Morangos mofados

Cap. 4 - Et

Por mais que o irmão avisou para ficar longe de Rafael, os dois não paravam de trocar olharem durante o almoço.

Rafael estava sentado do lado contrário de onde Nicole, seu irmão e alguns amigos dele e Alice estavam.

Será que ele sabe quem eu sou?

Rafael levantou da mesa e foi até a saída, a olhando por uma última vez antes de sair.

- Eu vou no banheiro - Nicole abruptamente se levantou e saiu ouvindo apenas um "tá bom" de Alice.

Quando saiu do refeitório, não encontrou o alfa no corredor e saiu procurando por ela. Ela não sabia o porque estava indo atrás dele, mas algo dentro de si a dizia que ela deveria ir até ele.

Quando virou o primeiro corredor, foi puxada fortemente, a fazendo choramingar, para dentro de uma das salas de aula.

Rafael fechou a porta e os dois ficaram se encarando de maneira constrangedora por alguns segundos.

- Nicole Laftily, irmã do Nicolas Laftily. É você? - Perguntou falando com um certo desdém o nome do irmão.

- Sim.

- Eu já conhecia o seu irmão, mas você nunca - Respondeu e se aproximou.

A cada centímetro que o alfa dava, o corpo da ômega parecia ficar incontrolável, quase gritando para correr e se jogar nos braços do alfa. Tudo isso estava assustando a ômega.

Ela não o conhecia e não estava entendo o porquê de tudo isso estar acontecendo.

Será que o fato de eu ter sarado da gripe completamente tem relação com ele?

Desse a noite anterior Nicole começara a ficar ansioso, como se estivesse aguardando por algo.

Nicole se afastou do alfa, desviando o olhar dele.

- O que você quer? - Ela perguntou.

- Estou curioso sobre você. Apesar de nossas famílias  precisarem trabalhar juntas eles nunca me apresentaram a você. Mas, quando você apareceu na sala parecia que eu já tinha te visto a muito tempo atrás.

Nicole não sabia o que dizer, não sabia se deveria confiar e contar o que sentiu também para o alfa que seu irmão falou claramente para não ficar perto.

Quando Nicole ia dizer alguma coisa, a porta foi aberta brutalmente pelo seu irmão.

- Nicole! - A puxou para longe de Rafael - O que eu falei sobre ficar longe dele?

Rafael e Nicolas se encaram mortalmente e Nicole começou a puxar o irmão para fora da sala antes que ele fizesse algo.

- Não ouse se aproximar dela novamente - Nicolas ameaçou e saiu da sala.

- Não precisa disso, irmão - Nicole respondeu brava pela interferência do irmão na conversa dos dois.

A ômega estava gostando de ficar perto do alfa e sentir o seu cheiro.

Ele tem cheiro de lúpus... realmente é tão bom quanto falam.

Nicole pensou sorrindo para o ar.

- Você não pode se aproximar dele, entendeu? - Pediu nervosamente.

- Por que não? Ele não fez nada de errado pra mim e a briga é entre nossos pais com os deles - Questionou irritada.

- Não é essa a questão. A questão é que ele não é confiável e você está proibida de conversar com ele novamente! - Nicole o olhou abismada, era raríssima as vezes que o irmão conversava com ela assim.

Nicole se virou e saiu dali, deixando o irmão pra trás.

. . .

Quando os irmãos chegaram em casa e a família se reuniu para jantar, Nicolas começou a contar sobre o que tinha acontecido naquele dia:

- Rafael Karivie entrou na escola e tá na minha turma - Os pais deles pararam de comer e o olharam em uníssono.

- O que ele quer lá? - A mãe perguntou.

- Não sei, mas pelo visto ele só entrou para estudar. Não me ameaçou nem nada - Olhou para Nicole e continuou - Mas... ela foi falar com a Nicole.

Nesse momento a mãe deles engasgou e pai a olhou em chique.

- O que ele queria? - A mãe perguntou preocupado.

- Por que vocês estão agindo assim? Ele só veio perguntar se eu era irmã do Nicolas. E também, ele não parece uma pessoa ruim já que quando ele encostou na minha mãe a minha dor passou na hora.

- Que dor?! - A mãe perguntou se levantando e indo até ela - Onde você tá com dor??

- Calma, mãe. Agora eu não tô com dor nenhuma, mas quando eu fui até a sala Nicolas e eu olhei pro Rafael, me veio uma dor de cabeça forte e um zumbido no ouvido forte e quando ele encostou na hora parou. Eu tinha ido lá pra contar que minha gripe tinha sarado completamente, que eu não tava mais com nenhum sintoma.

- Vocês sabem o que pode ter ocorrido pra isso acontecer? Ela nunca se curou tão rápido assim - Nicolas perguntou e os pais dos dois se entreolharam.

- Eu não sei - A mãe respondeu voltando a se sentar - Vou conversar com o médico dela amanhã.

Os dois voltaram a comer e o clima ficou estranho. Os irmãos se olharam sabendo que os pais estavam escondendo alguma coisa.