoar pelo quarto, bufo levantando e cruzo os braços enquanto lhe encaro.

- A praga do Attor disse que derrubaram lentilhas aqui e que eu deveria juntar tudo antes do dono voltar, suponho que seja você o dono do quarto - respondo enquanto solto um bocejo cansado, percebo que me encara de cima a baixo com um sorriso de lado e para os olhos nos meus seios - Meus olhos são aqui encima, Rhys!

- Eu sei, querida. Mas, devo admitir que você é deliciosa! - rebate passando a língua nos lábios, isso causou uma queimação gostosa no meio das minhas pernas e ele percebe isso já que suas narinas dilatam e seus olhos escurecem de desejo.

- Sei que sou gostosa, Rhysand. Mas, foca na situação aqui - falo um pouquinho afobada, ele abre a boca pra responder mas escutamos a maçaneta mexer. Rhys estala os dedos e todas as lentilhas aparecem no balde, os capangas de Amarantha entram no quarto e me agarram pelos braços que ganha um rosnado do moreno deitado na cama.

- Senhores, sugiro que sejam mais gentis com as moças - ele grunhe irritado, os lacaios me largam com se estivessem enfeitiçados. Antes de sair, lhe mando um sorriso agradecido e percebo surpresa em seus olhos. Chego na cela e conto o que aconteceu no quarto, Feyre faz careta e resmunga algumas coisas sem sentido.

   Fomos retiradas da cela com um guarda da cela que disse que a lua cheia chegou, escuto sons da multidão vibrando pelo meu corpo

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   Fomos retiradas da cela com um guarda da cela que disse que a lua cheia chegou, escuto sons da multidão vibrando pelo meu corpo. Não havia armas apontadas pra nós, não estávamos nem mesmo acorrentadas. Sei que não vão precisar de muito para nos pegar caso tentemos fugir, o barulho piorou quando as portas do salão forma abertas.
    Com o piso escorregadio pela lama era difícil ficar em pé, escuto feéricos gritar coisas desconexas mas tenho uma vaga ideia do que seja. Fomos empurradas até uma plataforma de madeira erguida acima da multidão. No alto estava a vadia ruiva e o estrupício loiro, diante deles havia um labirinto expondo túneis e trincheiras que percorriam no chão.
    Fomos atiradas de joelho diante de Amarantha , me levanto puxando Feyre junto. Assumo minha mascara de Nestha enquanto observo ao redor discretamente, percebo seis machos que estavam em volta da plataforma e se destacavam na multidão. Acredito serem os outros Grão-Senhores, já que consigo sentir um resquício de magia que lhes restou.
     Assim que a vadia ergue a mão, todos se calam no mesmo instante e creio que é possível escutar nossos corações batendo.

- Então, meninas - a vaca chama nossa atenção, sua mão no joelho do traste junto do anel de olho em seu dedo. Que visão mais macabra, arrepiou foi tudo aqui - Sua primeira prova está aqui, vejamos o quão profundo pode ser a sua feição humana.

  Trinco os dentes, solto um pequeno rosnado quase imperceptível. Oh, mulherzinha vadia do cão!

- Tomei a liberdade de descobrir algumas coisinhas de vocês. É justo, vocês sabem! - cantarola com o veneno escorrendo, será que se eu falar ela me mata? - Acho que vão gostar da prova, vão em frente. Deem uma olhada.

   As trincheiras, provavelmente de 6 metros de profundidade, estavam escorregadias com a lama; na verdade, pareciam ter sido escavadas na lama. Luto pra manter o equilíbrio quando olho mais para dentro, as trincheiras formavam um labirinto por todo o chão da câmara e o caminho fazia pouco sentido. Estava cheio de poços e buracos, os quais sem dúvida davam para túneis subterrâneos e...

"Atrás de você!"
"Cuidado, mestre!"  

   Me viro a tempo de segurar as mãos do Attor que estava pronto pra me empurrar, mas Feyre não teve a mesma sorte já que escuto seu grito. Consigo dar um chute no joelho do Attor que vacila e lhe dou um soco na cara que o faz desmaiar temporariamente.
    Corro até a borda e pulo lá pra baixo, consigo pousar perfeitamente apesar da lama escorregadia já que fiz isso antes com Yelena depois de uma chuva. Seguro o braço da Feyre antes que ela caísse de bunda na lama, escuto algumas risadinhas direcionadas a ela. Mando um olhar mortal para a multidão que cessa a risada, a lama que pisávamos tinha um cheiro terrível.
    Viramos a vimos a plataforma de Amarantha agora flutuando na borda da trincheira, ela abaixou o olhar pra nós com aquele sorriso de serpente.

- Rhysand me disse que Feyre é caçadora, mas não sei se Alyssa também caça. Então, vamos descobrir ao caçarem isto! - ela estala o dedo na nossa direção, percebo ouro refletindo nas mãos dos feéricos enquanto comemoram. Estão mesmo apostando nossas vidas? Bando de imbecis mesmo, a gente vem até aqui para libertá-los e é assim que nos agradecem? - Soltem o animal!

   Escuto uma grade ranger, e então um ruído de movimento rastejante e ágil preencheu a câmara, as sombras ficaram densas. A multidão foi se calando até ser escutado apenas murmúrios, silencioso o bastante para que se escute um tipo de grunhido grutal; depois, consigo  sentir a vibração no chão conforme o que quer que fosse corria até nós.

"Corra!"
"O Verme de Middengard é perigoso!"
"Cuidado, Dama das Sombras!"

   Amarantha emitiu um estalo com a língua, viramos a cabeça e as sobrancelhas dela se ergueram.

- Corram! - ela sussurra, então a coisa surgiu e nós saímos correndo.

   Era uma minhoca gigante, ou o que um dia poderia ter sido uma minhoca, caso a extremidade dianteira não tivesse se tornado uma boca imensa, cheia de anel após anel de dentes afiados como lâminas. O animal disparou em nossa direção, o corpo marrom e rosado se impulsionando e se contorcendo com uma facilidade assustadora. Aquelas trincheiras eram o seu lar e nós éramos o seu jantar. Só digo uma coisa... A GENTE VAI MORRER!

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Paro ou Continuo?

A Archeron Mais VelhaOnde histórias criam vida. Descubra agora