REMO
—Então, o que você vai dar a Serafina no dia dos
namorados? — Savio perguntou ao entrar.Ergui os olhos do corpo adormecido de Greta. Ela dormiu ao meu lado no sofá depois que lemos um livro infantil insano sobre um pinguim fazendo cocô. Nevio estava lá em cima com Fina.
— Explique ao nosso irmão por que o Dia dos Namorados é uma merda, Nino, — murmurei, apontando para Nino que estava sentado em uma poltrona na minha frente e verificava nossos últimos números de apostas.
— Kiara e eu comemoramos o Dia dos Namorados, —
disse Nino com naturalidade, como se não fosse uma grande surpresa.Levantei uma sobrancelha. — O homem que tem o
intelecto de Albert Einstein, permite que a maldita indústria de flores o conduza pelas bolas.— Duvido que seja a indústria de flores que o conduza
pelas bolas, — Savio murmurou com um largo sorriso.Nino lança um olhar de advertência para Savio. —
Comemoro o Dia dos Namorados porque não importa quão desnecessário seja o feriado, isso deixa Kiara feliz.— Viu, até Nino entende o ditado “esposa feliz, vida feliz”, Remo. Você precisa melhorar a porra do seu jogo.
Se Greta não estivesse na sala, teria chutado a bunda
dele. Suspirei, percebendo que Serafina provavelmente esperava algum tipo de grande gesto. Porra, ela se tatuou como um sinal de seu amor pelo meu aniversário. Esta era exatamente a razão pela qual nunca tinha me incomodado com o amor antes. Mas Serafina valia a pena. Ela possuía meu coração morto, então descobriria uma maneira de entregá-lo a ela em uma bandeja de prata no dia dos namorados.— O que eu deveria fazer? — Perguntei.
— Faça-a muito feliz, — disse Savio com um sorriso
lascivo e uma contração perturbadora de sua língua.— Duvido que ela ficaria feliz se eu só a fizesse muito feliz uma vez por ano, — murmurei.
Nino balançou a cabeça com um leve sorriso.
— Tenho certeza que você vai descobrir algo que não a
perturbe muito. Você ainda tem até amanhã, — Savio disse com aquele sorriso de comedor de merda antes de sair novamente.— O que você fará para Kiara?
— Um bom jantar, rosas vermelhas, uma música de piano para ela, e então a farei muito feliz.
— Eu preferia o você que não usava tanto sarcasmo
porque não se importava. Essa sua nova versão emocional me irrita.Nino se levantou com um sorriso seco. — Você sempre
pode escrever uma carta de amor.Agora ele estava deliberadamente me irritando. — Não sou um cara de cartas de amor.
Inclinei-me contra o encosto, percebendo que estava
condenado. Se Nino e Kiara não comemorassem, eu estaria bem. Mas Kiara e Serafina conversavam. Serafina saberia cada maldito detalhe romântico que Nino planejou.De repente, uma ideia me ocorreu. Os casais não adoravam relembrar como se conheceram no Dia dos
Namorados? Como nosso primeiro encontro não era material para um filme romântico, meu plano provavelmente beirava o inapropriado e o psicótico - exatamente o que Serafina deveria esperar de mim em um dia como esse.SERAFINA
Era hora do almoço e os gêmeos estavam dormindo
quando meu telefone apitou com uma mensagem de Remo.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Valentine's Day - Cora Reilly
Short StoryUm conto de dia dos namorados de Serafina e Remo Falcone