prólogo

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Era tudo um borrão, a última coisa que ela se lembrava era de ter escapado com sucesso da sala de testes.

Ela derrubou muitos pesquisadores pelo caminho, mas antes que conseguisse chegar no seu objetivo.

Alguém a atacou na nuca e depois tudo ficou preto.

"Isso dói muito".

A garota resmungou tentando se levantar, ela não parecia ter mais de 7 anos tinha cabelos castanhos curtos e olhos azuis, olhando ao redor da sala que não possuía nada além de uma cama a garota entendeu o que aconteceu.

"Parece que voltei para esse lugar,eu estava tão perto de escapar".

Murmurou ela decepcionada, ela se levantou e se sentou na cama, enquanto ela tentava processar sua recente tentativa de fuga, a garota ouve a porta se abrir.

Ela sabia quem era sem precisar olhar para a porta.

"Você fez uma bela bagunça lá fora"

O homem que falou Tinha cabelos pretos e olhos castanhos, ao entrar no quarto a garota pode ver de relance o corredor cheio de sangue.

Ela não sentia muito pelas pessoas que matou para tentar fugir, a jovem pensou que eles mereciam isso por terem aprisionado ela.

"Dr.Grayland, então o senhor já deve saber o que aconteceu".

De fato ele sabia, o sangue e os corpos no corredor foram um bom indicativo da destruição que ela era capaz.

"Eu tenho que saber afinal eu sou responsável por você".

Respondeu Dr.Grayland se aproximando da cama não se importando com a falta de reação da menina.

"Você ainda está com dor?".

Perguntou ele, apesar da sua expressão fria, os olhos dele tinham um traço de preocupação bem escondida.

"Já estive pior".

Falou a garota olhando para a pulseira em sua mão esquerda, eles devem ter colocado nela para impedi-la de usar magia.

Dr.Grayland não falou, afinal ele já viu a garota em um estado pior por conta dos diversos exames e experimentos, infelizmente não havia nada que ele podia fazer sobre isso, ele era um covarde, ele não podia negar isso.

Dr.Grayland tocou gentilmente a cabeça da garota com emoções complexas refletindo em seus olhos castanhos.

"Antonyetta...".

Dr.Grayland chamou o nome da jovem, mas ele não conseguia dizer uma palavra, nada poderia melhorar a situação em que ela estava, depois de pensar um pouco ele entregou um pingente para ela.

"O que é isso?".

Antonyetta olhou curiosamente para o pingente na mão dele.

"Era o pingente que estava com você quando era bebê".

Dr.Grayland respondeu com um sorriso triste, ele se lembra dos gritos da mulher, implorando para não levarem seu bebê.

Naquele momento Dr.grayland sentiu um profundo desgosto por aquele homem que causou tanta dor.

Mas ele suprimiu seus sentimentos conflitantes e covarde como ele era, só conseguiu recuperar esse pingente.

Em meio aos destroços da carruagem lá estava o pingente brilhando intocado, ele o escondeu e prometeu a si mesmo que o entregaria para a garota quando fosse a hora.

"Qual o sentido de me entregar isso agora? Eu não poderei encontrá-los de mesmo que eu queira".

Dr.Grayland assentiu, os pais da garota já não estavam mais entre eles, mas ele não queria que ela soubesse disso por ele.

Ela deveria descobrir isso por si mesma, pelo menos era o que ele pensava ser o certo.

"Eu não deveria te entregar o pingente, se me descobrirem, provavelmente morrerei, mas eu queria fazer alguma coisa por você, mesmo que seja um gesto inútil na sua situação atual".

Os preparativos para o plano já estavam concluídos, era o momento perfeito para agir, mas também significava que sacrifícios seriam feitos.

Antonyetta olhou para o pingente com curiosidade, ela pareceu hesitar por um momento antes de pegar-lo.
O pingente era simples, em formato de estrela, atrás tinha algo gravado no metal visivelmente desgastado.
"A.B.", Antonyetta não sabia o que significava, mas parecia importante.

Dr.Gayland parecia que queria dizer mais, porém o estranho dispositivo em seu pulso acendeu, Dr.Gayland se afastou da menina que estava segurando o pingente na mão como se fosse um tesouro, após trocar breves palavras com a pessoa que falava através daquele dispositivo, a expressão do Dr.Grayland ficou séria e anormalmente pálida.

"Tenho que ir agora..."

Dr.Grayland pensou por um momento antes de falar novamente.

"Anty, não se esqueça, quando sair desse lugar, procure os Ivanov, somente eles podem te proteger dele".

Se a garota conseguir encontrá-los, ela estaria livre das garras daquele monstro, infelizmente Dr.Grayland sabia que ele não seria capaz de ajudá-la.

Antonyetta ficou confusa, ela não conhecia essas pessoas, ela nunca tinha visto o mundo lá fora, mas ela manteve essas palavras, ela se lembraria delas, e se ela fugisse... não, quando ela fugisse, ela definitivamente iria atrás de sua família.

As semanas que se seguiram foram a mesma coisa, mas Antonyetta não viu mais o Dr.grayland, ela podia imaginar que algo tinha acontecido com ele, mas não havia nada que ela pudesse fazer por ele.

Ela tinha apenas que se concentrar em fugir, no laboratório o clima estava bem tenso, parece que algo grande estava para acontecer.

E ela usaria essa oportunidade para escapar, ela tinha que fugir, ela segurou fortemente seu pingente com determinação.

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