Um símples "Te Amo"

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Notas da autora

Oi, gente. passando pra avisar a todos que essa história é ligada á "Vícios e Saudades"

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A cidade de São Paulo estava caótica. Uma chuva torrencial alagava tudo que se era possível.
Numa cobertura no centro da cidade, um certo rapaz aproveitava o dia de folga naquele clima frio.
Sandro estava no sofá, enrolado em vários cobertores, assistindo um filme de terror.
Sua gata, Tequila, junto a ele. Deitada confortavelmente nas coxas de seu dono, ronronando feliz com o carinho que recebia nas orelhas.
O paulista apreciava o sangue e o horror na tela, no escuro do apartamento, quando o barulho do interfone o fez dar um pulo.

- Senhor! Que susto. Justo na minha folga vem alguém pra me atazanar.

Com o movimento brusco, a gata bicolor pulou de seu colo, dando espaço para que Sandro, muito irritado, atendesse o aparelho.

- Oi.

- Boa noite, sinhô Sandro. Desculpa incomodar mas tem um rapaz aqui na portaria querendo subir. O nome é... Ricardo. Ricardo Januário.

O nome fez com que os olhos negros e puxados se arregalassem e a pele branquinha ficou quente, corada.

- Pode deixar ele subir. Obrigado, Vilmo.

Em poucos minutos as luzes estavam acesas, os cobertores dobrados e o moreno apenas esperando.
As batidas denunciavam que havia alguém do outro lado da porta. Ao abri-la, um Ricardo completamente encharcado se fez visível,olhando profundamente em seus olhos, com os dreads pingando na madeira do corredor, ofegante de subir as escadas correndo e as roupas úmidas coladas, dando destaque para o belo físico do carioca.
A visão causou uma irritação em Sandro, que franziu o cenho.

- Tá fazendo o que aqui, Ricardo?

A sobrancelha com um risco ergueu em dúvida. Sandro havia batido a cabeça e esquecido do texto gigante que enviou?

- Posso pelo menos entrar pra te explicar? Eu tô congelando.

- Claro. Desculpa te deixar aí fora.

O moreno abriu espaço e viu seu apartamento ficar com um rastro de água no piso branco por onde o descolorido passava.
Fechou a porta e viu o negro se abraçar para amenizar o frio que sentia.

Tequila notou a nova presença e de prontidão começou a rodear as pernas de Ricardo.

- Oi... Não tinha te visto aí. Fiquei com saudade de você também, viu Tequila.

O carioca se abaixou para dar carinho à gatinha, sorrindo fraco.
Distraído com a fofura sentada aos seus pés, ele só foi trazido de volta à realidade por uma toalha felpuda, que atingiu diretamente sua nuca.

- Ai! Tá maluco, Sandro?

O negro ergueu o corpo, olhando diretamente para o dono do apartamento, que estava aparentemente muito bravo com sua presença alí.

- Vai tomar um banho quente. Você vai ficar doente. - a voz irritadiça, ríspida e um pouco rouca. Culpa do cigarro, que nesse momento já estava aceso entre os lábios finos e pálidos.

Te Amo, DesgraçaOnde histórias criam vida. Descubra agora