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  Alcanço a minha espada e, rapidamente começo a dilacerar um dos bonecos de treinamento feitos de palha, grama, lama, argilas e pedras. São surpreendentemente resistentes.

Oswaldo aparece no meu campo de visão periférica, e eu o ignoro, mantendo a minha posição inicial no campo de treinamento.

Oswaldo sempre nos supervisiona nesse horário, já é comum não estarmos sozinhos quase nunca, então nunca de fato me incomodou, até agora.

O que Christian disse faz sim um pouco de sentido na minha cabeça, mas sinceramente? Não quero arriscar o pescoço de ninguém para descobrir, ao menos, não agora.

As Luzes chegam poucos segundos depois, e sem papo, apanham suas armas também.

Nossas armas, foram forjadas diretamente no olimpo, um presente dos Deuses para nós, para que pudéssemos matar o maligno na floresta, e manter os humanos seguros. O fato de um rastreador, que até então seria um demônio extinto, ter quebrado uma arma assim, é perigoso e muito preocupante.

–Mantenha seus pulsos firmes, Laís! –Oswaldo comanda para mim, e eu ataco o boneco mais uma vez, sem desviar o olhar, e tentando fazer o que ele diz. –Está surda, garota? –Ele berra dessa vez, mas sem sair de sua pose habitual, onde as mãos se encontram cruzadas atrás do corpo.

O seu grito foi retórico, ele não quer que eu responda, ao contrário disso, quer apenas que eu acate as suas ordens.

Aperto mais as mãos ao redor da espada, e tensiono os cotovelos, deixando a espada ainda mais firme.

–Me pergunto por quê Enguerrand lhe deu um cargo tão importante! É tão burra, ao ponto de não saber atacar um simples boneco de palha?

Não vejo como posso firmar mais meus pulsos, mas aperto ainda mais firme ao redor do punhal da minha espada, fazendo com que um filete fino de sangue, escorra por entre meus braços.

–Idiota! Segure essa maldita espada direito! –Ele da um passo na minha direção, antes da voz grave do Chris soar pelo centro de treinamentos:

–Talvez você devesse tentar.

Meu corpo gela por um segundo. Christian está sendo idiota!

Oswaldo para bruscamente seu passo até mim, e imediatamente seu olhar foca na luz a minha direta.

–O que disse? –Sua voz soa calma, como se não acreditasse no que acabou de ouvir.

Ainda batendo no boneco, fazendo o som ser o único proferido em todo o ambiente. Não posso parar, não tenho permissão!

–Disse que talvez, você devesse tentar. –Christian repete corajosamente.

Oswaldo torce o rosto, no que parece um sorriso macabro, como os de um demônio.

Ainda atacando o boneco, vejo o momento exato em que Oswaldo acerta um tapa estalado no rosto do meu amigo. Meu corpo ferve instantaneamente com o ato repugnante do diretor, e em uma força descomunal, o boneco a minha frente é partido em dois, no mesmo tempo em que eu redireciono a minha espada, parando a mesma exatamente entre Christian e Oswaldo, impedindo o velho diretor de avançar em mais algum passo contra a Luz.

–O que está fazendo, Laís? De repente, todos vocês decidem ser rebeldes agora?

–Senhor, peço que por favor, reconsidere as palavras desta Luz. Christian não está pensando direito.

–Eu sei exatamente como corrigir pessoas assim, garota! E vou ensinar para esse bastardo, uma lição que ele jamais esquecerá! –Ele desvia da minha arma, e agarra os cabelos de Christian.

Se a Luz apagar (EM ANDAMENTO)Onde histórias criam vida. Descubra agora