Senin Kokun

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No dia anterior, Tempestade havia quebrado sua pata e não poderia mais galopar como antes. Baran sentiria falta. Quando recebeu o telefonema de tio Ahmed sentiu um aperto no peito. Correu para o haras e deu de cara com ela. A mesma garota que havia visto mais cedo enquanto cavalgava. De alguma forma, ela havia lhe chamado atenção quando seus olhares se cruzaram naquele breve momento. Ali, sentiu uma espécie de aperto no estômago que não conseguiu entender. Ainda não sabia quem ela era quando se cruzaram no corredor das baias horas depois. Passou direto fingindo não vê-la, mas era impossível não sentir o seu cheiro. Aquele aroma floral, ao mesmo tempo amadeirado, exótico e intenso. Uma mistura de jasmim com amêndoas e um toque de baunilha que entorpecia os sentidos. Não conseguia esquecer aquele cheiro. Parecia entranhado em seus sentidos. Ficou realmente impressionado com aquela garota que teve a audácia de enfrentá-lo em suas próprias terras. 

Havia encontrado no chão cheio de feno, uma pulseira prateada. Era dela. Não podia ser de ninguém mais. Aquela pulseira, como aquela garota, trazia consigo um magnetismo que ele não conseguia ignorar. Agora mesmo, naquela manhã, a mantinha consigo. Como uma espécie de talismã. Não conseguia ficar longe. Vez ou outra, sem perceber, tocava o bolso para senti-la, como se pudesse sentir também sua dona. Acordara muito cedo, ainda antes do amanhecer. Não conseguira dormir pensando em tudo o que descobrira. Seu tio chegou com a notícia que esperavam há 17 anos. O assassino de sua mãe havia sido localizado. O homem que havia posto seu pai em uma cadeira de rodas finalmente havia sido encontrado e agora ele deveria cobrar a dívida pelo sangue derramado de sua família. Decidiu ir até o haras ver como estava Tempestade. Mesmo que não pudesse mais montá-lo como estava habituado, sua simples companhia lhe tranquilizava. Ele estava muito melhor depois da visita do veterinário. Ao menos, naquele momento, medicado, não sentia dor. Decidiu sair com ele para um passeio enquanto pensava em qual melhor decisão tomar para a honrar a promessa feita a sua mãe. Tinha que proteger seu irmão.

Depois de um breve passeio pelo redondel, retornou ao estábulo para devolver Tempestade a sua baia. Imediatamente ao entrar, sentiu aquele cheiro. Achou que sua imaginação lhe pregava peças. Continuou desabafando com Tempestade, que naquele momento, ele sentia, era o único capaz de entendê-lo. Ele sabia o que tinha que fazer. A decisão que devia tomar estava clara em sua mente. De repente, ouviu o som de passos e se virou. Era ela. Não era sua imaginação lhe pregando peças. A dona daquele cheiro que não abandonava seus sentidos estava bem ali na sua frente e tentava escapar sorrateiramente. Não sabia o seu nome, mas ao puxá-la contra a parede e mergulhar naqueles magníficos olhos verdes, sentindo o delicioso cheiro de jasmim que emanava de seus cabelos, parecia que a conhecia de toda a vida. 

