JIMIN
Segunda-feira, 5 de março de 2018.
O primeiro dia do ensino médio é sempre uma montanha-russa de emoções. Tem o medo de várias coisas: de não conseguir se enturmar, de se tratar de algo inteiramente novo e ninguém saber de verdade como são as coisas, dos professores, porque, nossa, alguns deles parecem tão intimidadores; medo de não conseguir aproveitar essa fase da vida. Os adultos vivem dizendo o quão sentem falta da escola e reclamando dos seus trabalhos. Estudar nunca foi legal para mim, eu só queria ter um futuro que me garantisse tudo necessário para minha sobrevivência, e as coisas iriam ser bem mais duras a partir de agora... Deve ser realmente difícil aproveitar sua juventude quando o sistema de ensino e até a própria vida te força a não ter muito tempo de diversão. Mas meu maior medo mesmo era não conseguir entrar numa faculdade. Sair da escola vendo todos os seus colegas aprovados em alguma universidade é assustador e triste, eu precisava me esforçar ao máximo para conseguir também. Além disso, precisava achar a minha área, o que realmente era a minha paixão. Uma tarefa difícil. Viver é super difícil. Como vou ter certeza de que quero trabalhar para sempre fazendo alguma coisa, quando eu tenho apenas quinze anos?!
Deixei de lado todas essas preocupações. Era o meu primeiro dia aqui, queria começar com positividade.
Procurei pela minha sala e, ao que parecia, havia chegado cedo até demais. Poucos lugares estavam sendo ocupados, cerca de 10 mesas tinham mochilas e dentro da sala havia três pessoas: dois amigos conversando - que sorte caírem na mesma turma! Meus dois amigos, que vieram para a mesma escola que eu, caíram em outras turmas - e um garoto, sentado na segunda cadeira de uma das fileiras, brincando com o zíper da própria mochila, que estava em cima de sua mesa. O lugar ao lado dele estava vazio, era o único vazio das segundas cadeiras. Cheguei perto do garoto, queria perguntar-lhe se podia sentar ali. Vai que estivesse guardando lugar para alguém...
- Oi! - cumprimentei-o.
- Oi - cumprimentou de volta, evitando contato visual.
- Posso me sentar aqui? Ou você tá guardando lugar pra alguém?
- Pode - balançou a cabeça, ratificando.
Sentei no meu novo lugar e deixei minha mochila no colo. Observei o garoto ao meu lado, ainda brincando com o zíper da sua mochila preta. Além do uniforme da escola, ele estava usando um casaco cinza sem nenhuma estampa. Apesar de ter arrumado os óculos de armação delicada e redonda, não deixou de mexer no zíper.
O garoto parecia meio incomodado com a minha presença. Ele me olhou pelo canto do olho, percebeu que eu o assistia e virou o rosto para a direção oposta à minha. Foi engraçado.
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Com amor, Flor de Cerejeira.
FanfictionPark Jimin, um dos alunos mais populares da escola, começa a receber cartas anônimas escritas por "Flor de Cerejeira", uma estudante que é apaixonada por ele. Ela entrega cartas ao garoto constantemente, declarando toda a paixão e admiração que sent...