Capítulo 65

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"A nossa história é longa mas vou resumir,
Perguntas sem respostas, te respondo sim.
Entrada sem saída do meu coração, depois de enfeitiçado nessa ilusão.
...
Você brincou com fogo, e depois caiu fora.
Saiu da minha vida.
O que que eu faço agora?
Menina estou a ponto de enlouquecer
Fora do comum não posso te esquecer..."

(Gusttavo Lima - Fora do comum)
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Joshua

Deus.

Preciso parar de sofrer desse jeito.

Até as malditas músicas que ultimamente ouvia dentro do carro, estavam mexendo comigo.

Qual o problema desses cantores brasileiros?

Parece que vivem sofrendo por amor. E é tanta sofrência que se eu contar minha história pra algum deles, provavelmente sairia uma música inédita pra outras pessoas sofrerem junto comigo.

Entrei no prédio nessa sexta-feira ciente do quanto estava adiantado.

As ruas até então vazias e os poucos funcionários circulando no primeiro andar da empresa eram o maior indicativo do quão cedo estava. Mas essa era minha forma de evitar vê-la.

Chegar cedo, ir embora tarde.

Apenas um senhor estava presente falando com a recepcionista quando me aproximei.

- Eu já disse moça, preciso entrar. - Acenou para a catraca.

- Senhor, não posso permitir sua entrada sem autorização, o expediente ainda não começou. - A recepcionista informou.

- Tenho certeza que se ligar, serei autorizado a subir. - Ele insistiu.

- Mas o senhor Hale ainda não chegou. Não há ninguém que possa recebê-lo.

- Algum problema, Daisy? - Perguntei à morena sentada atrás do balcão de mármore.

- Bom dia, senhor. Este senhor insiste em ir até o andar da presidência. - Arqueei uma sobrancelha para o homem em questão.

- Não vou arredar o pé até falar com minha filha. - Franzi a testa encarando a pele clara, cabelo escuro, e os olhos verdes claros do senhor à minha frente.

Apenas uma pessoa poderia ser filha dele a contar pela sua aparência e pelo fato de querer ir até a presidência.

- Senhor Miller? - Perguntei vendo-o ficar confuso ao ser reconhecido. Mas eu já o tinha visto, por foto no instagram dela, só demorei para puxar da memória de onde o conhecia. - Joshua Price. - Me apresentei.

- Ah, é você rapaz? - Estendi a mão para apertar a do homem, mas ele não se contentou e me abraçou com um tapinha nas costas para total horror da recepcionista.

- Venha, vamos subir. - Convidei sorrindo.

Um crachá foi entregue ao pai de Gracie que andava ao meu lado boquiaberto encarando todos os cantos do lugar.

- Minha filha disse que trabalhava num lugar chique, só não esperei que fosse tanto. - Falou ao chegarmos na minha sala.

- Bem, tentamos não deixar isso subir muito à cabeça, Sr. Miller. - Sorri para o homem totalmente sem jeito.

- Ivan, já disse que pode me chamar de Ivan. - Apontei para a cadeira à frente da minha mesa.

- Sua filha ainda não chegou, por isso a recepcionista não o deixou subir. - Expliquei.

Minha RuínaOnde histórias criam vida. Descubra agora