10. No Coração do Septo Sagrado

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Capítulo 10

No Coração do Septo Sagrado

Todos os membros do pequeno conselho encontravam-se reunidos na sala, a grandiosidade daquele ambiente real apenas ampliava a tensão que pairava no ar. Entre eles, a princesa Visenya mantinha um silêncio profundo, o qual poderia ser facilmente confundido com indiferença. A distância física entre ela e os demais conselheiros parecia emblemática, um espelho da inquietude que lhe dominava internamente. Ela estava presente de corpo, mas sua mente vagava por territórios desconhecidos, longínquos e tumultuados.

Seu olhar era perdido, como se suas íris refletissem não aquilo que se passava diante dela, mas sim as visões turvas dos pensamentos que a consumiam. Uma bruma parecia cobrir seus olhos, uma névoa de preocupações, tristeza e dilemas ainda não solucionados. O rei Viserys presidia a reunião com sobriedade habitual. No entanto, até mesmo ele notou o distanciamento da princesa, sua expressão séria foi substituída por uma leve ruga de preocupação na testa. A atmosfera do pequeno conselho estava estranhamente silenciosa como se todos estivessem à espera de algo, talvez uma palavra da princesa ou simplesmente um sinal indicando onde seus pensamentos haviam navegado tão profundamente.

Como sempre ocorria em tais encontros palacianos, muitas palavras foram ditas, mas poucas realmente escutadas. O verdadeiro idioma ali falado era o das entrelinhas: dos olhares cruzados, dos suspiros contidos, das mãos trêmulas sobre pergaminhos antigos, e sobretudo do silêncio de uma princesa cuja mente parecia estar em qualquer lugar menos ali.

—— Vossa majestade. —— começou Meistre Mellos com um tom respeitoso —— Gostaria de trazer à sua atenção uma questão de suma importância.

Viserys não disse nada apenas acenou com a cabeça para que ele continuasse.

—— O reino precisa de um governante estável e há muitos fatores que contribuem para essa estabilidade. —— disse Mellos de forma cuidadosa —— Acredito firmemente que agora é o momento adequado para considerar uma nova união matrimonial.

Pela primeira vez naquela reunião, Visenya começou a prestar atenção no que os membros daquele conselho falavam, aquele assunto tinha chamado a sua atenção.

—— E por qual motivo eu deveria me casar novamente? —— perguntou Viserys olhando intensamente para o velho sábio.

—— O casamento é mais do que apenas uma união pessoal, é também uma aliança política. Uma nova esposa pode trazer novas alianças e fortalecer todo o Reino. —— respondeu Mellos —— Sem falar que é dever do Rei manter a sua linhagem.

O Targaryen permaneceu silencioso por alguns momentos. A princesa não tava gostando do rumo que aquela conversa tava tomando, a mesma olhava para o seu irmão temendo pela decisão dele.

—— E quem seria a esposa adequada? —— questionou lorde Beesbury.

—— Tenho certeza que há muitas damas nobres no reino que se sentiriam honradas em unir-se a casa Targaryen. —— comentou Lyonel Strong.

—— Acho que já tenho em mente a pessoa adequada. —— disse o Meistre Mellos.

—— E quem seria? —— indagou o lorde Hightower com curiosidade.

—— A princesa Visenya, é claro. —— respondeu Mellos.

A Targaryen arregalou os olhos surpresa, Visenya não era de demostrar suas emoções, mas aquela resposta realmente havia a deixado embasbacada.

—— Como é? —— a princesa perguntou com as sobrancelhas arqueadas.

—— É isso mesmo que você ouviu, princesa. Você é a melhor escolha para o cargo. —— comentou Mellos —— A princesa ainda é jovem e bonita, a mulher mais bonita de todos os Sete Reinos, além disso, provou-se fértil ao trazer três filhos fortes e saudáveis ao mundo.

The Rise Of The Queen - House Of The Dragons Onde histórias criam vida. Descubra agora