Entre Criador e Criatura

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No começo da jornada, o humano surgiu,
E o ego brotou, soberbo, aflorou ali.
Ele se julgou o artífice supremo,
Criando deuses à imagem de seu esquema.

Em sua vaidade, o homem proclamou:
"Eu moldo o divino, sou aquele que criou!"
Mas nas voltas da vida, o enredo se inverteu,
E o orgulho cegou o humano, como ocorreu.

Pois o ser humano, em sua insensatez,
Desejou ceifar o sagrado em sua altivez.
Deus, entrelaçado no tecido do tempo,
Sofreu nas mãos do homem, lamento sem remendo.

A busca desenfreada pelo poder,
Ensurdeceu o homem, fez-lhe enlouquecer.
Ele esqueceu-se da essência que há em si,
Ansiando por ser um Deus, cego a perceber.

Ele entende que o divino está além,
Que ser Deus é um sonho fugaz, sem refém.
Na busca pela verdade, ele quer se encontrar,
Aceitando sua humanidade, sua finitude abraçar.

No fim dessa jornada, há uma lição,
O homem não pode ser Deus, é a conclusão.
Ele pode, sim, encontrar a divindade em si,
Abraçando a imperfeição, amando-se, enfim.

Pois o sagrado se esconde na simplicidade,
No sorriso sincero, na humilde verdade.
E o homem, agora ciente do seu lugar,
Descobre a grandeza em apenas ser, respirar.

Consumida pelo abismoOnde histórias criam vida. Descubra agora