09 * A curiosidade revela surpresas

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Se esse babaca não tivesse se afastado, acho que tinha lhe puxado pelo colarinho

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Se esse babaca não tivesse se afastado, acho que tinha lhe puxado pelo colarinho. A maneira como fala da irmã é nojenta, sem contar que ele a deixa visivelmente desconfortável. Saber que ela é uma Heritage não muda como a vejo, mas preciso admitir que aquele vestido muda um pouco. Fiquei um pouco desapontado por não vê-la com o azul que escolhemos, contudo sei que é só ego ferido. Nenhuma mulher antes tinha recusado um presente meu...

— Mas tudo bem, ela está perfeita assim. - Deixo escapar alguns suspiros, grato por ninguém ter escutado. Rômulo se encontra a alguns metros atrás, distraído com um casal.

Aproveito para me aproximar de Eliza, pedindo permissão para ser seu próximo parceiro de dança. Cláudio abre um grande sorriso e se despede assim que ela segura minha mão. Sobre o que conversaram para ele estar de tão bom humor? Não importa. Olho para minha secretária, um pouco envergonhado pela situação. Valsarmos juntos não estava em meus planos para hoje. Ela ri de minha timidez e leva minha mão livre até sua cintura.

— Senhor Alves sem saber o que fazer diante de uma mulher? Isso é novidade.

— É que a senhorita Santos não é uma mulher qualquer. Você realmente é uma caixinha de surpresas, Eliza.

Ela parece gostar de meu comentário, contudo me arrependo de ter falado. Eu a comparei do mesmo modo que o babaca do irmão dela. Não é mentira que hoje descobrimos um pouco sobre sua história, mas confesso que estou um pouco confuso com tudo. Será que no futuro haveria mais alguma surpresa sobre a nossa baixinha? Essa incerteza me deixa ansioso, gostaria de saber tudo sobre ela. Acho que nunca havia perguntado sobre sua família, então parte da culpa era minha. Talvez eu soubesse sobre os Heritage se tivesse me interessado pela mulher que esteve ao meu lado nesses últimos meses de trabalho.

— Eliza, sei que não deve nenhuma explicação para mim ou para o Rômulo, então não precisa...

— Hugo, seja direto. O que deseja saber? - Ela não parece brava, apenas curiosa com a minha demora em falar.

— Ok, lá vai! Aquele seu irmão bate bem? Ele parece gostar de lhe deixar desconfortável. Sinceramente, detestei ele. - Sem querer deixo escapar meu desgosto por aquele babaca, sorte que isso faz a baixinha sorrir.

— Eu também o detesto. Quando o senhor Heritage casou com a mãe dele, saí definitivamente de casa. Ele não é o meu irmão e nunca será, não importa o quanto meu pai tente nos aproximar.

Percebo que esse assunto é mais delicado do que imaginava. Opto por fazer outra pergunta, o que deixa Eliza mais relaxada. Eu havia percebido desde sua chegada, mas esquecido em meio aos diálogos de negócio: cadê os óculos fundo de garrafa? Ela ri e explica que usa lentes em festas, assim a maquiagem tem mais destaque. Sinto que deveria elogiá-la agora, mas as palavras não saem. Fico perdido ao apreciar seus lábios vermelhos.

— A música parou. - Concordo com a cabeça, um pouco decepcionado por ter que me separar da baixinha.

— Que tal mais uma dança? - Não tinha visto Rômulo parado ao nosso lado.

Uma secretária nada convencional [HIATUS]Onde histórias criam vida. Descubra agora