Juíz de Fora

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Eu não sei, e gosto de não saber. Agora.
Antes eu não gostava.

"Nunca te desejaria algum mal."

É sério? Porque suas palavras soam tão diferentes das suas atitudes?

Eu não sei. Honestamente, eu realmente me senti meio burra por acreditar tanto em alguém, em você.

Hoje, eu só aceito que posso estar enganada muitas vezes, mesmo quando tudo em mim grita que não.

Talvez seja um "sim".

Eu gosto disso.

Assumir que eu posso estar errada, eu sempre gostei de questionar, e me questionar desafia minha própria inteligência, minha própria intuição é como um exercício de humildade.

Humildade. Acho que essa é a lição mais dolorosa, e fascinante que aprendemos para conquistar essa característica, essa "skin".

Não que eu fosse arrogante acho que não, mas não era humilde também, sei la passei tanto tempo reafirmando que ninguém ia me passar pra traz, ninguém ia pisar em mim, não, eu sou esperta demais pra isso.

E hoje eu percebo que isso é bobagem, não existe bem isso de que não podemos ser enganados, podemos ser de maneiras que nem imaginamos, idai?

Não sei ler mentes, não tenho sentido aranha.
(eu sei, eu sei, não foi engraçado)

A real é que eu não me importo mais tanto com isso, idai estar errada, pelo menos eu consigo enxergar meus erros, se não ai sim seria um problema.

A melhor parte da historia é como depois de tudo eu meio que gostei, como, sabe? quando você sente prazer ao se ferir (por exemplo se coçar, vai é prazeroso, mesmo que acabe com tua pele).

Toda a coisa de tentar entender, de tentar saber se eu estava exagerando, e tentar exageradamente fingir que não liguei, mesmo ligando e ligando pra caralho. Toda a coisa de ter teu ego se destroçando. E depois ir de fato percebendo que não foi nada além da minha necessidade grotesca de estar por cima.

Quando finalmente abri mão de estar por cima eu meio que abri mão de tudo, e foi e esta sendo satisfatório. Era só isso? É tão fácil assim?

Sim, eu me enganei sobre você, sim eu me apeguei a não sei o que a gente teve, sim eu não queria que tivesse acabado daquele jeito, e sim eu me sinto muito idiota por isso.

>Idai?<

Importava muito pra mim isso, essa necessidade quase doentia de ser a perfeição em pessoa, de ser a que não se ilude jamais e que não da a mínima pra quem não merece a mínima.

Mas isso é a definição de ego frágil, e funciona aqui também aquela noção de "quanto mais burro, mais se acha inteligente"
"quanto mais frágil, mais se sente indestrutível".

Eu tenho um certo ranço de quem vê o "lado bom" de tudo, as vezes simplesmente não tem lado bom. Mas agora devo admitir, valeu a pena. Pra caralho, muitas coisas agora eu resolvo apenas tirando a necessidade de resolver.

Principalmente sobre coisas que estão além do meu controle. Eu só aceno com a cabeça "tudo bom?".

"dou um gole na minha agua"

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