𝗍𝗋𝗶𝗇𝘁𝖺 𝗲 𝗱𝗼𝗂𝘀

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Kael

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Kael

Precisamos conversar
visualizado 09:51 a.m.

A mensagem reluz perante meus olhos, foi enviada mais cedo para JC.

Aparentemente, enquanto eu estive fora meu grande amigo resolveu se associar a melhor amiga secreta, Lyra, mas só quando voltei as negociações ficaram boas e por isso tiveram que me engolir. Ela principalmente, pois ao menos meu amigo sentiu falta de mim.

Encerro a ligação através do fone bluetooth e guardo o celular no bolso lateral direito da calça, caminho para a Sala da Patifaria com os nervos à flor da pele.

Passo as mãos no cabelo, correndo os dedos entre os fios e escancaro a porta antes de pensar. A madeira bate na parede produzindo um baque estrondoso.

- Nossa! Tá tendo um furacão? - ironiza Ly, sentada no tampo da mesa.

Continuo andando em frente, nem me dou ao trabalho de responder.

- Parece que um bicho mordeu ele. - JC comenta como se eu não fosse ouvir.

- Precisamos conversar. - digo batendo as mãos na mesa no espaço entre eles.

Lyra se mantém onde está, mas o braço de J salta para trás aproximando-se do corpo.

- Há jeitos melhores de dizer isso. - ela murmura mal-humorada, descendo do balcão.

Suspiro exasperado, não queria ter que entrar nesse assunto.

- É um belo dia para encerrar um acordo e fechar um novo contrato. - dou uma dica para que percebam o iceberg e acabem com a minha agonia logo.

- O que essa porra significa? - pergunta Lyra. Continua boca suja.

Os olhos semicerrados de J encontram os meus, preocupados.

- Que os ventos estão prestes a mudar. - afirma.

A compreensão do que fiz o deixa pálido e a voz irritada do Lírio da Paz torna a reclamar, grunhindo.

- Estão falando em jargões de pirata agora? Não sabia que estava em alto mar!

- Se acalme, Lyra... - eu peço, realmente preocupado em como ela reagirá a notícia.

Se soubesse do seu envolvivemento nos negócios antes, teria a avisado, apesar de só ter comentado por alto com JC. Sei que ela iria querer ficar a par de tudo, enquanto ele deseja dinheiro e só importa seguir as regras determinadas pelo mesmo para conseguir que tudo fica bem.

- Me expliquem o que está acontecendo. - exige.

Suspiro outra vez e encaro meu irmão na beirada da mesa. Estamos discutindo silenciosamente, posso sentir. Ele exala um ar pesado e retira o braço do tampo, passando a mão no cabelo. Com isso, sei que devo começar a falar. J está se sentindo culpado, não vai abrir a boca.

Sem Tempo Para MorrerOnde histórias criam vida. Descubra agora