Capítulo 21

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LAILA AHMAD

- Senhorita Laila?! - a governanta da casa me chama pelo lado de fora do quarto, mantendo a porta fechada.

- Sim?

- O senhor Zoff já esta à sua espera na sala de visitas. - anuncia - Posso avisá-lo que à senhorita já vai?

- Quem é esse?

- Um modista, o senhor Hérnandez que contratou.

Suspiro entediada, sabendo que provavelmente esee cara está aqui para tirar minhas medidas para o vestido de casamento. Esse cara só pode ser maluco. Como alguém força uma pessoa à se casar com ele? Tudo bem, entendo que ele é muito lindo e é um babaca de belos olhos azuis, mas isso não justifica tamanha maluquice que ele teve ao me comprar!

Não é esse luxo todo que vai me manter calma, muito menos o orgasmo enlouquecedor que ele me proporcionou à dois dias lá no jardim, na frente de quem quisesse ver. Ele é possesivo, vi em seus olhos enquanto me levava à loucura com sua língua, a predominância de possa que nos rondava. Asier é assustador, mas ainda sim, continua sendo um babaca de belos olhos azuis.

- Ah, sim. Diga-o que já vou.

- Sim, senhorita. - os passos são ouvidos até um certo ponto, logo sei que a moça já não está mais nesse andar.

Sem vontade alguma, salto da cama me direcionando até o closet gigante que tenho no meu quarto. As roupas que estão aqui não foi eu quem comprou, mas sim, Isabel e uma empregada quando foram no shopping. São muito luxuosas pra mim, que prefere usar o básico em todas as ocasiões. É nesses momentos que me dói o peito, sentindo uma imensa saudade de casa e do que eu tinha.

Balanço a cabeça, espantando os pensamentos pra longe. Passo toda as noites chorando, com saudades da minha casa, da minha antiga vida e até mesmo do meu padrinho. Não irei permitir que eu chore pela manhã, não quero que ninguém veja o meu lado fraco, esse ficará sempre dentro de mim até anoitecer e eu me deitar.

Pego um blazer branco, que vai até meus joelhos. Estou usando um vestido estilo princesa, na cor azul marinho, então o blazer vai combinar. Mesmo que eu não saiba nada de moda, vou aproveitar e usar o que ganhei. Não quero que esse tal modista olhe pra mim e me ache uma pobre coitada. Avisto minha croos do outro lado do quarto, vou até ela e ponho em meu pé.

Desço as escadas com cuidado, já que ela faz várias voltas e o piso é polido todos os dias. Meu corpo se esquenta de raiva, quando percebo que a cada andar que desço um guarda começa a me seguir, com medo que eu fuja. Não sou uma criança que precisa ser vigiada à vinte e quatro horas por dia, isso não é aceitável e irei questionar o babaca que deu a ordem.

- Podem deixar que eu sei andar sozinha, tá? - antes que eu chegasse ao final da escada, me viro e encaro os três guardas de preto me olhando de forma leve - Voltem pra onde vocês estavam, não preciso de vocês.

- Eles não obedecem suas ordens, boneca. - fecho meus olhos, virando minha cabeça para frente e quando abro os olhos, vejo Asier com as mãos escondidas na calça social cinza e o olhar focado em mim. – Então, cale-se e desça dessa escada.

— Não consegue ser menos babaca?

— Isso não faz parte do meu DNA. – da um sorriso arrogante – Desça!

Fechando os olhos para não surtar, desço o resto dos degraus que faltavam e passo pelo babaca como se ele fosse apenas um móvel da sala. O modista estava em pé, com um sorriso bonito nos lábios e as mãos atrás do corpo. Ele é alto, cabelos na cor vinho claro, penteados pra trás. Usando uma calça larga na cor branca e um cropped listrado. Gostei dele.

— Bom dia, senhorita..

— Não! Me chame de Laila, não gosto dessa modéstia.

— Ele não está aqui para ser seu amigo, boneca. – não evito revirar os olhos, quando Asier se aproxima – Zoff está aqui como seu estilista, então ele te tratará como tal.

— Você não têm mais o que fazer? – viro meu rosto na sua direção, sua expressão muda rapidamente e ele agarra meu braço.

— Cuidado com a forma que fala comigo, boneca. – seus olhos focam nos meus, mas logo descem até meus lábios que tremem pelo pavor – Não me desafie, você não está apta para uma guerra comigo.

— Então veremos! – puxo meu braço do seu aperto, me distanciando o máximo possível e focando meu olhar na parte à minha frente. – Então, senhor Zoff. Melhor começarmos, não é?

— Oh.. – o homem está agitado, indo até sua malete e buscando seu Tablet – Claro, senhorita! Mas antes, posso fazer algumas perguntas sobre sua vestimenta?

— Claro!

— Está em ótimas mãos, meu amor. – Asier segura meus ombros por trás, depositando um beijo na minha bochecha – Irei voltar ao trabalho, qualquer coisa me chame.

— Babaca – digo, quando ele já está distante.

Vendida Pra Ti - Série Milionários 01Onde histórias criam vida. Descubra agora