Capítulo 1

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Pov Liz

Eram quase três da tarde quando me chamaram para analisar a cena de um crime.

A cidade é pequena então essas ocorrências normalmente não são nada demais, ainda mais no meio de tarde.

Peguei minha maleta, meu jaleco e as chave para ir ver do que se tratava.

Passando pelo hall da delegacia dei de cara com o delegado comendo alguns doces que sua esposa fez para ele.

Eu não gosto dele, certa vez em meio a uma epidemia ele teve coragem de fazer uma piada em seu discurso dizendo que não era coveiro. No lugar de um cérebro ele deve ter um bolinho.

Enfim, fui até o estacionamento, peguei meu carro, joguei o endereço no GPS e descobri onde que era a ocorrência.

O endereço era de um lugar que eu já conhecia, a mansão abandonada. Uma casa gigante que estava em péssimo estado desde que os moradores morreram sem deixar herdeiros.

Ela ficou a venda por um tempo, mas ninguém queria morar por causa das histórias de que as almas dos antigos donos da casa estavam vagando por lá e que já viram pessoas lá dentro.

Eu não acredito nisso, até porque o que a polícia daqui mais pegou até hoje foi adolescentes fazendo bagunça dentro e pessoas usando drogas nesse lugar.

Mas agora me aproximando vi o caminhão de bombeiros parado em frente a casa.

Quando finalmente cheguei dei de cara com parte da casa queimada e fumaça pra todo lado. Não tinha mais fogo, aparentemente o corpo de bombeiros já havia cuidado da situação.

Estacionei meu carro e fui até um dos bombeiros que estavam na porta.

— Oi, eu sou da perícia. — Ofereci um aperto de mão. — Elizabeth Webber.

— Eu sou o Jorge — deu o aperto de mão.

— O que vocês sabem até agora?

— Nós já falamos tudo que sabíamos para o seu parceiro — Outro bombeiro chegou — Prazer, Wesleynardo. — se apresentou sorrindo.

— Meu parceiro? — perguntei confusa. — Onde ele está?

— Ele está sentado ali ó — Wesley sei lá o quê apontou para as escadas que levam a porta da frente da casa.

Olhei naquele direção e vi um homem de cabelos castanhos, com roupa social, um cigarro na boca e um caderninho em mãos.

Quem caralhos é esse cara?!

— Ei! — falei me aproximando dele — Quem é você? — perguntei cruzando os braços.

— Oi minha querida, meu nome é Thiago Fritz — Falou me oferencendo um aperto de mão que eu não aceitei. – E você é?

— Não me chame assim! Meu nome é Elizabeth Webber, e eu sou perita.

— Ah ótimo! Eu sou jornalista, estou atrás de alguma coisa legal para o jornal, o que você descobriu até agora?

— Você tem permissão para estar aqui? — esse homem estava me estressando. — Os bombeiros me falaram que te disseram tudo.

— Eu te ajudo e você me ajuda, perfeito. — falou abrindo o caderno. — Bom, eles disseram que aparentemente foi uma explosão no primeiro andar, ninguém foi encontrado aqui e que investigar não é a missão deles. — fechou o caderno. — Uma bela bosta.

— Ótimo — revirei os olhos. — Agora vai embora, tchau.

— Eu não vou te atrapalhar, relaxa — falou indo em direção a porta. — Mulher, você é brava ein? — cruzou os braços quando eu enfiei na frente dele.

— Você que é intrometido, nem devia estar aqui.

— você não pode me dar uma autorização não?

— Isso você só consegue na delegacia, e é um processo muito burocrático. Se quiser a autorização para essa semana é melhor correr. — zombei e ele fechou a cara.

— Um minuto — Vi ele se afastar um pouco e puxar o celular do bolso, discar algum número e esperar chamar algumas vezes. — Alô, delegado?

Esse canalha tem o número particular do delegado?!

— Eu estou bem sim, como que a sua esposa está? Que bom! — conversava enquanto sorria para mim. — Estou aqui na casa abandonada, teve um incêndio e eu estava querendo fazer uma matéria sobre sabe? Movimentar o jornal um pouquinho. — eu não conseguia ouvir o que o delegado dizia. — Mas o que acontece, uma senhorita me disse que preciso de uma autorização para acompanhar a investigação dela, como o senhor é um cara amigo que ajuda o seu povo pensei em te ligar. Será que não me passa essa autorização agora não?

Não é possível que esse cara vai conseguir fazer o delegado tirar a bunda da cadeira dele para fazer uma autorização!

— Eu sempre elogio o seu trabalho e da sua delegacia no jornal, mas o senhor entende que é difícil fazer isso quando me impedem de trabalhar não é? — eu queria arremessar a minha maleta na cabeça dele. — Estou com internet sim, pode mandar, obrigado!

Eu não acredito.

— Então. — Ele voltou sorridente com o celular na mão. — Eu conversei com o delegado e ele me deu autorização para te acompanhar na investigação — O celular dele apitou — Aliás, olha aqui!

Ele virou a tela para mim mostrando o PDF com a autorização enviada pelo delegado.

— Eu não acredito nisso. — resmunguei comigo mesma. — Vamos logo com isso então, quanto mais rápido melhor.

— As damas primeiro. — Fez sinal para que eu passasse pela porta primeiro e eu passei me segurando para não dar um murro nele. — Quando acabarmos aqui eu te compro um suquinho de maracujá para você ficar mais calminha.

— Me faz um favorzinho — me virei para ele.

— Até dois se você quiser.

— Fica caladinho no seu canto. — falei me virando de costas para ele de novo.

O que eu fiz para merecer isso?

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Aqui estamos com o primeiro capítulo de "perícia"! (O nome pode vir a mudar pq a criatividade está em falta hoje)

Diferente de What If aqui eles não estão apaixonados, então eu vou ter q escrever eles se apaixonando, tomara que eu consiga fazer isso direitinho!

Aliás, se você não leu "What If?" tá esperando o quê??

Perícia | LizagoOnde histórias criam vida. Descubra agora