- Amiga, vocês são só amigos! E se você disser para ele e acabar "destruindo" a amizade de vocês? - Ela diz o óbvio.
Eu sabia que se eu dissesse, poderia estragar tudo, mas...
- Mas ele é tão carinhoso comigo, me trata bem, é engraçado... muito lindo... - Digo suspirando.
- Olha. - Ela fala segurando meus ombros. - Eu te amo muito, vou tá com você sempre, independente da sua escolha, mas por favor, pensa bem, tá bom? - Ela diz olhando em meus olhos. Eu digo que sim com a cabeça.
Ela então suspira e solta meus ombros, abre um sorriso de preocupação e me abraça.
Eu iria me declarar para um grande amigo meu hoje, daqui a pouco, em menos de alguns minutos...
Tô ficando paranoica já.
Eu não queria perder a amizade com ele de jeito nenhum, mas também não podia mais esconder meus sentimentos.
Antes ele namorava uma menina muito linda e meiga. Loira, olhos verdes, cabelo grande, sorriso bonito... e eu com certeza não me encaixo nestes padrões, mesmo que eu pense que não existe um padrão, mas cada pessoa de certa forma, tem seu "tipo".
E eu não era o "tipo" dele.
Descobri que gostava dele depois de uma atividade de matemática.
Estávamos em um grupo juntos, e ele fazia os cálculos e ficava falando coisas inteligentes (que com certeza não prestei atenção por que fiquei encarando-o), que, nossa, oh céus.Sou obcecada por caras inteligentes.
Acho mil vezes mais atraentes pessoas assim.
Parece que de repente você começa a olhar mais para os detalhes na pessoa, não consigo explicar direito.E quando ele ficava fazendo a atividade, falando aquelas coisas, eu ficava admirando-o.
E ele ficava tão sexy quando mordia os lábios enquanto pensava, puta merda...- Maya!! - Me desperto dos meus pensamentos quando escuto a voz da minha melhor amiga. - Terra para Maya.
- Oi, oi, desculpa. - Digo e abro um sorriso torto.
- Tudo bem. Olha, o sinal tocou. Chama ele para um canto na escola e conversa com ele, tá bom? Vou ficar te esperando para sair perto da saída.
- Certo, certo... - Digo e arrumo minhas coisas para sair. Ela faz o mesmo.
Depois que guardo tudo e coloco minha bolsa em minhas costas, vejo-o ainda arrumando a bolsa dele.
Como sempre, fico esperando para sair da sala com ele.
- Bora logo, lerdeza. Vão fechar a sala com a gente dentro. - Digo quando percebo que apenas restavam nós na sala.
Ele termina, ajeita a bolsa nas costas e abre um sorriso para mim.
E nossa, que sorriso.
- Cala a boca, eu raramente demoro assim. - Ele diz e chega perto de mim. Coloca seu braço direito em meu ombro e eu ponho meu braço esquerdo em sua cintura.
Caminhamos para fora da sala, e então me solto dele e olho em seus olhos.
- Precisamos conversar. - Ele me olha preocupado e faz que sim com a cabeça. - Mas não aqui. Vamos para a biblioteca, eles não vão fechar agora mesmo... - Ele não diz nada, então começo a caminhar e ele me segue.
A biblioteca não tinha câmeras. Era um lugar calmo e bom para conversar, sem contar que grande parte dos estudantes não iam para lá.
Assim que chego, abro a porta e espero ele entrar para poder fechar. Ele se senta na pequena mesa redonda no centro, que continha apenas quatro cadeiras. Sento de frente para ele. Coloco minha bolsa no chão ao meu lado, ele faz o mesmo.
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Romance"Descobri que gostava dele depois de uma atividade de matemática. Estávamos em um grupo juntos, e ele fazia os cálculos e ficava falando coisas inteligentes (que com certeza não prestei atenção por que fiquei encarando-o), que, nossa, oh céus. Sou...