OITO ANOS ANTES
A tarde está agradável, é quinze de maio de dois mil e quinze, mais precisamente às quatorze, horas e treze minutos, os lugares reservados para os convidados estão eles todos ocupados. As pessoas estão me olhando enquanto que o meu pai me leva até o altar onde está o homem que em poucos minutos será meu marido. Ando pelo corredor onde um coral canta ao fundo. Em cada passo que eu dou o fotógrafo registra o momento, uma forma de manter viva a lembrança desse dia em que deveria ser o mais feliz da minha vida.
Gradualmente vou me aproximando do altar, onde está Frédéric Borges, o homem que é cerca de quinze anos mais velho que eu. O seu cabelo já começou a ficar grisalho. Respirei fundo e assim que parei. pela penúltima vez sorri — Um sorriso forçado. — O fotógrafo bate mais uma fotografia, e por fim Frédéric aproximou-se. O meu pai o cumprimentou com um aperto de mão.
— Vamos... — Foi o que ouvi do homem era meu noivo a menos de um mês, a quem o vi apenas duas vezes durante esse tempo todo.
Nada respondi, e apenas segui até o altar, nos colocamos diante do padre, o mesmo começou a fazer o seu sermão, ao qual eu mal via a hora de acabar. Vez e outra me peguei a olhar para os traços físicos do Frédéric Borges, mas logo voltava olhar para frente, outras vezes eu tinha a sensação de que ele estava a olhar para mim.
O padre por fim fez a famosa, pergunta:
—E de livre vontade que você Jane Austen Pilar Alcides, aceita a Frédéric Borges Villa como o seu legítimo esposo, para honrar e respeitar, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, até que a morte venha separá-los?
Os meus olhos encontraram os olhos dele. E por um minuto inteiro me imaginei ficando ao lado daquele homem, e por mais que a minha conclusão fosse bem fácil e lógica, acabei a dizer uma resposta totalmente diferente da que eu queria gritar.
— Sim, eu aceito. —Respondi voltando meu olhar para o padre.
O mesmo padre olhou para o homem ao meu lado, e disse:
— E de livre vontade que você Frédéric Borges Villa, aceita Jane Austen Pilar Alcides como a sua legítima esposa, para honrar e respeitar, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, até que a morte venha separá-los?
Ele não levou nem um minuto sequer para falar:
— Sim, eu aceito.
Então o padre disse em:
— Se alguém aqui presente tem algo que a dizer que possa ir contra essa união, fale agora ou cale-se para sempre. — Varri o local com meus olhos a procura de alguém que pudesse acabar com o casamento, mas não houve ninguém. — Como não temos ninguém contra, eu com a permissão de Deus e da igreja católica vos declaro marido e mulher.
E assim o meu destino estava selado para sempre com o homem que estava no meu lado a qual era um completo desconhecido. A troca das alianças veio logo depois e não foi uma simples aliança, a minha estava cravejada de diamantes. Já a dele era uma, mais simples, porém as duas se posta juntas formavam um belo par, eu coloquei no seu dedo anelar. A aliança que seria a minha ele também colocou em meu dedo anelar. Na hora do tão esperado beijo, ele simplesmente beijou a minha testa. Depois de recebermos a benção do padre saímos a caminhar, ao menos ele segurou pela mão.
Assim que cumprimentamos todos os convidados, abrimos a pista de dança com uma valsa, e em seguida todos entraram na pista. Acabamos saindo a francesa da festa: ele tinha uma viagem de negócios e precisava chegar em casa e pegar a sua mala e partir. Sim, estou aqui nesta casa enorme sozinha, enquanto ele está a viajar sabe Deus para onde, e o pior é saber que provavelmente ele esteja com uma mulher ao seu lado, mas se isso for verdade eu nunca irei esquecer e muito menos perdoá-lo.
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O PRÍNCIPE DOS DIAMANTES
RomanceFrédéric Borges sempre soube que iria assumir o império de joias de diamantes fundada por seu avô e consolidada por seu pai. Ele tinha certeza de que seria melhor que o próprio pai, mas para assumir o posto de CEO do império ele teve que abrir a mã...