SHAMELESS || Mason Mount

030

Manchester, Inglaterra

Mason

Hoje seria minha estreia oficial pelo meu novo time e eu não podia está mais animado e ansioso.

Quer dizer, eu já havia jogado na pré-temporada nos Estados Unidos mas acabei tendo outra lesão. Dessa vez, eu estava cem por cento recuperado para voltar.

Mas diante de toda essa situação, voltar a jogar era de menos. O que realmente me deixava ansioso era enfrentar meu antigo clube, trazendo o dobro da pressão rotineiro.

Mas olhando pelo lado bom, eu veria Astrid e meu filho, ou filha, ainda não sabemos o sexo.

- Animado? - Rashford perguntou dando um tapinha no meu ombro.

- Tô. - concordei.

- Isso foi meio vazio.

- Considerando que eu vou jogar contra o meu ex clube, onde a minha ex trabalha, eu tô de boa. - dei de ombros ao reformular a frase. - Melhor assim?

Luke não respondeu, na verdade, acho que o deixei sem jeito. Talvez tenha sido um pouco rude, mas não foi porque eu quis e sim porque estou quase sucumbindo ao nervosismo.

Subimos as escadas que davam para o campo e corremos para aquecer, ouvindo os gritos animados da torcida red devils e as intensas vaias da torcida blue.

Respirei fundo, ignorando aquela situação, e mantendo o foco apenas no jogo.

Quer dizer, eu tentei.

Quando vi Astrid entrar em campo conversando com Cole Palmer e Gallagher, meu foco foi direto pra ela. Estava séria, como sempre, e muito linda também.

Troquei um olhar rápido com a alemã, e tenho quase certeza que vi seus lábios se curvarem em um pequeno sorriso, que logo voltou a ser sua carranca rotineira.

- Fecha a boca, se não vai entrar mosca. - Højlund me provocou.

- Cala à boca. - mandei, chutando uma bola em sua direção e ele riu, assim como os demais jogadores do time.

Graças às fotos que vazaram, todos sabiam do meu envolvimento com Astrid, mas poucos sabiam que ela estava grávida, apenas minha família, nossos amigos e Matt.

Astrid ainda estava hesitante em contar para seu pai, Eleanor e a irmã. Eu não opinei, apenas ela sabe o que sente e eu vou apoiá-lo, seja qual fosse sua decisão final.

Nos alongamos, em seguida treinamos finalizações e por fim, trocamos mais alguns passes antes de voltar para o vestiário e nos preparar para o jogo que começaria em instantes.

Meu estômago estava revirando, minhas mãos estavam suando, mas ninguém saberia disso, porque não importa o quão nervoso você esteja, tem que demonstrar frieza.

Enquanto eu caminhava pelo corredor, um pouco aéreo, senti uma mão tocar meu braço, me fazendo parar de andar. Olhei para o lado e encontrei os olhos castanhos de Astrid.

- Oi. - disse um pouco surpreso.

- Oi. - cumprimentou. - Você tá bem? Quer dizer, isso deve ser estranho pra você.

- É, um pouco. - dei de ombros. - Mas eu dou conta.

- É claro que dá. - sorriu. - Mesmo assim toma cuidado.

- Eu vou.

Eu não podia tocá-la, estamos expostos de mais aqui, e isso era decepcionante.

- É melhor eu ir agora. Nos vemos depois.