Veiga se isola após receber os cumprimentos dos jogadores, o vejo de longe encostado na hidro cabisbaixo e do jeito que é sensível deve estar chorando. Me aproximo receoso, ele sempre fica agressivo quando algo dá errado no futebol. Ao abrir os olhos, se levanta e enrola a toalha na cintura passando por mim sem dizer uma palavra.
''Foi só um pênalti, relaxa Veiga'' tento me aproximar, e mesmo sabendo que não é momento, não quero deixá-lo sozinho.
Veiga se veste apressado e passa por mim. Não o deixo ir sozinho corro atras dele e entro na frente antes que o moreno ligue o carro.
''Eu te levo''
Veiga joga a chave do carro na minha mão.
Seguimos em silencio até sua casa, entro com ele mesmo depois dele dizer que eu posso levar seu carro, não quero que fique sozinho e mesmo que eu fique calado quero estar com ele nesse momento.
Veiga se fecha no quarto e eu fico na sala apreciando um pouco de licor, meu preferido e ele sempre tem por aqui, o que me faz pensar que ele gosta quando eu estou por perto. Me acomodo no sofá e sou vencido pelo cansaço. Quando acordo vejo o sol iluminando a grande janela de vidro da sala, me espreguiço e me rastejo até o banheiro, tomo um banho demorado e ainda sinto um peso enorme sobre meus ombros, a sensação da derrota é horrível, te destroça, imagino como meu pequeno deve estar se sentindo com aquele pênalti perdido.
Faço um café e pego alguns biscoitos que acho no armário, levo até o quarto, mas Veiga não está na cama como eu pensei que estaria.
O encontro na academia no piso inferior, o suor escorre seu rosto enquanto ele soca o saco de pancadas, a psicóloga disse que isso é saldável, mas estou a ponto de ver ele quebrar a mão com a tamanha agressividade que ele maltrata o saco de pancadas.
Me aproximo e sem dizer nada agarro seu quadril e puxo seu corpo para perto do meu levando minha boca em seu ouvido.
''Calma'' sussurro na tentativa de calar as muitas vozes que devem estar assolando sua mente conturbada. ''Eu fiz um café, está na cama. Toma um banho está bem? Eu vou te esperar lá no quarto''
''Eu sou um desastre'' Veiga desaba e começa a chorar, sinto seu corpo tremulo contra o meu e me parte o coração senti-lo assim.
''Não diga isso, você é fera demais, nem todos os dias somos perfeitos, vai ficar tudo bem'' deixo um beijo em seu rosto, Veiga parece se acalmar um pouco, ficando de frente a mim me olha com os olhos marejados, toco seu rosto com as duas mãos fazendo um carinho e secando suas lagrimas que se misturam com o suor.
''Você é meu porto seguro Piquerez''
Esboço um sorriso é bom vê-lo melhorando.
''Então vai, tome o banho e toma café comigo'' pisco e Veiga sorri de leve, já me sinto vitorioso.
Pov Veiga
A água morna escorre por minha cabeça molhando meu rosto e ombros me dando uma sensação de relaxamento, tento controlar a respiração e me sinto melhor. Me seco parcialmente e visto uma bermuda, entro no quarto e vejo Piquerez encostado na cama onde eu penei a dormir essa noite.
''Eu devia ter invadido seu quarto e ter dormido aqui, me sinto todo dolorido'' ele leva as mãos aos ombros e faz uma massagem em seu próprio corpo.
''Eu não mandei ninguém dormir no sofá''
''Sei que gosta de se isolar quando perdemos, eu só não queria ir pra casa e te deixar aqui sozinho''
Ele é um fofo, o que eu fiz para merecer?
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Ao seu lado
FanfictionVeiga está arrasado com o resultado do jogo, mas Piquerez sabe como fazê-lo se sentir melhor.