O Pirralho

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Vegas não foi um grande pai para Venice no início. Ele não poderia dizer o mesmo de Pete. Pete era carinhoso, tinha instintos e uma paciência natural para uma criança que precisava de tanta atenção e carinho. Ele era tão bom com Venice que Vegas ficou com ciúmes do bebê por muito tempo.

Foi na época em que Venice completou um ano que Vegas mudou de ideia. Tudo começou quando Venice começou a engatinhar, ficar de pé sozinho e andar que as coisas mudaram. Venice era um menino curioso, mas tímido. Ele gostava de rastejar até os pés de Vegas e segurar as pernas de seu pai apenas para encará-lo. Em sua frieza, Vegas se incomodava com a forma como Venice apenas olhava para ele, sem fazer barulho e com uma expressão muito séria no rosto. Ele viu algo em Vegas e Vegas se odiou por não ter ideia do que uma criança tão pequena como ele poderia ver.

Parte dele queria tirar Venice de sua perna e ficar sozinho. Ele sabia que era amargo e cruel e Pete provavelmente o sufocaria se ele fizesse algo assim. Então, um dia, em vez de ignorar Venice, ou se livrar dele, ele puxou Venice para seu colo e ficou impressionado quando Venice deitou em seu peito e descansou ali. Vegas não sabia que era possível fazer isso. Ele era muito mais apegado a Pete do que a Vegas. Foi o suficiente para desvendar algo que Vegas não sabia que tinha dentro dele.

Ele começou a checar Venice quando chegava do trabalho. Ele começou a comprar brinquedos para ele com muita frequência. Então ele começou a segurar Venice até que ele dormisse. Pete notou a mudança e optou por não provocá-lo sobre isso. Macau não foi tão sutil quanto a isso. O fato é que Vegas ficou diferente, mais quente, mais generosa com Venice enfim.

Quando Venice tinha quatro anos, ele já era o príncipe de ouro de Vegas, que não errava. Não importava se derramava tinta na roupa, no tapete e nas cortinas, ou que quebrava muitas coisas, ou que deixava seus brinquedos espalhados por toda parte. Nem Vegas nem Pete iriam incomodá-lo. Ele era mimado e amado, e isso deveria bastar para que as coisas fossem perfeitas.

***

“A que horas Macau volta para casa?” Vegas perguntou. Ele esfregou os dedos fazendo o tempero cair na frigideira, sentindo o cheiro dele imediatamente a ponto de seus olhos lacrimejarem.

À mesa, Pete ajudava Venice a comer, já que o menino ficava assistindo TV e se esquecia de comer. Claro que foi só uma desculpa. Ele havia parado de gostar de cenouras e sobraria sopa de cenoura em seu prato se alguém não o ajudasse a comer.

“Eu disse a ele para vir às dez.”

“Você é muito rigoroso.”

"Você dá a ele um toque de recolher então!" Pete estalou. Vegas sorriu para si mesmo. Era tão fácil irritá-lo.

"Eu vou."

"Bom!"

“Pa!” Venice tentou empurrar seu braço para não comer mais.

"Vamos, não estamos nem no meio."

"Não!"

Pete suspirou. Vegas que estava assistindo sabia que Pete não foi derrotado tão facilmente. Mas ainda era divertido.

“Baby..”

Venice fez beicinho, olhando para baixo, querendo sair da mesa. “Eu comi!”

“Você não terminou de comer e não vai a lugar nenhum.”

Venice choramingou, jogando a cabeça para trás, recebendo uma risada de Vegas, que desligou o fogão para servir o jantar a Pete. Ele pegou o prato e colocou na frente de Pete, dando-lhe um tapinha na cabeça.

"Coma. Eu alimento ele"

Pete deixou a colher no prato de Venice e voltou-se para a comida sem pensar duas vezes. Ele estava cansado e não particularmente com vontade de discutir com uma criança de quatro anos. Vegas puxou uma cadeira para si e virou a cadeira de Venice para ele, pegando a tigela de sopa e a colher de Venice.

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