Lua Cheia

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Já era noite, novamente.
Após passar a noite em claro e uma grande parte do dia, agora de cabelos em pé e bolsas escuras debaixo dos olhos castanhos. Enfim uma luz no fim do túnel.

Bom depois de passar algumas horas revirando o templo e o esconderijo do alçapão, encontrou alguns pergaminhos e folhas velhas acabadas pelas traças. Conseguiu entender um pouco da história que emanava as paredes daquele lugar, e então, encontrou o que poderia ser sua esperança.

Histórias de feitiços e invocações bem sucedidas havia aos montes nos pergaminhos, falavam muito também sobre o antigo mestre, dono do espaço e devoto da divindade da natureza e sabedoria.
Mestre Lee foi um marceneiro pobre, que depois de derrubar uma árvore cheia de energia natural_ que consegui no meio de uma tempestade de raios_ e a transformar em um trono para o grande chefe do clã Nie se sentar em seu palácio (algumas gerações passadas), e pelo ótimo trabalho acabou rico e muito requisitado por suas obras na marcenaria, mérito esse que ele diz ser apenas um presente enviado pela divindade Qhein criador da natureza e de tudo físico sobre ela. Deus da terra. Desde então é devoto a Qhein, seu templo foi construído em agradecimento por ter saído da pobreza. Seu sonho era que outros como ele tivessem suas orações ouvidas e realizadas, assim como foi com ele.
Mais o templo acabou definhando depois de alguns anos.

Poderia se dizer que mestre Lee foi obcecado pela sua fé. Seu pupilo Sun Do, escritor das maioria dos arquivos, descreveu seu mestre como o grande homem que foi e o grande louco que se tornou perto da morte.
Mais isso não era importante, e sim o relato que Lee deu ao Sun, o mestre descreveu com os mínimos detalhes a experiência mais incrível e espetacular que vivenciou em toda sua vida .

Mestre Lee passou por fenômeno chamado Heavenly Melody, fenômeno esse que o próprio o nome-ou . Que nada mais é, que uma música que atravessa o tempo espaço e a matéria. Como as luzes do norte ela suas cores dança no céu claro ou escuro, enquanto uma melodia passa tranquilamente deixando o ambiente absurdamente calmo.

__"Eu não tenho nem palavras para descrever o que senti.
Era como se eu me afoga-se em um mar de calma e tranquilidade, era como se nada ruim existisse. Parecia a cura para tudo mal, meu coração estava inteiro novamente, nada poderia me atormentar naquele momento. Nunca me senti tão próximo de Qhein.

Gostaria de que pudesse sentir o mesmo."

Sun Do diz que essas foram as últimas palavras de seu pobre mestre antes de dar seu último suspiro e deixar aquele plano.
Pelo o que parece Sun transformou o último pedido do mestre, em uma missão de vida.
Depois de anos de pesquisa, ele conseguiu. E nunca se sentiu mais poderoso.

Bingo! Sua oportunidade estava ali, e pela sorte Sun Do foi um ótimo escritor que detalhou todas as suas conquistas no cultivo e na invocação para Heavenly Melody.












~10 meses depois

_ Manhã fresca, lago de sangue, selos, e tinta de sevada. Todos os itens da lista preparados e prontos para a invocação. _Diz em voz alta listando alguns itens presentes.

_ O trabalho duro enfim me trará progresso._ diz com um sorriso convencido no rosto, logo em seguida toma mais um gole do precioso sorriso do imperador que havia que tomado posse alguns dias atrás na sua ida até a cidade.

Releu a lista mais uma vez para não esquecer de nada.

"~ Lista:
   Em um dilúculo fresco,
no centro uma matriz, deve ser traçada feita do natural
e do vivo no solo pintado de sevada.
Ao lado uma Laguna,
do outro a chama viva. Uma sinfonia tocada com harmonia
em seu tempo enquanto se pense na sua dor,
sinta sua amargura e,
veja desaparecer,
quando não poder mais sentir isso, lá estará ela ".
Por segurança, acabou por acrescentando alguns selos pelo comprimento do espaço.

A lista pode ser simples e curta, porém decifra-la foi custo. Suspira enquanto anda de um lado para o outro no grande palácio demoníaco, se gabando de como foi sagaz para entender todos os itens da lista, que se encontrava no pergaminho. Quem diria que esperar pelo dilúculo era sinônimo para manhã, e que deveria ter uma Laguna, lago com água purificada - que nesse caso seria usado a lagoa sangrenta, com a água pura e própria, porém vermelha como sangue ,deu um sorrisinho debochado - afinal era o que tinha.

Artefatos e ingredientes postos em seus devidos lugares, chão pintado e uma matriz desenhada feita de água, terra e sangue. Tudo pronto, era só começar.
Então se pois ao lado da lagoa, e sua tão querida flauta em posição.

P.O.V.  Wei

A ansiedade tomou meu corpo, logo eu que sempre fiz rituais de forma determinada e sem medo das consequências, estou no momento suando frio e trêmulo, temo que desta vez as coisas não ocorram bem. Não gostaria de admitir mais estou com medo de que todo esse tempo tenha sido em vão e do desconhecido, e sem dúvidas esse é o primeiro ritu que farei sem ter certeza do depois, o que poderia acontecer, será que era mesmo uma benção?
Que poder poderia ser aquele?

A ansiedade me toma inteiramente, tento acalmar meu peito, e me coloco em posição será agora ou nunca.
Esse momento me fez lembrar, daquela música, a que Lan zhan e eu compomos juntos, com base na lista essa seria a escolhida mas harmônica, não havia outra melhor, só superava ela própria com a junção do guqin (instrumento de cordas, parecido com uma arpa deitada) do Lan e sua
chen qing (flauta).

Fecho meus olhos, sinto a leveza  enquanto escuto o som doce. E então começa a pensar no meu passado, e em todos os momentos de angustiantes, minha mente me leva a morte de yanli minha querida irmã, o que me fez perceber como sinto sua falta...

A dor da perda, o medo, o desespero, a minha morte. Projetei tudo o que passei e mesmo assime depois de um tempo, não senti nenhum alívio, algo não estava certo a esse ponto já deveria ter acontecido algo, acabei por me afogar naquele mar de angustia, os tremores pioraram o estômago embrulhou o ar me escapava, as lágrimas desciam em abundância , estava entrando em desesperado, estive perto de desistir.

Até que eu ouvi. Tão gracioso quanto o vento que passa no furin, sinto meu peito aliviar quando vejo a imagem alta de vestes brancas parada na entrada do palácio tocando seu guqin, nem me perguntei o por que de ele estar alí, acho que acabei pensando ser uma ilusão. Enfim, tão belo quanto a lua cheia em uma noite calma e os cabelos negros brilhantes bem penteado balançando com a brisa, mais bonito ainda enquanto tocava.
Com essa imagem fechei os olhos e soprei com mais vontade a flauta.

Foi quando senti uma rajada de vento e meus sentidos meio embaralhados, a música que escutava já não era da flauta ou do guqin, e sim vozes esplendorosas.

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⏰ Última atualização: Jun 29, 2023 ⏰

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