Trindade De Fogo

PRIMEIRO ATO

Um pássaro branco voou entre as frestas de luz que passava pela cortina do quarto de Lauren, ao pousar em seu lado a menininha que antes dormia despertou com o barulho de seu sabiá, a criança tão depressa se pôs sentada em um pulo em sua cama e observou o passarinho branco se tornar azul, encantada com a cor consumindo as asas do pequeno bichinho, pegou o celular antigo depressa abaixo de seu travesseiro para capturar a transição em foto. Assim que feito ela tentou tocar nas pequenas asas dele mas se assustando o pássaro bateu asas e começou a voar sem direção dentro do quarto.

- Mamãe!! Mamãe!!- gritou Lauren querendo que sua mãe visse aquela obra prima.

correndo atrás do bicho pelo quarto enquanto sua mãe sobe as escadas correndo por conta de sua constante gritaria. Um barulho muito alto fez do ranger da madeira e virando saltitante esperou segundos mirando a porta até sua mãe está lá dentro, um tanto quanto assustada e afobada.

- O que aconteceu?? Está passando mal ?- perguntou rápido enquanto se ajoelhava com dificuldade na calça jeans apertada em frente a filha pequena caçando ferimentos, mas não encontrou nada.

- Haha, não mamãe, o pássaro branco que vira azul.- disse maravilhada apontando para cima onde escutava as asas do passarinho bater.

- O que ?- Merida não entendeu do que a filha falava e após notar que não houve nada grave sua expressão de preocupação passou para raiva após o susto que sem querer sua filha lhe provocou. - Lauren, por que fez isso ? Sabe que fico preocupada quando começa a me gritar, já falei para não fazer mais isso.- sua voz dura fez a filha perder parte de seu entusiasmo e seus pequenos olhos castanhos se encherem de água.

- Mas mamãe, queria te mostrar o passarinho. - indagou com a voz melancólica.

- Que pássaro Lauren?- Merida após perguntar notou que magoou sua filha então tentou controlar seu tom.

Não era culpa dela, Lauren por diversas vezes a chamava desse modo quando estava machucada ou queria mostrar algo. Merida já tentou lhe explicar que aquilo deixava ela preocupada mas a menina só parou de fato com aquilo quando a mãe começou a usar um tom de voz mais agressivo com a garota.

- Aquele ali.- apontou novamente mas dessa vez não conseguiu identificar onde o passarinho estava e quando se virou para averiguar não o viu em lugar algum. - Ele estava aqui agora !!- nervosa bateu o pé no chão e cruzou os braços.

Sua mãe soltou um suspiro e se levantou do chão. Pensou que talvez a garotinha estivesse apenas querendo chamar atenção por seu irmão ter ido para a casa do tio e ela não.

- Deve ter ido embora querida.

- Mas ele estava aqui mamãe. Ele entrou no
meu quarto, só que aí ele era branco, aí ele começou a ficar azul. Eu até tirei uma foto dele. - Antes que a mãe tentasse descobrir o que sua menina falava, Lauren correu para a cama e pegou o celular trazendo para perto de sua mãe mostrando a foto que tinha um passarinho meio branco e azul.- Tá vendo ?

Intrigada com a foto, Merida observou toda imagem e preocupada mirou a filha.

- Querida... Não há nada nessa foto, apenas a imagem de sua cama e a janela. - proferiu alisando os cabelos emaranhados da filha.

- Ele aqui !!! - Lauren estava revoltada, como a mãe não estava vendo aquele lindo passarinho pousado no centro de sua cama.

- Não há nada aí Lauren.

A cada segundo, Merida ficava mais preocupada. Aquilo era novo, sua filha nunca tinha feito e ela preocupada falou em seus pensamentos que devia se lembrar de contar aquilo para Bart, seu marido.

Lauren por outro lado estava irritada que sua mãe estava fingindo não ver, nervosa começou a tentar convencer a mãe que estava ali sim o passarinho e ao perceber que não estava conseguindo começou a chorar frustrada. Merida a pegou no colo e não disse nada, deixou sua criança chorar até dormir e quando acabou depositou na cama e um estalo veio em sua mente, talvez o pássaro tenha sido um sonho vivido e se apegou a isso. Segundos após observar a filha dormir com o rostinho inchado, ela saiu do quarto deixando a porta aberta para que se algo acontecer conseguisse ouvir melhor a filha chamando.