O que difere o certo do errado?
Quando Eva Grimhilde, mais conhecida como Evie, a filha da rainha má, recebe um convite para sair da ilha dos perdidos e ir estudar em Auradon, Malévola da a ela e a seus amigos a ordem de roubar a varinha da fada mad...
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— Como assim “surpresa”? O que é tudo isso? — Mal perguntou, ficando mais estressada ao prestar atenção nas sacolas e ver que elas eram bem grandes. — São as faixas para decorar a festa de boas-vindas e a máquina que eu vou usar para costurar... — Evie respondeu em seu tom baixo e receoso, não conseguindo deixar de apertar suas mãos uma na outra por conta do nervosismo. — Você vai costurar aqui no quarto? — a de roxo franziu as sobrancelhas, cruzando os braços. — Uhum... — Evie respondeu silenciosamente, acenando com a cabeça. — Ben. — Mal subitamente direcionou seu olhar ao garoto, mudando a expressão para um sorriso forçado. — Você pode nos dar uma licencinha? — A-ah, sim, claro. Na verdade eu já estava de saída mesmo, lembrei que tenho um compromisso muito importante. Tchau! — ele falou sem jeito, enquanto se apressava em colocar as sacolas no chão e abrir a porta do quarto. — Boa sorte. — ele sussurrou baixinho, olhando para Evie, que o respondeu com um sorriso cabisbaixo.
As janelas do quarto mal estavam abertas, mas Evie sentiu calafrios tão fortes que era como se uma geada catastrófica tivesse congelado todo seu corpo, e piorou assim que ela ouviu a porta atrás de si sendo fechada e viu Mal voltar a ter a expressão furiosa presente em sua face. Tudo o que ela pode fazer naquele momento foi mentalizar suas últimas palavras, porque ela tinha certeza que não sairia dali viva.
— Você enlouqueceu de vez? — a de cabelos roxos começou a falar com o tom ainda calmo, mas já fazendo perguntas retóricas, como sempre costumava fazer quando estava irritada. — Eu ia avisar antes de trazer as coisas, mas acabei esquecendo por causa da correria. — Evie, eu sei que você gosta dessas coisas de princesinha e tals, mas nós não temos tempo para isso agora. — O que? Como assim? — Você sumiu o dia inteiro e nem sequer disse o que estava fazendo. Eu e os meninos nos reunimos para conversar sobre um novo plano e íamos precisar do seu espelho, mas você literalmente não aparecia. — Me desculpa, eu não pensei que vocês fossem precisar de mim, porque normalmente você marca antes quando nós vamos planejar algo e... — Não importa se eu marquei ou não, o que importa é que você está claramente dando mais importância pra essa festa idiota do que para nosso objetivo. — ela interrompeu Evie. — Isso não é verdade, eu tô me esforçando tanto quanto vocês. — Então esse troço todo faz parte do nosso plano? — ela apontou para todos os materiais que Evie e Ben haviam trazido, fazendo uma cara sínica. — Não, mas... — Evie, eu preciso que você comece a levar as coisas realmente a sério — ela cortou sua amiga novamente, a repreendendo. — porque se a gente voltar para a ilha com as mãos vazias, eu não vou ser a única que vai ter que aguentar a punição da minha mãe. — Eu sei disso, Mal... — com o tom um pouco mais firme, Evie olhou sua amiga diretamente nos olhos enquanto falava. — Eu vou ser mais presente nos nossos planos, eu prometo, mas eu consigo fazer isso enquanto costuro alguns tecidos. — Por que você se importa tanto com essa festa, hein? — a pergunta retórica estava presente novamente, junto a uma cara e expressão corporal desapontada, que por alguns segundos, por conta dos trejeitos, fez Evie sentir que estava falando com Malévola, e não com sua amiga de infância, Mal. — Eu não sei explicar, tipo, você não quer ter uma chegada legal e marcante? Nós somos as filhas das maiores vilãs ainda vivas, merecemos uma festa grandiosa de boas vindas. E além disso... — Evie sabia que a vontade de ter uma chegada triunfal não era a única coisa que estava a impulsionando a continuar com isso, era apenas um pequeno detalhe, menor do que outros motivos mais importantes, mas esses motivos eram complicados demais para explicar em um momento como esse. — O que nós merecemos é ser reconhecidas como vilãs de verdade, não uma sombra do que um dia nossas mães já foram! — Nós não somos uma sombra, Mal, você sabe que somos bem mais que isso. — com um sorriso amigável, Evie deu um passo à frente, ficando mais próxima de Mal, estendendo a mão como costumava fazer sempre que estava prestes a haver momento fofo entre as duas. — É fácil para você falar, não é você que literalmente tem o mesmo nome que sua mãe. — Mal respondeu com um tom frustrado, revirando os olhos.
