Quartel dos cavaleiros
Diluc tinha ficado embriagado a noite toda, além de ter acordado de ressaca, mas felizmente não teve nenhuma dor de cabeça.
Ele decidiu procurar alguns livros que desse as respostas que ele queria. Adentrando na biblioteca teve a surpresa de encontrar Lisa arrumando os livros.
O que era uma surpresa ver a mesma trabalhando e não dormindo.
- Oh, querido, você por aqui, como tem estado?
- Oi, Lisa. Apenas vim procurar uns livros, não se incomode comigo.
- Hmm, tudo bem gracinha, se precisar vou estar na minha mesa.
Lisa terminou de organizar os livros e subiu as escadas em direção a sua mesa.
Diluc começou olhar todas as fileiras de livros e gêneros, olhando todas as prateleiras pra ver se algo chamava sua atenção.
E um nome chamou sua atenção "Um ano em arcádia", vasculhando as folhas e lendo a sinopse descobriu que era um romance gay de época, pra ser mais preciso, o primeiro livro retratando a homossexualidade masculina.
Diluc pegou o livro e se sentou em uma das mesas, pode se dizer que passou a tarde toda imerso na história.
O romance apresentava vários casais aleatórios, mas o foco da leitura de Diluc foi a história do casal homossexual, que mostra como foi o desenvolvimento da paixão dos dois.
Mesmo sobre todos os obstáculos o casal terminava feliz e juntos pra sempre.
- Eu particularmente acho esse livro uma grande quebra de tabu pra época que foi lançado, atendeu todas as minhas expectativas em cima do casal entre os dois homens.
Diluc da um pulo com a voz inusitada do lado do seu ouvido, o mesmo rapidamente fechou o livro e se afastou.
- Hehe, te assustei fofura? Não pensei que você gostava de livros desse gênero, ou você é-
- Não.
Diluc corta a fala de Lisa rapidamente, ficando muito nervoso e com medo.
Ele não sabia mais o que era e como se sentir após o sonho que teve, toda aquela angústia e dúvidas era demais pra ele.
O que seu pai pensaria se tivesse um filho gay? ele ficaria decepcionado? Ele sentiria nojo de seu filho por ser assim?
Mesmo presenciando pessoas do mesmo gênero namorando ele nunca opinou sobre, muito menos achou errado, mas como a situação era com ele, tudo mudava.
Ninguém nunca o explicou sobre, não sabia se era errado.
"Mas porque seria errado amar alguém?"
O pensamento veio na sua mente e um alívio momentâneo tomou seu coração.
Aquilo deixou de ser sobre Kaeya, e se tornou apenas sobre ele, sobre o que sentia, e como seu corpo reagiu mesmo em um sonho, ao toque de outro homem.
- Ei Luc, você está bem? Está pálido, desculpa me intrometer, não quis insinuar nada. Mas se você está com medo saiba que sou lésbica, não fique com medo meu bem.
- Eu só... Queria encontrar algumas respostas..
Com um sorriso gentil lisa se afasta e vai pra mesma prateleira que o ruivo pegou o livro e retira mais três do mesmo tipo.
- Todos esses livros são sobre casais homoafetivos, esse em específico explica sobre todas as siglas presentes na comunidade, caso não entenda alguma eu teria o prazer de te explicar.
Com um aceno de cabeça Diluc agradeceu e Lisa se sentou de frente pra si.
O primeiro livro era uma cartilha de comunicação e linguagem lgbt+, conforme os anos foram passando as siglas aumentaram, atualmente é LGBTQIANP+, representando todas as orientações sexuais e também identidade de gênero.
Diluc leu aquilo e sua mente se abriu, muitas informações e coisas para assimilar, mas com a ajuda da Lisa ele conseguiu compreender tudo.
- Você tinha me dito que é lésbica, poderia me contar como se descobriu?
- Mas é claro, não foi nada complexo como é para a grande parte das pessoas, eu nunca tinha me interessado por nenhum homem, e me veio a possibilidade de gostar de mulheres, mas nenhuma me chamou atenção, até eu conhecer a Jean.
- Mn, então você gosta dela?
- Eu amo ela, foi a única mulher que eu amei e amo, você realmente está bem por fora né? Somos assumidas a anos, Rosaria e Amber são nossas madrinhas.
- Quê!? E eu não fiquei sabendo disso como!?
- Na época você estava em viagem, por isso não ficou sabendo, mas não pensei que fosse tão distraído assim pra não saber sobre nós duas.
Lisa riu da expressão de choque que Diluc tinha no rosto, o clima na biblioteca estava agradável, e Diluc não se sentia mais com medo.
A noite caiu, e ele agradeceu a Lisa pela ajuda e pegou os livros que ia levar com você.
- Atrase a devolução dos livros e eu não falo por mim. Boa noite fofura.
Lisa se retira da biblioteca e Diluc solta o ar pelo nariz em uma risada leve. Todos conheciam a Lisa pela implicância com o atraso dos livros, não importa quem seja.
Saindo do quartel ele avisou o topo da estátua do Deus Barbatos de longe, saiu em direção a ela andando pelo céu noturno e a luz brilhante da lua.
Conforme foi se aproximando avistou uma pessoa sentada nas mãos esticada de Barbatos, com uma perna dobrada em cima da mão e a outra caída pra baixo.
Era Kaeya, mesmo um pouco distante ele conseguia ver o olhar triste em seu rosto.
Ele caminhou e ficou parado em frente a estátua e Kaeya notou sua presença, lançando um olhar pra ele.
Seus olhos azuis brilhavam, a troca de olhar dos dois foi tão intensa que entraram em transe, eles só notaram quando a brisa de um vento forte atingiu os dois e eles desviaram o olhar.
- Gostando da vista aí?
Kaeya falou em um tom de brincadeira para descontrair, sabendo que a situação foi muito estranha.
- Na verdade eu gostei muito.
A resposta pegou o azulado desprevenido, após dizer isso Diluc saiu andando como se nada tivesse acontecido e Kaeya ficou sem reação.
"Porra, porque você falou isso!?" O ruivo começou a se repreender mentalmente e saiu o mais apressado que pode.
"Ele ficou louco? Ou eu tô louco? Devo ter ouvido errado" Kaeya pensava enquanto descia da estátua.
O azulado preferiu pensar que alucinou pra conseguir dormir em paz, e é claro que não deu muito certo.
Diluc invadiu seu sonho, o que foi uma grande surpresa, já que nunca havia sonhado com ele, o que ele não sabia é que Diluc também já teve o mesmo sonho que ele, um sonho erótico.
A única diferença é que Kaeya viu tudo em terceira pessoa, viu as expressões de prazer do Diluc, ouviu seus gemidos, e assistiu ele se desmanchar, com as gotas de sêmen escorrendo no seu rosto.
E tudo aquilo foi ele quem fez. Parecia tão real, e intenso, que quando ele acordou sentiu um vazio. Sua respira pesada e uma ereção pressionada na roupa íntima.
"Eu definitivamente enlouqueci." Pensou enquanto soltava um suspiro.
VOCÊ ESTÁ LENDO
A distância entre nós - (KaeLuc)
FanfictionA infância de kaeya sempre foi conturbada, ter crescido junto de Diluc deu á ele a esperança de uma vida feliz, mas desde criança ele sabia sobre seus sentimentos, ele nunca viu Diluc como seu irmão, e Diluc descobre isso de forma inusitada, descobr...