Baran sabia que tinha que ser duro, afinal, ela invadira suas terras mais uma vez, mas cometeu o enorme erro de fechar os olhos e aspirar seu perfume. Sua mente paralisou. Tudo o que podia pensar era em tê-la para si. Levemente, inclinou sua cabeça em direção aquele pescoço delicado, para sentir-lhe melhor aquele delicioso aroma que o deixara obcecado. A mente já não raciocinava. Ele a sentiu amolecer através de suas mãos que a seguravam pelos braços. Ela não recuou. Ele podia sentir que ela também estava presa naquele magnetismo que emanava entre os dois. Sem pensar muito, olhou para aquela boca rosada e tentadora e a beijou. Aqueles lábios lindos e macios corresponderam aos seus de forma voluptuosa. Foi um beijo avassalador. Lentamente, subiu com uma de suas mão por baixo do seu simplório vestido verde. Sentiu-a estremecer e sua pele arrepiar, mas não,  ela não recuou. Pelo contrário, sentiu quando involuntariamente separou uma perna da outra. Ela parecia querer tanto quanto ele. Ainda beijando-lhe os lábios, encostou-a mais forte contra parece para sentisse o poder que tinha sobre ele. Percebeu que ela gostou de sentir esse poder, pois gemeu em resposta. Sua mão ainda avançava lentamente em direção a sua calcinha, deixando um rastro quente por onde passava. Com os dedos, pode sentir a umidade do seu desejo. Enlouquecido, virou-a de frente para a parede, para mordiscar-lhe a nuca. Gemeu rouco e masculino, muito próximo de seu ouvido. Ela estava desejosa e arrepiada. Emitia pequenos gemidos enquanto suas pequenas mãos também procuravam-lhe o fecho da calça, mesmo de costas. Baran deixou que ela satisfizesse sua vontade e o tocasse. Quase enlouqueceu quando sentiu a pequena mão delicada. Já não podia aguentar mais. Afastou-lhe as pernas ao mesmo tempo que rasgava a pequena renda branca que ela usava como calcinha. Ela estava tão pronta e desejosa quanto ele. Com um dos braços ainda esticados para trás, tocando-o ela o guiou com urgência. Baran não podia e nem conseguia recusar aquele convite. Com uma investida firme, porém cuidadoda, adentrou aquela pequena e apertada caverna de prazer. Ele a ouviu gemer alto. Um gemido que misturava dor e prazer. Parou para que ela se ajustasse aquela nova e invasiva realidade dentro dela. Queria que ela desfrutasse tanto quanto ele. Mas ela tinha urgência. Ela não queria que parasse. Ela o puxou para que ele continuasse dando uma pequena rebolada convidativa. Ele não esperou. Naquela dança do prazer, a única certeza que tinha é que pertenciam um ao outro. Os gemidos se misturavam e ele já não sabia destinguir qual era o dele e qual era o dela. Sentiu quando ela lentamente estremeceu e se contraiu num poderoso orgasmo em meio a um gemido alto e rouco. Não conseguiu aguentar e com uma última investida acompanhou-a naquela louca viagem de prazer. Colou a testa suada em sua nuca. Não entendia o que tinha lhe acontecido. Não era de seu feitio agir assim. Mas não podia deixa-la ir. Ela agora lhe pertencia.

Abriu os olhos e ela o olhava atordoada, como se não entendesse o que estava acontecendo. Ele estava com o nariz em seu pescoço, sentindo seu cheiro. Bruscamente, ele apertou seus braços. Assustada, ela respirou fundo.

- Acho que deixei minha pulseira cair aqui.

Sentia o percoço vermelho e o rosto queimando, como se ela pudesse ler tudo o que havia ocorrido em sua imaginação. Decidiu mascarar seu desejo com raiva.

- Você invadiu minhas terras porque perdeu sua pulseira? Não acha que passou dos limites? - Perguntou desavergonhadamente, quando sabia muito bem que quem havia ultrapassado os limites havia sido ele.

- Não, você não entende. Essa pulseira é muito importante para mim. Claro que eu não deveria ter entrado dessa forma. Me desculpe. -  ela respondeu enquanto olhava para os seus lábios. Definitivamente, ela lhe testava os sentidos. 

Sabendo que precisava de um tempo para se recuperar daquela presença perturbadoramente excitantante, percebeu que ela precisava sair dali para que aquela pressão absurda que sentia no seu baixo ventre diminuísse.

- Saia daqui! - Gritou enquanto a empurrava para fora da baia. Sabia que estava sendo irracional, mas tinha medo de se entregar. Lentamente, enquanto a via sair ofendida por ser expulsa daquela forma, tocou o bolso onde estava a pulseira. Não entendia porque não lhe devolvera, mas sabia que ainda não estava preparado para se desfazer dela. Enquanto olhava aquela delicada tira de prata em suas mãos, se perguntava se não estava arranjando motivos para vê-la novamente. Ou se apenas queria mantê-la consigo de alguma forma. Ou as duas coisas.


Nota da Autora: Este é um pequeno conto baseado numa cena do primeiro episódio da dizi Kan Çiçekleri, ou Flores de Sangue. É um conto-irmão do conto Olhos Famintos (leia também). Lá, temos o ponto de vista da Dilan. Aqui, o do Baran. Espero que tenham gostado e desculpe qualquer coisa. Se puderem curtir e comentar suas opiniões, ficarei muito feliz em sabê-las! Comartilhem também!

Beijos da Luh ♥

Baran & Dilan - Seu Cheiro [+18]Onde histórias criam vida. Descubra agora