Era um lindo dia de sol, o verão pode ser tão entediante quando não estamos aproveitando ele.
Killer levantou de sua cama porém percebeu que não estava no quarto em que ela foi dormir na noite anterior.
O quarto era bonito, paredes vermelho cor de vinho com detalhes em dourado, a cama que estava tinha dois lençóis de lã vermelha, sua cabeceira ao lado da cama era dourada e a porta para o banheiro e a porta para sair do quarto eram brancas.
Um quarto bonito de certo, na frente de sua cama havia um manequim, que vestia uma calça branca e um cropped verde claro, com o seguinte bilhete;"Espero que goste de usar essa roupa hoje.. achei sua cara."
- smith? Onde você está? - Killer desce as escadas procurando a dona da casa, que estava com um lindo vestido de mangas bufantes com elástico e uma linda cor branca que ressaltava seus olhos esverdeados e seu cabelo amarelado, quase em tom dourado.
- killer.. perdão, não deveria ter lhe trocado de quarto, acontece que você chegou tão bebada ontem da festa que quando se deitou na cama no meio da noite acordou suando frio, a cama estava encharcado de suor. O que achou da roupa que está vestindo? Achei sua cara. - Smith disse com um sorriso delicado no rosto.
- ficou bom.. mas por que tudo isso? Eu tenho minhas roupas. - Killer rebateu um pouco confusa.
- vamos sair ao ar livre, suponho que está cansada de tanto trabalhar, atrás de uma mesa, em um escritório, chegando telefonemas importantes toda hora.. venha comigo, vamos pegar um banho de sol. - Smith diz pressionando a garota em sua frente.
Killer parece pensar bem antes de qualquer coisa sair de sua boca.
- se eu ficar com trabalho atrasado por isso eu juro que.. - Killer iria falar porém foi interrompida.
- que você terá um dia de paz pelo menos? Vamos lá Killer, qual foi a última vez que saiu de casa sem ser com uma roupa formal? A última vez que você acordou sem o despertador? A última vez que não se preocupou em checar os e-mails? A última vez que se sentiu viva por simplesmente viver e não por ser rica, durona ou chatona? - Smith questionou a garota.
- você fala de mim como se você não fosse igual. A última vez que me senti viva? Eu estou vivendo. Você romantiza viver sempre feliz e acha isso uma coisa boa sendo que não é bom sempre estar bem com tudo, você diz que eu não vivo, mas você não sabe nem viver. - Killer a respondeu entrando no carro emburrada.
- as vezes parece que a criança birrenta que você era ainda mora dentro de você! - Smith retruca entrando dentro do carro também.
- se você não gostava de mim, então por que vivia me chamando para brincar? - Killer questionou.
- Ah e você gostava muito de mim, certo? - Smith disse debochando.
- falou a pessoa que atirou na melhor amiga simplesmente do nada, eu nem sei o que eu fiz e você atirou em mim, eu até cheguei a pensar que era brincadeira quando você me apontou a arma, mas nem quando eu estava no hospital você me visitou!! Você costumava estar do meu lado e do nada você atirou em mim. Eu pensei que fôssemos ficar juntas para sempre e se nos separássemos aí sim você me mataria, mas tentar me matar para se afastar?! É totalmente o oposto de todas as coisas lindas que você já dedicou para mim, as canções, os poemas, as brincadeiras, os elogios, você jogou tudo fora quando apertou aquele gatilho e eu que não te amava?! Eu acho que te amava até demais. Eu te amava tanto que até quando você atirou em mim eu perguntei se você estava bem. - Killer disse enquanto as lágrimas escorriam pelos seus olhos.
Smith não retrucou, não falou nada, apenas continuou dirigindo, e quando chegamos no local no piquenique, antes de sairmos do carro ela fechou a porta.
- você acha que eu queria te matar? - Smith perguntou.
- você atirou em mim. - Killer respondeu confusa.
- eu nunca me perdoaria se eu te matasse. Se eu te matasse eu iria me matar só para te pedir desculpas no céu ou no inferno. Eu não fiz por querer eu juro.. eu não posso te falar tudo ainda.. mas me deram duas opções, afastar sua família dos negócios com um tiro.. ou..- Smith se calou.
- ou?!
- ou você seria morta. - Smith disse baixo.
- e atirar em mim não foi o objetivo?!
- eu treinei tanto, mas tanto, os lugares onde as balas não ferissem muito, o tempo ideal de atirar, a lonjura certa para doer menos.. tudo, para eu ter certeza que mesmo depois de tudo você ainda estivesse viva, e mesmo que eu tenha feito tudo isso, eu ainda poderia continuar te amando minha querida amiga..mesmo depois de tudo eu vou continuar te amando e sempre amarei.
- se você me ama então por que me afastou?! - Killer disse chorando.
- por que... por que.. por que as vezes amar é deixar partir, e eu pensei que nós fôssemos esse caso.. mas na real nem todos os amores são deixar partir e sim evoluir. Eu não quero te deixar partir mais uma vez! Eu quero te permitir ficar, se divertir e aproveitar, se for pra ficar eu quero que você fique, se for para ir embora eu quero que você vá sabendo que não importe o quanto o tempo passe você sempre será minha melhor amiga. Mesmo que eu não seja a sua. - Smith disse chorando um pouco.
Nós encaramos por um segundo, nós perdendo no olhar uma da outra, nós perdendo no tempo, nós perdemos na vida.
Smith pega uns lenços umedecidos do banco de trás e limpa as lágrimas, Killer faz o mesmo.
- acho que já nós resolvemos tudo..podemos esquecer isso por um segundo? - Smith perguntou sorrindo fraco.
- por que não? - Killer disse sorrindo também.
E lá se foram as duas garotas de 18 anos com a mesma mentalidade das melhores amigas de 14 anos, brincando na grama e comendo torta de chocolate, sem se preocupar em voltar tarde para casa, apenas se divertiram tomando um banho de sol enquanto colocavam os assuntos na roda.
- se você não tivesse atirado em mim eu estaria morta... apesar de eu ter sofrido eu agradeço de ter sido você que atirou em mim, se fosse qualquer outra pessoa atirando em mim a pedido seu eu.. eu choraria tanto, que até esqueceria a dor do tiro.
- se eu soubesse disso teria te falado o quão eu te odeio, mesmo se fosse mentira iria doer mais que um tiro..
- como você sabe?
- por que..se fosse você no meu lugar, eu sei que eu sentiria..
E o tempo passou, aquele momento passou, o piquenique passou, o passeio de carro após o piquenique para casa passou e o tempo delas juntas, conversando, se abraçando, estudando juntas, indo em passeios, ficando conversando até tarde passou. Tudo passa, mas para as duas, elas ainda estavam na época da escola, sendo elas mesmas, sem se preocupar com o tiro que afetaria a amizade de duas pessoas que se amavam e não sabiam nada sobre amar.
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Só por você.
FanfictionUma história sobre abandono, traição, abalo emocional e a problemática relação amorosa entre rivais.