Capítulo 6, Fadas não podem mentir.

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彡★ Capítulo 6, Fadas não podem mentir: 

No fim, foi uma conversa bastante proveitosa. Cassandra e Camilla eram garotas legais, mas infelizmente me fizeram repetir a mesma história do quase atropelamento várias vezes. Por outro lado, ficaram sabendo de mais coisas sobre esta mansão do que eu em um dia de residência. Não só havia fadinhas morando aqui, mas, segundo Laura, o cozinheiro-chef era um hobgoblin. Quando ela afirmou isso, olhei para Leaf incrédula, mas ela nem percebeu. Depois que perguntei sobre sua estadia, Leaf ficou com a mente distante.

Daruk Korgrak, como era chamado, era um hobgoblin com um sotaque levemente carregado. Ele distribuía ordens aos berros na cozinha, como se estivesse comandando um batalhão, e preparava os melhores banquetes da corte Astris. Eu nunca tinha visto um hobgoblin, então fiquei empolgada para vê-lo em breve, quando fosse trabalhar na cozinha e ele estivesse lá.

Ainda segundo Cassandra, Korgrak chegou à mansão nesta tarde, acompanhado de vários assistentes e carroças, que traziam todo tipo de ingrediente exótico. Cassandra continuou dizendo que o duque estava esperando visitas importantes de toda a corte para tratar de um assunto urgente, mas ela ainda não sabia qual era.

— Mas eu ainda vou descobrir! — Cassandra bateu na mesa com o punho cerrado.

— Me conte depois, também estou curiosa para saber. — Camilla respondeu.

— Claro, claro, vou contar para você. E para você também, Jade, não se preocupe. — Cassandra falou quando eu abri a boca para protestar, querendo saber a fofoca também. Não sabia se poderia confiar nessas duas, mas eu precisava de informações. Se um grande evento fosse acontecer por aqui, talvez, quando todos estivessem distraídos, eu pudesse fugir. Encontraria minha família e, antes que percebessem meu sumiço, já estaríamos longe.

Estava completamente interessada no que Camilla falava, quando Madame Ayla apareceu, interrompendo nossa fofoca.

— O horário do almoço acabou! Voltem para os seus serviços! Leaf, preciso de você agora! O resto pode continuar indo ao serviço! — e foi embora com Leaf ao seu encalço.

Ela nem se virou para olhar para nós na mesa. Me senti ainda mais culpada por ter perguntado sobre o passado de Leaf. Não sabia que era algo tão delicado.

Não demorou para que eu chegasse à biblioteca, e estava vazia, assim como mais cedo. A tarefa em si era trabalhosa, mesmo trabalhando em dupla, agora sozinha, parecia quase impossível limpar tudo. Como já tínhamos limpado grande parte das prateleiras e mesas, decidi trabalhar no chão. Peguei um pedaço de pano e um rodo, e comecei a passar o pano molhado pelo piso que eu acreditava ser de mármore. Pareceu demorar uma eternidade. No fim, meus dedos estavam vermelhos, e dentro do meu vestido de empregada, eu sentia o suor escorrer. Olhei para o relógio acima da porta de entrada da biblioteca e vi que já havia se passado metade da tarde. Peguei o espanador e comecei a passar por cima das lombadas dos livros nas prateleiras inferiores, quando fui surpreendida por passos entrando no recinto, acompanhados de vozes. Me levantei rapidamente e bati a cabeça com força na prateleira de cima, vi estrelinhas girando ao redor da minha cabeça. Me virei para ver quem havia entrado na biblioteca e o vi primeiro de costas: cabelo castanho escuro e pele cor de oliva, o homem que me tirou da cadeia estava ali. Mas ele não estava sozinho. Logo depois, outro Astris entrou, e pelo sorriso estampado em seu rosto, percebi que era o completo oposto do outro. Suas roupas tinham tons de dourado e prata. Ele era tão alto quanto os outros, tinha pele com as faces rosadas e cabelos loiros deslumbrantes, além de olhos claros que pareciam ouro líquido.

— Ora, Firi, você tem que admitir que foi engraçado. — o loiro provocou.

— NÃO TEVE NADA DE ENGRAÇADO. — Firi respondeu.

O feiticeiro e o deserto.Onde histórias criam vida. Descubra agora