Roberto ficou escondido na casa de Alex e o leão não havia nem sinal de que voltaria para casa. Onde estaria agora? Seria muito inconveniente ligar para ele agora. Ele estava em horário de trabalho, lembrou-se.
Mesmo com Thomas lhe prometendo que chegaria logo, Roberto não conseguia se sentir seguro, afinal, seis horas são tempo mais do que suficiente para muita coisa acontecer. Os carros policiais fazendo ronda também não eram suficientes para lhe dar segurança, uma vez que Roberto sabia que um dos guardas era o seu primo.
A ansiedade tomou conta de seu corpo e ele só conseguiu deixar as lágrimas escorrerem de seus olhos enquanto esperava pela sua chance de ir embora daquela cidade.
Quando o estômago roncou de fome, foi até a cozinha lentamente e preparou a comida cuidadosamente. As dores já não eram mais tão intensas, mas isso não significava que estavam ausentes. Mas além da dor física, agora tinha a dor de seu coração, ao lembrar das palavras de sua mãe. Machucavam como navalhas cortando sua carne e o deixassem sangrar. Lágrimas escorreram pelo seu rosto ao lembrar e ele não queria lembrar, no entanto, não conseguiu evitar.
Sentou-se na cadeira da cozinha e chorou por um longo momento, o que fez com que o arroz queimasse e o feijão também. Merda! Amaldiçoou-se. Mas ele não conseguia pensar em nada além das palavras cortantes de sua mãe. A mulher que o amou por grande parte de sua vida, e ele também a amava, fez uma coisa dessas com ele.
O coração ficou dolorido. A respiração ficou pesada assim como sua cabeça e precisou deitar-se sobre a mesa. O cansaço tomou conta de seu corpo e não se importou em dormir sobre a mesa.
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A janela de vidro quebrou-se em vários pedaços e Roberto acordou com o barulho. O coração acelerado de medo. Virou-se para lá e para cá, entendo a situação. Precisou de um momento para absorver o som alto, a gritaria do lado de fora e mais uma parte do vidro da janela sendo estourado por tijolos.
Roberto abaixou-se na mesa e telefonou para a polícia. Quem atendeu, para sua surpresa, não fora seu primo. Desesperado, informou a situação e o que estava acontecendo. Batidas fortes na porta indicavam que os invasores queriam entrar.
A raposa deixou as lágrimas escorrerem por seus olhos, desesperada em expectativa pelo que viria a seguir. Ele sabia o que viria, pois aconteceu o mesmo com os seus primos. Ele teria o mesmo destino? Seus familiares psicóticos ficariam impunes novamente?
Abriu os aplicativos de mensagens e enviou-as todas em caixa alta para o máximo de pessoas que conseguiu.
SOCORRO! QUEREM ME MATAR! ESTÃO INVADINDO MINHA CASA!
Viu que as pessoas estavam digitando de volta. Recebeu ligações de alguns deles. De Thomas, de Seu Josué e... de Atlas. No entanto, não teve a oportunidade de atender a ligação de nenhum deles.
Correu até a cama e a arrastou até a porta, criando um obstáculo para que não fosse aberta. Será que isso seria o suficiente? Pensou em usar a geladeira, mas esta é pesada demais para ser arrastada por apenas uma pessoa. Correu para o banheiro, onde também trancou a porta e se escondeu. Colocou um pedaço de barra de ferro na porta para mantê-la pressionada.
A porta fez um estrondo alto quando foi arrombada, batendo na cama, não abrindo completamente. Precisaram fazer força para abrir a porta e arrastar, mas eles conseguiram entrar. E foram o procuraram por toda a parte na pequena casa. Ao perceberem a porta do banheiro trancada, eles a chutaram e não conseguiram arromba-la. Perceberam que Roberto estava trancado lá dentro.
Várias ofensas desafiadoras foram ditas pelos seus primos com quem não tinha contato e Roberto se encolheu no canto do banheiro, tentando ignorar os gritos.
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Coração Quente (Volume 2)
RomansAo voltar para sua cidade natal, Roberto se reencontra com sua família de raposas e as dificuldades que o fizeram ir embora. Atlas, o amigo leão de juba negra, divide-se entre a formação de uma família com Julieta, uma onça-pintada, e o seu romance...