Eduardo, receoso após o almoço, caminha até a porta de sua irmã. Com as mãos suando de nervoso bate fraco na porta de madeira velha e o barulho repentino coloca Lauren em alerta, a fazendo se sentar apoiada em sua cabiceira.
— Sim ?
— LaLa, sou eu.
A voz doce de Eduardo mexe com os sentimentos de lauren, seus sentimentos de saudades mas apesar dela ainda sentia medo.
— Pode entrar. — O jovem rapaz abre a porta lentamente e entra com uma pequena vasilha na mão e duas colheres.
— Trouxe para nós— conta com um sorriso casto no rosto.
— Papai sabe disso ? Ele nunca gostou que comêssemos no quarto, lembra ?
— Isso nunca nos impediu.
— verdade— os dois riram juntos com a constatação. Lauren observa seu irmão caminhar lentamente e se sentar ao seu lado e entregar uma colher. Ela pega e juntos desfrutam do doce de leite que ambos amavam.
Eles ficaram por um longo silêncio, nenhum dos dois se atrevia a iniciar uma conversa. Eduardo tinha medo de falar algo errado e Lauren tinha medo de falar o que não devia. Mas não precisava só de ele estar ali, ela já se sentia um pouco mais em casa. Ele era seu melhor amigo apesar de tudo, aquele amigo que contava seus segredos e cuidava de suas feridas quando ela caia de bicicleta.
— Voltou a ler ? Soube que parou. — Edu se inclina e pega o livro que Lauren estava tão intrigada.
— Ah, isso na verdade é algo que estou tentando ler. — diz de forma cautelosa.
— Tentado ? — ele abre o livro em alguma pagina aleatória e franze o cenho quando não reconhece o idioma ali.— Que língua é essa ?— pergunta intrigado olhando para sua irmã.
— Por isso estou tentando, não faço ideia. Você não conhece ?— Um pingo de esperança nasce em Lauren.
— Não. — Mas morre. — Já tentou procurar no google com foto ?
— O que ?
Lauren não entende seu irmão e isso faz ele rir.
— Desculpe, esqueci que não tinha celular na clínica.
— Como sabe se não foi lá ? — percebe a burrada que disse assim que falou mas era tarde demais.
As bochechas do garoto ficam vermelhas como sangue. O constrangimento de não ter ido visitar sua irmã bate forte e ele se encolhe um pouco olhando para o tecido da cama com vergonha de encarar a irmã.
— Olha Lauren me desculpe por não ter ido te visitar.— engole em seco.
— Não, eu não deveria ter dito isto me perd…— antes de concluir ele pega suas mão e as segura.
— Não, me escuta. Você tá certa, eu fui um babaca, um péssimo irmão. Mas acredite, eu senti sua falta, eu quis ir, mas não consegui.— ambos estavam com os olhos marejados.— Eu sentia raiva por tudo, por não ter te defendido, e protegido como você merece. Me senti envergonhado toda vez porque eu não fiz nada lala. Por favor, me perdoe— ele implora sem conseguir controlar suas emoções.
Lauren também não conseguiu se conter e chorou. Tremendo puxou seu irmão e abraçou ele tão forte quanto seria capaz de fazer. Juntos eles choraram todas as dores, não tentaram esconder ou não fazer barulho. Juntos como irmãos novamente choraram até ambos dormirem abraçados e seus pais no piso de baixo da casa se abraçavam por tudo estar voltando ao normal.
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Trindade De Fogo
Fantasíaum segredo pode acabar com sua vida, Lauren vivendo sua vida pacata descobre segredos sombrios que a colocam em situações perigosas. Será possivel amar e odiar ao mesmo tempo ? Lauren descobre tarde demais que os contos de terror não são apenas hist...